Turistas são os grandes embaixadores do Algarve

Os turistas que visitam a região do Algarve são os principais embaixadores da oferta turística da região, com 95% a recomendar o destino nos seus círculos mais próximos. Satisfeitos com a experiência vivida no sul do país, a maioria pretende continuar a visitar a região, prometendo voltar logo que possível. Estas são algumas das conclusões do estudo “O perfil do turista que visita o Algarve”, onde sobressai a capacidade de retenção dos turistas na região, que se deverá manter elevada no futuro.

Encomendado pelo Turismo do Algarve e realizado pela Universidade do Algarve, sob a coordenação científica e técnica dos professores Antónia Correia e Paulo Águas, o estudo agora revelado tem como objetivo perceber a essência do turismo na região. Sendo a principal zona turística do país, com um fluxo de dormidas de 17 milhões no último ano e 119 mil camas no alojamento tradicional, “existe todo um fluxo de oferta e procura que importa quantificar”, explicam os responsáveis do estudo.

Centrado, numa primeira fase, no fluxo turístico que acorreu ao Algarve no verão, o estudo foi feito com base numa amostra de 2.400 inquéritos, tendo em conta quatro segmentos de visitantes: turistas nacionais, estrangeiros, residenciais e tradicionais. Os resultados permitem identificar as principais características psicográficas, motivacionais, sociodemográficas e os graus de satisfação e fidelização dos vários tipos de visitantes.

Embora em termos de representatividade na procura turística do verão, os turistas tradicionais e residenciais tenham passado férias em igual proporção na região, estes últimos, com uma estada média de 13 dias, geram 3,7 vezes mais dormidas do que o turista tradicional. Como meio de alojamento privilegiam a sua própria casa de férias (29%), o arrendamento privado (47%) que reservam online (25%) ou a casa de familiares e amigos (23%).

Já os turistas tradicionais alojam-se sobretudo em hotéis (50%) ou resorts (37%), por 9,5 dias em média. Chegam maioritariamente ao destino por avião (58%) ou viatura própria (36%) com uma reserva que concretizaram online (71%). Também eles são habituais na região (85%) ainda que com uma cadência de visita menor (29% uma vez por ano). Satisfeitos pretendem regressar (69%), fazendo das plataformas digitais a forma de partilha por excelência dos seus dias de férias (59%). Facebook e Twitter são as duas redes preferidas, surgindo o Instagram em terceiro lugar.

O Barlavento algarvio é a zona do Algarve preferida por quase três quartos dos turistas tradicionais (73%), seguindo-se o Centro (18%), com o Sotavento a recolher apenas 9% das preferências. No caso dos turistas residenciais, as diferenças estão mais esbatidas, com o Barlavento a pesar em 55% das escolhas, recolhendo o Centro e o Sotavento o mesmo nível de preferências (23%).

Em termos de características sociodemográficas, 54% dos turistas residenciais pertencem ao género masculino, 69% são trabalhadores dependentes e 10% são reformados, tendo 55% residência permanente em Portugal, 16% no Reino Unido e 6% em Espanha. Quanto aos turistas tradicionais, 56% são do género masculino e o número de trabalhadores dependentes sobe para 73%, enquanto o de reformados desce para 7%. A percentagem de residentes em Portugal é de 27%, contra 25% de residentes no Reino Unido e 9% em Espanha.

Em 2015, recorde-se, o Algarve representou 34% das dormidas registadas em Portugal em estabelecimentos classificados, de acordo com os dados do INE, continuando a afirmar-se como a principal região recetora do país.