Os grandes desafios da gestão interna das organizações turísticas by Grupo Pestana

No pós contexto da fase mais aguda da pandemia Covid-19 em Portugal, o grupo Pestana regista 80% das vendas online, face aos 50,1% que se verificavam antes da pandemia. José Teothónio, CEO do Pestana Hotel Group, numa parte da sua intervenção no 32º Congresso Nacional da Hotelaria em Portugal, que decorre em Albufeira, focou-se “nos desafios internos das organizações” turísticas.

Considera o responsável que “a pandemia acelerou muito uma tendência, que já havia anteriormente, que é a alteração da forma como os clientes chegam às nossas unidades. Anteriormente eramos comprados, tínhamos os operadores, os agentes de viagens; depois dá-se o aparecimento das plataformas e canais próprios de vários parceiros e essa tendência foi aumentando”. Segundo o gestor, o online começou a ter um peso maior: “em 2014 tínhamos entre canais diretos e plataformas online cerca de 30% da nossa oferta vendida; em 2019 este valor atingiu os 50,1%”. Nesta nova fase, José Theotónio indica que “desde que reabrimos temos mais de 80%. Houve um acelerar deste modelo de negócio que obriga as empresas a investir muito em termos tecnológicos para falarmos, conhecermos o cliente, por forma a personalizar a oferta”.

Para o CEO do Grupo Pestana, “essa é a única forma de não ficarmos reféns das plataformas tecnológicas, que sendo esse o seu negócio, são muito mais eficientes, por exemplo, ao nível do booking dynamic”. Salienta o orador que “esta transformação ao nível das organizações não é fácil, porque os sistemas são caros em duas vertentes. Não é propriamente na implementação, mas a maior parte destas empresas são pagas em função da utilização, aquilo passa a ser uma renda”. O responsável afirma que “costumo dizer ao Dionísio Pestana que ele tem mais acionistas, que são estas empresas de tecnologia que todos os anos levam rendas, cada vez mais elevadas.” E acrescenta que “para se utilizarem estes sistemas, são necessárias equipas, que hoje são de áreas diferentes que envolvem matemática, analítica, engenharia, e-commerce, entre outros. Esta é uma área que tem custos elevados, são investimentos que, se não forem feitos, não se consegue fugir da dependência das plataformas tecnológicas.”

Por outro lado, o hoteleiro destaca que “um segundo investimento é a segunda parte da transformação digital que incide na transformação dos processos internos, através da introdução da digitalização. Muito importante, porque nesta fase o que assistimos na indústria é a um crescimento muito grande dos custos”.

Por fim, “o terceiro desafio das organizações é a sustentabilidade, que se prende na forma como as empresas estão no mercado, a sua responsabilidade social, assim como a responsabilidade social interna, com os seus colaboradores. Esta é uma agenda que veio para ficar. E nos mercados onde operamos a nível turístico essa é uma sensibilidade crescente”.