Hospitalidade com Compromisso
Por Miguel Guedes de Sousa, Partner & CEO JNCQUOI
Portugal, vive um momento único. há mais pessoas, mais arte, mais cultura, mais negócios, há pessoas de diversas nacionalidades que procuram maior envolvimento com o nosso país e mesmo estabelecerem-se cá” temos todas as condições – geografia, história, gastronomia, estabilidade política e recursos humanos – para nos destacarmos no setor turístico e sermos um destino de referência mundial.
Não nos faltam clientes, falta-nos, no entanto, oferta de qualidade e posicionamento no mercado. Vejo este défice de oferta e posicionamento no mercado de luxo, segmento que conheço melhor, e no qual o nosso grupo empreende. É um mercado que tem especificidades e exigências próprias no qual temos de estar sempre à frente, surpreender, não nos podemos limitar a responder à procura! mas sim inovar para sermos geradores na criação de mercado…
Para as gerações anteriores o luxo era sobre exclusividade, inacessibilidade e preço. Para os novos consumidores é uma questão relacional, a experiência acima de tudo, o que nos defina e seja memorável. A personalização da oferta é fundamental para conquistar o consumidor de luxo.
Falta-nos o compromisso estratégico e a visão para a reconversão de um produto mediano existente para um modelo superior. Se não fizermos esta reconversão, modernizando as nossas infra-estruturas e melhorando a informação e comunicação, poderemos enfrentar fortes problemas e perder espaço rapidamente para os nossos concorrentes.
É importante prepararmo-nos. Temos de assumir compromissos a longo prazo e trabalhar, todos os intervenientes do setor em conjunto, para antecipar os desafios que aí vêm, que poderão, também, ser vistos como oportunidades.
O nosso modelo de negócio para o setor tem de passar pela “Hospitalidade com Compromisso”, desenvolvendo espaços de alta qualidade e autenticidade, com uma visão de longo prazo. Temos de associar aos nossos recursos, que não são infinitos, dada a pequena dimensão do nosso país, estratégia, confiança e compromisso global. É essencial apostar na qualidade em detrimento da quantidade e vender o nosso produto como marca de nicho, como fosse uma edição Limitada.
Nós os empresários do setor! e o Governo, têm de acreditar que o caminho da qualidade, numa perspetiva de longo prazo, versus quantidade, com horizontes de curto prazo, é o caminho, pois oferece mais sustentabilidade e torna o setor menos permeável a fatores externos adversos e à sazonalidade.
Por fim, temos de investir na educação dos jovens, incentivando-os, desde cedo, a empreender e a criar empresas, que irão gerar emprego e, consequentemente, inovação, valor e riqueza ao país sempre com o compromisso estratégico de uma Hospitalidade com Compromisso…
(indicado por Nicholas Yarnell)
*No 29º Aniversário da Ambitur retomámos um desafio já lançado por nós há três anos e, uma vez mais, o setor correspondeu. O “Passa a Palavra” colocou o primeiro repto a Gonçalo Rebelo de Almeida, da Vila Galé; Nuno Mateus, da Solférias; Frederico Costa, das Pousadas de Portugal e Manuel Proença, da Hoti Hotéis. Estes quatro profissionais explicaram quais os desafios que se colocam ao Turismo nos próximos tempos e ficaram também incubidos de nos indicar a quem poderíamos lançar o mesmo repto. Ao longo dos próximos dias iremos publicar aqui os 29 comentários que resultaram deste “Passa a Palavra”, acrescentando também quem foi indicado por cada um dos comentadores.