Uma carreira na distribuição com António Pinto da Silva

Continuamos a dar-lhe a conhecer o mundo da distribuição turística em Portugal e os profissionais que dele fizeram carreira. Desta vez fique com António Pinto da Silva, atual diretor comercial da Mundomar Cruzeiros para Portugal.

Nascido a 3 de agosto de 1956, em Vila Nova de Gaia, António Pinto da Silva passou a infância entre Gaia e o Porto. No primeiro ano do Liceu Alexandre Herculano, o pai foi transferido para a Abreu de Lisboa e assim se muda de malas e bagagens para a capital, onde frequentou os Liceus Camões e Pedro Nunes, concluído neste o 7º ano.

Em 1975, nova viagem, desta vez para o Brasil, onde se licenciou na PUC do Rio de Janeiro (Pontifícia Universidade Católica), em Gestão de Empresas. Como tinha de trabalhar durante o dia, optou por fazer o ensino noturno. Foi no Brasil que começou a trabalhar no turismo.

Como e quando iniciou a sua carreira no turismo?

A minha carreira no turismo começou desde pequeno. O meu pai começou na Agência Abreu nos anos 60, e eu ía com a minha mãe recebê-lo ao hotel, depois de uma volta à Europa com brasileiros.

Mas fui com 19 anos para o Brasil, onde fiquei por 23 anos, e comecei logo a trabalhar em hotelaria. Inaugurei o Rio Hotel Palace Hotel no final de 1975, a trabalhar na receção.

Depois foi o Hotel Nacional Rio, em São Conrado, e o Centro de Turismo de Portugal no Brasil, onde cheguei a ser diretor.

Fui convidado para trabalhar na Abreutur, onde exerci cargos de gerência no Rio de Janeiro e em Salvador, tendo sido “transferido” para Portugal em 1998, para assumir a gerência do novo Departamento de Cruzeiros, e onde estive até setembro de 2019, quando saí para pré-reforma.

O que o apaixona no turismo/viagens e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?

A criação, montagem e disponibilização aos clientes do produto final já pronto, de forma a poder vender de uma forma homogénea (estive na Abreutur/ Brasil e no CLUB 1840, operadores de excelência naqueles tempos).

A chegada à atual empresa deu-se quando e como?

Quando saí das Viagens Abreu para a pré-reforma, em agosto de 2019, fui imediatamente convidado pela direção da Mundomar Cruzeiros para assumir o mercado português, na sua plena amplitude.

Este foi um grande desafio, uma vez que não estavam implantados de uma forma sistemática. Infelizmente tivemos o COVID logo a seguir, o que me impossibilitou de fazer um bom trabalho de contatos a nível nacional.

E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo/empresa até aos dias de hoje?

É evidente que o COVID também nos permitiu criarmos AÇÕES DE FORMAÇÃO e estarmos sempre ativos à distância. Por outro lado, tudo o que se refere ao mercado português (agora também o angolano e moçambicano, para além de algumas agências no Brasil), tem tido um trabalho de atualização de sites, traduções, traduções de brochuras, newsletters e apoio a todas as agências de viagens a nível nacional.

Como define as suas funções dentro do grupo atualmente?

Como responsável do mercado português, digamos que sou um pouco o FAZ-TUDO! Desde visitar agências, apoiar e dar acesso ao nosso sistema de reservas B2B, dar formação, apoiar as visitas aos navios, que vão começar este mês, fazer contratos com os grandes grupos e, acima de tudo, apoiar na venda dos nossos produtos. Para isso, conseguimos colocar uma pessoa no Booking em Madrid que fala português e temos um nº de telefone local (chamada para a rede fixa nacional), que é atendido em Madrid.

Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?

Houve três aspetos muito interessantes na minha carreira profissional:

– Quando fui convidado para trabalhar no Centro de Turismo de Portugal no Brasil (delegação da antiga Direção-Geral do Turismo) e onde fui sendo promovido e cheguei a diretor (infelizmente tivemos um Secretário Estado do Turismo que encerrou algumas dependências, uma das quais o Brasil).

– O ter sido convidado pela família Abreu para regressar a Portugal em 1998 e tomar contar do Dpto de Cruzeiros. Naquela época eramos o GSA da Costa Cruzeiros.

– O ter participado e ajudado no desenvolvimento do Mundo Abreu, que faz 20 anos.

Os menos positivos, confesso que não me lembro. São para esquecer. As coisas boas ficam na memória.

Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?

Claro que quero continuar a crescer no mercado português, desenvolver novas parcerias e novos mercados e, sobretudo, termos muitas visitas aos navios que passam pelos portos portugueses, que é uma das formas de formação, talvez a mais completa, para que o agente possa argumentar com o seu cliente o conhecimento que tem do produto.