Uma carreira na distribuição com Pedro Miguel Vasco

Ambitur.pt continua a dar a palavra aos profissionais do setor do turismo e viagens nesta rubrica. Desta vez o entrevistado é Pedro Miguel Vasco, diretor comercial da MSC Cruzeiros.

Pedro nasceu em Lisboa em 1982, e passou grande parte da sua infância em Lisboa nas Laranjeiras/ Sete Rios, da qual admite ter “fantásticas memórias e acima de tudo grandes amizades para a vida”. O profissional recorda ter tido a sorte de crescer ainda num período onde as novas tecnologias, que entretanto surgiam na época, não faziam ainda parte do dia-a-dia dos mais jovens, o que lhes deixava mais tempo para se dedicarem às atividades ao ar livre. Não nega pois que é com saudade que lembra as férias de verão onde dividia o tempo entre horas a jogar à bola no campo do Palmense e ‘expedições’ de bicicleta ao Parque Florestal de Monsanto.

O seu percurso de formação inicial foi na Área da Informática mas adianta que foi o Turismo que mais o entusiasmou e aqui não rejeita apontar a influência ao pai, António Vasco. Acabou por realizar diversas formações para se especializar, sobretudo nas áreas da Formação e de Vendas.

Como e quando iniciou a sua carreira no turismo – quais os primeiros passos?

Iniciei o meu percurso no setor do Turismo no ano de 2000, na Soltour, o que seria inicialmente uma experiência de um emprego de verão e que acabou por se transformar numa carreira no setor.

Na Soltour fui responsável pelo Departamento de Emissões alguns anos até que, em 2005, passei para o Departamento. Comercial pois era uma área que me interessava e me despertava uma maior curiosidade. Saí da Soltour em 2013 para me juntar à MSC durante cerca de um ano, ainda voltei à Soltour em 2014 mas, no inicio de 2015, acabei por integrar novamente a equipa da MSC, foram dois anos de mudanças um pouco atípicas mas no final tudo ficou no seu lugar.

O que o apaixona no turismo e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?

Existem na vida poucos momentos tão extraordinários como os que vivemos e sentimos quando viajamos… aquela magia e a sensação únicas de conhecer um novo local em qualquer parte do nosso maravilhoso planeta é, sem dúvida, uma experiência que queremos repetir continuamente. Poder fazer parte da indústria que trabalha para proporcionar essas experiências às pessoas é extremamente gratificante.

A chegada à atual empresa deu-se quando e como?

Cheguei à MSC em 2013, a empresa ainda estava numa fase inicial de crescimento, já conhecia alguns colegas que faziam parte da equipa na altura e também existiu uma enorme empatia pelo projeto e pelas pessoas que dele faziam parte, por isso pareceu-me um desafio muitíssimo interessante.

E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo até aos dias de hoje?

Iniciei o meu percurso na empresa em 2013, saí durante um ano e, no início de 2015, regressei à MSC para integrar o Departamento Comercial onde desempenhei diversas funções com responsabilidades nas diferentes áreas geográficas, o que me permitiu um maior contacto com as agências de viagens a nível nacional. Fui inicialmente gestor da Área Comercial da Zona Norte e Madeira, passando de seguida para gestor Comercial da Zona Sul e Açores e posteriormente assumi a Coordenação do Departamento Comercial e Gestão da Grande Lisboa, sendo atualmente o diretor comercial da MSC Cruzeiros.

Como define as suas funções dentro do grupo atualmente?

As minhas funções enquanto diretor comercial passam acima de tudo por liderar a ‘minha’ fantástica equipa comercial e podermos ajudar a empresa a desenvolver e consolidar a sua posição no mercado português, ajudando a construir pontes e fortes ligações junto dos nossos parceiros comerciais que são as agências de viagens. Estamos num negócio de pessoas para pessoas e, por isso, mesmo as relações interpessoais são fundamentais para nós e fazem parte do nosso ADN e dos valores, enquanto empresa.

Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?

Existiram de facto alguns momentos marcantes nos meus 22 anos de carreira, felizmente foram mais positivos do que negativos mas todos tiveram certamente um propósito e, de diferente modo, contribuíram para eu poder aprender e evoluir, não apenas como profissional mas também enquanto ser humano.

Talvez possa indicar um momento que tem um pouco dos dois fatores, a minha inesperada saída da Soltour depois de mais de uma década na empresa onde eu tinha feito praticamente toda a minha carreira profissional até então (e à qual estou grato pela aprendizagem que me proporcionou durante esses anos).

Esse momento coincidiu precisamente com a oportunidade de fazer parte da equipa da MSC e de entrar no setor dos cruzeiros, que era na altura um mundo novo e totalmente diferente em relação ao que tinha sido o meu percurso profissional.

Foi um projeto super desafiante mas que me permitiu iniciar uma nova relação profissional e também crescer imenso profissionalmente ao longo destes anos, e aí estou absolutamente grato ao Eduardo Cabrita pela confiança que tem depositado em mim e às oportunidades e responsabilidades que me tem atribuído ao longo deste percurso e que são o sinónimo dessa confiança mútua que existe.

Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?

Todos os anos nos trazem desafios, estes últimos três anos têm sido ainda mais desafiantes, infelizmente por motivos diferentes do que imaginávamos mas que, ao mesmo tempo, nos têm permitido reorganizar, estabelecer novas metodologias de trabalho, melhorar a forma de lidar com adversidades e também perceber quem são os nossos verdadeiros parceiros.

Este ano temos o desafio principal de trazer o setor dos cruzeiros de volta ao ponto em que estava antes do Covid. Enquanto companhia, destaco as importantes estratégias e decisões ao nível dos protocolos de higiene e segurança que permitiram a retoma da atividade do sector dos cruzeiros durante a Pandemia.

Vamos também continuar o nosso projeto de crescimento e aumento da frota e do qual nunca nos desviámos mesmo perante as últimas adversidades e a prova disso mesmo são os cinco novos navios que inaugurámos desde 2020 ( MSC Virtuosa, MSC Seashore, MSC Seascape, MSC World Europa e MSC Euribia (será oficialmente inaugurado em junho 2023 mas já a ser comercializado).

O nosso setor foi talvez um dos mais afetados e um dos que mais tem demorado a restabelecer-se, mas estamos plenamente confiantes no nosso trabalho e orgulhosos do nosso percurso enquanto companhia porque a MSC tem sido uma empresa sempre na vanguarda do setor, aliada ao caminho na liderança da sustentabilidade, com o compromisso para sermos líderes ambientais no setor marítimo global.