Turismo sustentável sai caro mas é urgente colocá-lo na agenda pública

Numa altura em que as empresas são pressionadas, cada vez mais, para serem mais sustentáveis e amigas do ambiente, o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim de Figueiredo, lembrou, na sexta-feira passada, que é necessário “ser muito cauteloso quando se faz a integração de novos sistemas e de novos critérios para acelerar a sustentabilidade e o desenvolvimento do turismo”.
“Se queremos ser mais eficientes, se queremos comprar equipamentos para reduzir recursos como a água e a energia, temos de ser mais cuidadosos, porque isto custa dinheiro e em Portugal, particularmente, este tipo de capital é baixo”, alertou e, prosseguiu, dizendo que “são necessárias empresas para ajudar a este desenvolvimento e ao próprio marketing”. João Cotrim de Figueiredo falava numa conferência integrada no plano de atividades do Greenfest, que decorreu no Centro de Congressos do Estoril, de quinta-feira a domingo.
Outra das ideias salientadas durante este encontro de profissionais do turismo, que têm trabalhado para tornar as suas unidades hoteleiras e empresas mais sustentáveis, foi a de que o turismo sustentável, ao mesmo tempo que salvaguarda o ambiente e os recursos naturais, “deverá garantir o crescimento económico”. Contudo, este tem de ser “responsável”, ” Nunca haverá sustentabilidade real se não for acompanhada pela economia”, referiu o responsável.
João Cotrim de Figueiredo disse, ainda, que “tem de haver sistemas que ajudem a proteger o impacto humano no território” e que essas ideias de proteção “podem ser usadas também como estratégia de marketing para o próprio turismo e território”.
O presidente do Turismo de Portugal aproveitou também para falar da “sustentabilidade cultural”. “Se todos os territórios forem iguais não vale a pena viajar. Isto quer dizer que é necessário e é importante promover e defender a diversidade cultural, o desenvolvimento cultural como estratégia”, frisou.
Relativamente aos desafios futuros na área da sustentabilidade, Cotrim de Figueiredo lembrou que “são muitos os desafios” e que “não está a ser feito o suficiente”. “Apesar de estarmos no caminho, ainda não estamos a usar o sistema que devemos. A sustentabilidade está na nossa agenda e está na hora de trazer estes problemas para a agenda pública”, concluiu.
Alguns dos exemplos do que de melhor se faz no turismo sustentável em Portugal foram apresentados na tarde de sexta-feira, no Greenfest. Um deles foi o Neya Lisboa Hotel, um dos hotéis mais sustentáveis do país, que já tem 95% de iluminação LED.