Turismo já investiu 2,2 milhões de euros, concretizando mais de 78% das iniciativas do PRT 

Após um ano do plano de ação “Reativar o Turismo. Construir o Futuro” (PRT), é tempo de balanços. O programa, que foi lançado em maio de 2021 e aprovado em Conselho de Ministros em junho do mesmo ano, tem um montante de 6 mil milhões de euros num período temporal de seis anos. Composto por quatro pilares, o PRT tem uma “agenda” composta por 52 medidas (mais de 78% já lançadas) e dos 6 mil milhões de euros, já foram investidos 2,2 mil milhões de euros (35% do valor total). Este “ponto de situação” foi partilhado esta quinta-feira, 7 de julho, por Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, numa sessão sessão presidida pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, e que contou também com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e da secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques.

Do ponto de vista do investimento das medidas lançadas, Luís Araújo refere que, o primeiro pilar do PRT, relativo à “criação de instrumentos flexíveis e adaptados às exigências do momento” e com um valor de 3 mil milhões de euros, já vi serem executados 1,5 mil milhões. O segundo pilar, dedicado ao “fomento da segurança”, já viu serem investidos 7  dos 10 milhões de euros disponíveis. O terceiro pilar, dedicado à “geração de negócio a curto-médio e longo prazo”, viu serem investidos 260 milhões de euros. Já o quarto pilar, dedicado à temática “construir o futuro”, viu serem lançados 430 milhões de euros dos 2,5 mil milhões previstos. 

Para Luís Araújo, o objetivo era ter “um plano transversal que reforçasse a nossa competitividade, mas também que estivesse alinhado com a agenda da transição digital e climática”,, acrescentando a ligação à Estratégia Turismo 2027 (ET2027): “É um plano focado nas empresas e nas pessoas: colaboradores, residentes e turistas”. Ao nível do objetivo “macro”, o PRT tem a meta de alcançar “mais de 27 mil milhões de euros em receitas em 2027”. 

A evolução que já se faz sentir na atividade turística está muito ligada com as medidas e iniciativas já no terreno impulsionadas pelo PRT,  “não só do ponto de vista da promoção, mas também do que foi feito no apoio às empresas e, ainda, em inspirar a segurança de quem nos visita”, declara. 

Citando os dados mais recentes, o presidente do Turismo de Portugal refere que, 2021, o segundo ano de pandemia, encerrou com 37 milhões de dormidas, um número ainda abaixo do ano de 2019. Já de janeiro a abril de 2022, verifica-se uma “clara recuperação”, apesar de não se atingir os números de 2019 (“11% abaixo”). Contudo, a região do Alentejo, ao nível de dormidas, está acima do período homólogo de 2019 “com mais 5,5%”. Quanto às receitas, em 2021, situam-se nos 10 mil milhões de euros (18,4 mil milhões em 2019). Mas, os dados apontam que, entre janeiro e abril de 2022, as receitas já estão acima das do período homólogo de 2019, contabilizando-se “4,3 mil milhões de euros”. De acordo com previsão do Banco de Portugal, 2022 poderá encerrar com 19 mil milhões de euros, “um número que estava previsto acontecer em 2023”, refere Luís Araújo. 

Das várias ações ou iniciativas já no terreno, o presidente do Turismo de Portugal quis elencar algumas. Dentro do primeiro pilar, o “Programa Retomar”, lançado pelo Banco Português de Fomento numa parceria com a banca, conta com uma dotação de mil milhões de euros para o setor do turismo: “O objetivo assentou em criar as condições para este processo de transição decorrente do fim das moratórias”. Outra ação foi a “recapitalização estratégica” de 80 mil milhões de euros, lançado pelo Banco Português de Fomento, para “reforço de capitais próprios em empresas estratégicas” e, uma outra com uma “dotação de 50 milhões de euros” com o objetivo de “reforçar os capitais próprios”. A “Linha de Apoio ao Turismo”, também lançada pelo Banco Português de Fomento em parceria com o Turismo de Portugal, é outra das medidas e conta com uma dotação de 300 milhões de euros: “O foco assentou em cobrir as necessidades de tesouraria para as empresas”. Dentro desta, destaca-se outra Linha de Apoio à tesouraria das PME, com uma dotação de “170 milhões, dos quais 40 milhões equivalem a este reforço com o PRT”, refere. 

Relativamente ao segundo pilar, o Selo Clean&Safe, que conta já com mais de 20 mil entidades aderentes, vai iniciar uma outra fase de desenvolvimento em parceria com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a NOVA Medical School: “Nesta nova versão, pretendemos adaptar o Selo Clean&Safe, aproveitando a base que foi criada para futuras situações de emergência, como a cibersegurança ou os incêndios”, refere. Outro dos programas é o “Adaptar Turismo”, lançado pelo Turismo de Portugal com uma “dotação de 10 milhões de euros”, e que assenta em “apoiar as empresas nesta adaptação dos seus modelos de negócio às novas exigências do consumidor e do novo turismo”. 

No terceiro pilar, destaca-se a ação “Internacionalizar o Turismo”, que visa potenciar Portugal como destino turístico: “As presenças nas feiras e nos workshops já retomaram”, exemplifica. O “Portugal Events”, que é uma linha de apoio lançada para a “organização de novos eventos” que conta com dotação de 15 milhões de euros, ou o “Programa VIP”, que tem na sua base a “colaboração com companhias aéreas” para se criarem novas linhas e reforçar as já existentes, são exemplos de programas desta ação: “Foram investidos 7,3 milhões de euros até agora”, adianta Luís Araújo. Há ainda várias ações lançadas especificamente para a comercialização de produtos turísticos diferenciados, como o lançamento do “Portuguese Wine Tourism” (Enoturismo) e o “Portuguese Books” (Turismo Literário), para além das iniciativas lançadas ao nível do “Turismo de Saúde”. 

Por fim, no último pilar, com iniciativas de longo prazo, Luís Araújo destaca o projeto Formação +Próxima que assenta na valorização e qualificação dos recursos humanos: “O objetivo é descentralizar a formação em turismo e adaptá-la às necessidades locais por todo o território nacional”. Este projeto já formou mais de 3.500 trabalhadores de 85 municípios com quem o Turismo de Portugal estabeleceu protocolos de cooperação e colaboração. Outra ação é o Programa Empresas Turismo 360°, uma “iniciativa ambiciosa” que incentiva as empresas a reportarem o seu desempenho em sustentabilidade, através da integração dos fatores ESG – Environmental, Social and Governance na cultura organizacional e na estratégia de negócio: “Já aderiram ao programa 74 empresas de diferentes dimensões que, no seu conjunto, representam um volume de negócios global de cerca de 2 mil milhões de euros e um universo superior a 15 mil colaboradores”, indica o presidente do Turismo de Portugal. 

Sendo estes apenas “alguns exemplos do conjunto de programas, iniciativas e ações” que o PRT integra, o Turismo de Portugal já tem disponível um dashboard público e atualizado semanalmente com informação relativa a cada um dos pilares e um sistema de controle interno que determinar qual é a situação em relação a cada uma das iniciativas que vão sendo lançadas dentro destas medidas. Chama-se TravelBI e pode ser consultado a qualquer momento.