A plataforma digital de transportes Uber anunciou hoje, na Web Summit, em Lisboa, que disponibilizará dentro de três anos o seu serviço de deslocações partilhadas por ar na cidade norte-americana de Los Angeles. Na primeira palestra de hoje no palco principal da conferência de tecnologia e inovação, Jeff Holden, responsável pelo departamento de produto da Uber, recorreu a imagens do filme Blade Runner para notar que a antevisão neste entretenimento de ficção científica “apenas errou por um ano”, refere a agência Lusa.
“A UberAir vai estar nos céus de Los Angeles em 2020”, informou o responsável da empresa presente em 77 países, mais de 600 cidades e a somar 10 milhões de viagens diariamente. Uma viagem que normalmente duraria 1:20 horas, por ar será reduzida a menos de 30 minutos, prometeu.
Depois do projeto falhado com helicópteros, devido a custos, barulho e razões ambientais, a plataforma decidiu apostar no desenvolvimento de aeronaves sem emissões poluentes e com descolagens e aterragens na vertical.
A empresa garante que não vai desistir de um aparelho 100% elétrico, “porque se quer combater as alterações e não acelerá-las”. A aeronave vai ter inicialmente condutor e quatro passageiros, assim como portas que facilitem entradas e saídas e carregamentos rápidos entre três a quatro minutos. Segundo este responsável, uma viagem de Lisboa a Cascais iria consumir 1/3 da bateria e quanto a custos a “ambição” é conseguir que a viagem por ar seja “menos dispendiosa que conduzir o próprio carro”.
Este acréscimo de produto pela plataforma promete ainda transformar “sem precedentes” a indústria aeronáutica, uma vez que aumentará o volume de fabrico, levando a mais automatismos, diminuirá os custos e facilitará a manutenção, dada a mecânica mais simples.
Neste projeto, além da NASA, para nomeadamente trabalhar numa nova gestão de tráfego aéreo, a Uber conta com os brasileiros da Embraer e outros produtores de aeronaves.
“A partilha de viagens vai fazer dividir os custos” desde o primeiro dia, garantiu ainda Jeff Holden, que previu que a fatura no ar será semelhante a uma viagem em UberX, a tarifa de aluguer mais baixa.
Nas estradas, a Uber ambiciona baixar tanto o preço das viagens, através da partilha de custos, que os consumidores optem por ter apenas carro próprio “por hobbie (passatempo)”. “Este é o principio do fim da propriedade do carro”, antecipou.