Uma carreira na distribuição com João Cruz

Prosseguimos com a rubrica “Uma carreira na distribuição”, dando a conhecer melhor o trajeto dos profissionais do setor. Desta vez é João Cruz, diretor de Produto e Qualidade da Solférias, quem partilha connosco as suas experiências.

Nascido a 7 de janeiro de 1972, em Lisboa, João Cruz morou na capital até aos 28 anos, altura em que se casou e mudou para a margem sul. Com duas filhas e três irmãos, João conta que os pais faleceram relativamente cedo o que o levou a ter que trabalhar em part-time desde cedo. Recorda-se das “enormes” férias escolares de verão, do grupo de amigos de então que passava férias em Altura, no Algarve, e da primeira vez que saí de Portugal, para conhecer Sevilha, de barco, pelo Guadiana. Lembra também com saudade os passeios de motos com os amigos, “outros tempos”, admite. Mas ainda hoje é amante de motos e desportos motorizados, bem como de viajar, das montanhas, da praia e da neve.

João Cruz tem o bacharelato em Direção e Operação de Operadores Turísticos pela ESHTE. Em 1990, entrou na Faculdade de Ciências, num curso de Geofísica, que acabou por nunca concluir por “ser muito exigente” e, nessa altura, estar como trabalhador-estudante, com horários incompatíveis. Após a Expo 98, com o boom do turismo em Portugal, João percebeu que esta seria uma boa aposta de emprego e inscreveu-se na ESHTE, onde entrou no verão de 2000.

Como e quando iniciou a sua carreira no turismo?

Desde muito pequeno que sempre adorei viajar, pois os meus pais habituaram-nos a isso, tendo percorrido grande parte da Europa, de carro, nos anos 80 e 90. Na verdade, no turismo, comecei em 1996, pelos seguros, na empresa Europ Assistance, onde para além de dar assistência aos segurados, fazíamos o over-flow das chamadas do call center da Portugália. Depois, em 2003, acabei o curso na ESHTE e entrei na Sporski/Puravida, onde estive quatro anos, com um produto que também adoro, que são os desportos de inverno. Acabei por mudar para o Mundovip em 2007, onde ao ski adicionei os programas dos cruzeiros e dos cursos de línguas. Depois, desde 2012 que estou na Solférias.

O que o apaixona no turismo e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?

Adoro viajar e conhecer novas pessoas, experiências, culturas, gastronomia e regiões e sinto que quanto mais conheço, mas desejo conhecer e mais rico fico. É uma indústria que permite que “enriqueça” tanto o turista, como a região de acolhimento e todos os intervenientes entre a partida e a chegada, o que é fantástico, e poucas atividades permitem dividir a riqueza que geram, desta forma.

Gosto também de transmitir os conhecimentos que adquiro sobre um destino a outras pessoas, para que tenham uma melhor perceção do que as espera e tenham a certeza de que é aquilo que procuram e, depois, a experiência da viagem seja enriquecedora.

Para finalizar é uma atividade que se está sempre a inventar, com novos destinos, novos alojamentos, acessos mais facilitados e isso obriga-nos a estar sempre a idealizar como será a viagem do amanhã.

A chegada à atual empresa deu-se quando e como?

Entrei na Solférias em maio de 2012, após o encerramento do Mundovip.

E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo/empresa até aos dias de hoje?

Em 2012, quando entrei, comecei no booking durante alguns meses. Depois, no início de 2013, passei a gestor do produto Turquia, Cuba e Neve. Em 2017, passei a diretor do Produto Américas e da Qualidade e, desde 2018, passei a acrescentar os destinos Ásia e Américas à minha alçada.

Como define as suas funções dentro do grupo atualmente?

Tenho a meu cargo a direção de três grandes continentes, como são os destinos da América, de Africa e da Ásia e tal só é possível com a ajuda de gestores de destino extremamente competentes e profissionais. Acrescento ainda às minhas funções toda a gestão das reclamações dos clientes e dos seguros, sendo que tem de haver sempre uma muito boa ligação com todos os departamentos da Solférias.

Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?

Começo pelas melhores partes. As fams ou viagens de prospeção que fiz a alguns destinos ou com algumas pessoas que me marcaram (à Turquia, a Courchevel, a Cuba, por exemplo). À direção da Solférias que é simplesmente fantástica e humana, e a toda a equipa que forma a empresa e a molda, da forma como ela é hoje em dia. Por fim, a minha decisão de sair de um curso de Ciências e mudar para a ESHTE, em 2000, foi o ponto chave de mudança da minha vida.

Quanto aos momentos menos positivos, sem dúvida que o 11 de setembro, o ano das cinzas vulcânicas da Islândia e, completamente fora de escala, a pandemia do Covid, que afetou a todo o mundo, mas de forma sobrenatural o turismo. Felizmente que todos parecem ultrapassados e toca-nos aprender apenas com esses episódios negativos.

Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?

A sustentabilidade nas empresas e no turismo, é um assunto que vai dar muito trabalho implementar e que poderá dar muitas horas sem dormir. E o desafio que tinha, tenho e terei, é sempre fazer melhor e servir igualmente bem todas as pessoas.