Uma carreira na distribuição com Pedro Ferreira

Com o objetivo de conhecer o percurso de quem já trabalha no setor da distribuição há algum tempo, a rubrica “Uma carreira na distribuição” aborda alguns destes profissionais. Hoje entramos na vida de Pedro Ferreira, do departamento comercial da Solférias.

Pedro Miguel Ferreira nasceu em Lisboa, a 19 de maio de 1974. E passou a infância na zona da Ericeira/ Mafra, de onde toda a família é originária e região à qual afirma pertence “com todo o orgulho”. Recorda-se de uma adolescência passada entre amigos e família. A jogar futebol federado durante 10 anos mas com a música como grande paixão desde cedo, sempre com vontade de descobrir novas bandas e ir a concertos. Aliás, Pedro admite que, ainda hoje, esta é uma das coisas que “mais me move e me dá mais prazer”, ou seja, ouvir música tendo atenção aos detalhes.

Formado em Relações Públicas/ Publicidade pelo Instituto de Novas Profissões, Pedro Ferreira explica que, na altura, lhe pareceu uma boa opção, pois gostava bastante de publicidade. Mas adianta que mais tarde percebeu que a criatividade não seria o seu ponto forte, tendo-se ficado pela comunicação.

Como e quando iniciou a sua carreira no turismo?

Vim parar ao turismo por acidente, o acidente mais feliz da minha vida. Em 1999. Não era a minha área de formação mas, como andava à procura de trabalho e sempre me atraiu a área do turismo, enviei o currículo para a Soltrópico, cujos escritórios ficavam literalmente ao lado de minha casa. Fui chamado para uma entrevista com o Sr. Armando Ferreira, num domingo, e comecei a trabalhar na segunda-feira.

Primeiro estive no booking, na altura com a operação de Ilhas Espanholas e, no final do verão, a empresa decidiu abrir um departamento comercial e convidou-me para fazer parte do mesmo, com os meus queridos e saudosos Luis Galvanito e Bruno Pereira. Nunca mais olhei para trás.

O que o apaixona no turismo e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?

As pessoas, acima de tudo as pessoas. Existem pessoas boas em todo o lado, mas no turismo são especiais.

Depois a avidez de conhecer outros destinos, novas culturas, diferentes costumes, ver o mundo que é tão grande mas ao mesmo tempo tão pequenino. Viajar realmente aproxima, e de certeza que se mais gente tivesse a possibilidade de ver com os seus próprios olhos que existe um mundo maior do que a nossa bolha do dia a dia, mais respeito e menos conflitos existiriam. As pessoas seriam muito mais tolerantes e menos individualistas.

A chegada à atual empresa deu-se quando e como?

Cheguei a Solférias em fevereiro de 2010, a convite do Nuno Mateus, Sónia Regateiro e Bruno Pereira, para integrar o desafio de construir um novo operador turístico. No fundo, para dar continuação ao trabalho que vínhamos a desenvolver e com muito do know how necessário, mas num projeto novo e que continua a ser um desafio aliciante para mim, pelo que foi muito fácil aceitar o convite. E hoje são 23 anos de trabalho, em conjunto com pessoas que considero colegas e amigos e pelas quais tenho o maior respeito e admiração, e que continuam a fazer parte do meu percurso neste ramo tão volátil.

E qual tem sido o seu percurso dentro desta empresa até aos dias de hoje?

A área comercial tem sido desde sempre a minha casa na Solférias. É onde me sinto mais realizado profissionalmente e, por isso, tenho-me mantido sempre neste departamento.

Como define as suas funções dentro do grupo atualmente?

Essencialmente a minha função passa por ser a ponte entre os agentes de viagens e a Solférias. Visito as agências para distribuição de material, divulgação de campanhas e programação, ajuda com as nossas ferramentas online que estão sempre em constante evolução. Tento esclarecer dúvidas em relação a destinos, características hoteleiras, operações de voo, e faço constante apresentação de possibilidades de up selling. Estou também presente em muitos dos roadshows que, durante o ano, temos em diversas cidades do país, e que são um dos grandes cartões-de-visita da Solférias, permitindo que de forma mais abrangente e sempre em ambiente descontraído e de boa disposição, os agentes tenham contacto direto com as nossas equipas de booking, programação e marketing e, ao mesmo tempo, conheçam também muitos dos nossos fornecedores e parceiros transmitindo a confiança que temos nos mesmos para elaboração da programação que apresentamos.

Acompanho também viagens de familiarização e inspeção aos nossos diversos destinos, contactando com assim com muitos dos nossos recetivos nos respetivos países.

Este trabalho é um trabalho conjunto, sempre em mutação e adaptação ao mercado e aos nossos clientes que são as agências. Para isso conto com uma equipa fantástica liderada pelo Paulo Almeida e da qual fazem também parte o Ivo Batista, Eduardo Falcão e a Tânia Martins, que me fazem ter tanto orgulho deste departamento.

Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?

Em termos de momentos positivos, tenho que salientar o poder estar presente desde o início no renascimento da marca Solférias. Um começo pequeno, cheio de sonhos e vontade de fazer mais e melhor que no passado. E fazer parte do seu crescimento até à empresa de sucesso dos dias de hoje tem sido muito aliciante e muito gratificante. As pessoas que tenho conhecido, alguns amigos para a vida, é também algo que me enche de satisfação, bem como as viagens que tenho feito em trabalho aos mais diversos destinos.

Pela negativa, não posso deixar de mencionar o choque que foi a morte do Bruno Pereira, que além de nosso colega e amigo era uma pessoa e profissional excecional e que faz muita falta. Não só a nós como pessoas e empresa, mas ao Turismo em geral.

A incerteza da pandemia foi também, um dos pontos mais negativos, acho que de todos nós. Mas a nossa união e resiliência como empresa foram muito fortes e conseguimos lutar contra as adversidades e mantermo-nos como o operador confiança dos agentes de viagem.

Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?

Os desafios são os mesmos de sempre. Fazer mais e melhor todos os dias para poder prestar um bom serviço aos nossos clientes, apesar de este ano se adivinhar de certa forma imprevisível devido à conjuntura mundial que vivemos atualmente. Dar o meu contributo para que empresa continue a crescer de forma sustentável, e trabalhar num futuro sólido e duradouro.