Uma carreira na distribuição com Tiago Branco

Ambitur.pt prossegue com a rubrica “Uma carreira na distribuição”, dando a conhecer melhor os profissionais deste setor turístico. Fique hoje com Tiago Branco, contracts manager da World2Meet Portugal.

Tiago nasceu em Cascais, a 18 de dezembro de 1979, e a sua infância foi passada pela zona do Estoril, com o mar, a música e o desporto a fazerem sempre parte da sua vida. As memórias desses tempos levam-nos à praia, ao mar e a muitas horas na rua, a jogar futebol ou a inventar brincadeiras.

Embora tenha sido no turismo que o seu percurso profissional acabou por se concretizar, não foi esta a sua formação inicial. Formou-se como Técnico de Audiovisuais e especializou-se em áudio, captação de som e masterização, tanto para música como para cinema ou ficção. Por volta do ano de 2002, Tiago Branco percebeu que, apesar da paixão pela música e pelo meio artístico, e de ter iniciado a sua vida profissional neste meio ainda muito jovem, necessitava de algo mais seguro para ter uma maior estabilidade. E então decidiu agarrar uma oportunidade na Viagens Abreu, onde tudo começou.

Como e quando iniciou a sua carreira no turismo ?

A minha carreira no turismo iniciou-se em 2002, quando decidi aproveitar uma oportunidade na Abreu, mais propriamente no DMC em Lisboa, onde fiquei inserido na área de transfers, excursões e guias. Tinha como principais funções dar suporte tanto às restantes áreas do DMC (Congressos, Eventos, Incentivos, Circuitos) como também a toda a rede de lojas que tinha necessidade de contratar este tipo de serviços. Uma função bastante multi-tasking.

Em finais de 2006 mudei internamente para o Abreu Online, projeto que estava a começar a ser lançado e onde comecei a fazer contratação de fornecedores, tanto de hotéis como de serviços terrestres, e desde então estou ligado à contratação.

O que o apaixona no turismo ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?

O turismo e as viagens têm algo de especial, de mágico ou talvez até romântico. Penso que está na nossa génese saber criar ou programar viagens, poder descobrir ou explorar. Depois, a nível de incoming, temos uma necessidade enorme de receber, fazê-lo bem feito e dar a conhecer o melhor que temos no nosso país. A importância que o nosso setor tem na economia, as oportunidades de emprego que gera, as oportunidades que surgem dentro das empresas, o poder até mesmo mudar a vida de alguém que faz uma viagem especial… Este é para mim o grande encanto desta industria e é algo que muito me orgulha.

A chegada à atual empresa deu-se quando e como?

Em 2016 recebi um convite para fazer parte da W2M. Quando me foi apresentado o projeto por parte do Duarte Correia percebi imediatamente que era um projeto vencedor e irrecusável, tanto pela dimensão do mesmo como por poder trabalhar de perto com alguém com tamanho know-how e que tanto tem feito pelo nosso setor.

A estrutura base da W2M vinha da NT Incoming, mas agora com novo nome e fazendo parte do grupo Iberostar, liderado por gigantes da área da distribuição tanto a nível nacional como internacional. Foi uma mudança muito desafiante, que exigia muito trabalho, contratar muitos hotéis em relativamente pouco tempo. Basicamente, fazer acontecer o mais rápido possível e de forma a obter resultados quase imediatos. Montou-se uma equipa muito boa, com enorme conhecimento e reconhecimento por parte do mercado e em poucos anos chegámos a valores muito interessantes.

E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo até aos dias de hoje?

Desde 2016 que faço parte da área de contratação de hotéis, tanto em Portugal como Cabo Verde. Estou inserido na W2M Bed Bank que, depois internamente, alimenta também outras marcas da empresa como a W2M PRO ou a Newblue.

Como define as suas funções dentro do grupo atualmente?

Tenho como função principal a coordenação da equipa de contratação e faço também contratação de alguns destinos e produtos. Basicamente gerimos a interligação entre as necessidades dos nossos clientes e dos nossos parceiros, bem como o acompanhamento das exigências que nos chegam da Direção em termos de implementação de estratégias de compra.

Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?

Destaco três momentos muito positivos: 1. A entrada na Abreu que me permitiu criar o que considero uma excelente base profissional. Poder aprender e crescer com uma cultura de empresa muito forte e muito bem direcionada, com altos valores humanos. 2. A mudança para o Abreu Online que me deu os primeiros contactos com a contratação nacional e internacional, todo o trabalho que foi feito neste departamento e constante evolução ao longo de 10 anos. 3. Claro, a mudança para a W2M. Um desafio pessoal muito estimulante que chegou na altura certa da minha vida e que hoje me permite viver o dia-a-dia da empresa de uma forma muito positiva e olhar para um futuro muito promissor para todas as nossas marcas.

O momento menos positivo claro que foi a pandemia, que nos criou um “vazio” de dois anos em que reinaram a incerteza e a insegurança. Infelizmente o nosso setor foi dos mais afetados, mas demonstrámos uma resiliência brutal e, neste momento, podemos dizer que o Turismo está em franca recuperação.

Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?

O ano está a arrancar de uma forma bastante positiva e penso que os principais desafios passam pela consolidação de estratégias de compra mais agressivas que vêm sendo implementadas e também pela consolidação e manutenção das equipas.