Uma carreira na distribuição com Paulo Almeida

Continuamos a dar-lhe a conhecer melhor o percurso no setor das viagens dos profissionais portugueses. Paulo Almeida, diretor comercial da Solférias, tem a palavra hoje em mais “Uma carreira na distribuição”.

Nasceu em Lisboa, a 9 de outubro de 1972, e cresceu na Amadora, onde recorda ter feito os primeiros amigos, alguns dos quais ainda se mantêm e outros que admite não ver há muito tempo. Da infância tem lembranças de jogar à bola com os carros a fazerem de baliza ou de brincar às escondidas e saltar à fogueira nos Santos Populares. O mês de agosto estava sempre reservado para a terra da mãe, com mergulhos e a tarefa de levar as vacas a pastar nos campos. Paulo Almeida começou a trabalhar desde cedo, quando ainda estava na escola, e foi no setor das viagens que acabou por construir a sua carreira.

Como e quando iniciou a sua carreira no turismo – quais os primeiros passos?

Iniciei as minhas lides no turismo em 1997, num operador turístico chamado Andaltour, estranhamente no departamento financeiro. Na altura, o Constantino Pinto disse que iria precisar de um comercial, mas que para entrar de imediato o lugar que tinha era no departamento financeiro e aceitei pois, não sei porquê, achei que me ia dar bem neste setor e, bem ou mal, já la vão uns anitos. Foi mesmo uma aposta até porque fui ganhar menos do que ganhava. Depois, em 1998, com a Expo 98, comecei no departamento comercial da Andaltour e por lá fiquei até sair para a Marsans, em 2005, que depois comprou a Andaltour e “voltei” para a Andaltour, desta vez By Horizontes.

O que o apaixona no turismo e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?

Acho que acima de tudo são as pessoas o que mais me cativa nesta profissão, talvez por serem maioritariamente pessoas que, por viajarem e terem contacto com outras culturas, tenham uma maior amplitude mental. Depois, claro, o produto que vendemos, as viagens são um produto “sexy”, toda a gente, ou quase, gosta de viajar, de conhecer sítios novos e, acima de tudo, ir de férias, e eu que vendi outros produtos, como por exemplo, o material elétrico, sei bem a diferença que há. Sem desprestígio para outros produtos, as viagens são, sem dúvida, um produto muito atrativo. O que me faz querer continuar nesta indústria é uma mistura dos dois, por um lado o que vendemos e por outro as pessoas com que trabalhamos, sejam eles colegas, fornecedores, clientes, parceiros ou concorrência. Claro que os desafios que enfrentamos, dia após dia, nos dão alguma “pica”, pois embora muitas vezes pareçam negativos, de uma forma ou de outra são desafiantes.

A chegada à atual empresa deu-se quando e como?

Cheguei à Solferias a convite do Nuno Mateus. Estavam a precisar de uma pessoa para o departamento comercial e, pelo que sei, a Sónia Regateiro disse que gostava de me ter na equipa, e assim foi. Eu na altura estava num projeto de uma empresa espanhola que ia abrir em Portugal, mas aquilo não andava nem para a frente nem para trás e este convite “tirou-me o sono” no bom sentido e, como disse na altura ao Nuno Mateus, mesmo não estando à espera, acho que não havia ninguém que não quisesse trabalhar aqui na Solférias.

E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo até aos dias de hoje?

Iniciei o meu percurso aqui na Solférias dia 4 janeiro de 2016 como gestor de clientes e passei não sei bem quando a diretor comercial. O título para mim é isso mesmo, um título, pois o importante é a responsabilidade e o orgulho de representar uma empresa como a Solférias.

Como define as suas funções dentro do grupo atualmente?

Como comercial que sou, as minhas funções prendem-se sobretudo com a área comercial, mas desde sempre aposto na polivalência dentro dos limites de cada um, por isso, se os colegas do financeiro, das reservas, do produto ou de qualquer outro departamento me pedem “ajuda” eu, dentro dos meus limites de conhecimento, aqui estou para servir a empresa. Dentro da aérea comercial, sou responsável pelos acordos, campanhas, gestão da equipa comercial, comunicação com as agências, etc.

Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?

Momentos marcantes foram muitos, engraçado que ainda outro dia o Ricardo Cardia me fez essa pergunta e não soube responder ao certo. Sei que houve momentos em que, na altura, parecia que ia ser o fim do mundo e acabaram por ser positivos, quando por exemplo se deu a minha saída do grupo Marsans, na altura todos me diziam que era injusto, bla bla bla, acabei por ingressar na Eleva, o operador do grupo Ambity onde, além de ter trabalhado e conhecido mais de perto gente boa como o Rui Martins, o Joao Paulo Oliveira, o João Luís Moita e o João Moreira, entre tantos outros, aprendi a fazer coisas que não sabia e a constatar uma realidade muito diferente das empresas espanholas por onde tinha passado, dai o que podia ter sido negativo deu origem a um enorme crescimento e enriquecimento, quer profissional quer pessoal. Por outro lado, tive algumas ocasiões onde parecia que ia ser muito bom profissionalmente e acabaram por se revelar exatamente o contrário.

Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?

O principal desafio profissional para 2023, é contribuir para fazer crescer ainda mais a Solférias, o que, pelos números que temos, não vai ser fácil. O mercado não cresce assim tanto e só conseguiremos crescer se mantivermos/ melhorarmos o nível de serviços e produtos a que já habituámos o mercado. Não é tarefa fácil mas, como diz o meu amigo e colega Ricardo Freixinho, “se fosse fácil estavam cá outros” .