Uma carreira na Hotelaria… João Freitas

Dando seguimento a esta nova rubrica onde queremos dar a conhecer a carreira dos profissionais do setor hoteleiro em Portugal, hoje destacamos João Freitas, diretor geral do Lutecia Smart Design Hotel, em Lisboa. João Freitas, apesar de ter nascido a 13 de janeiro de 1970 em Alpiarça, distrito de Santarém, foi viver com apenas um ano para Lagos, no Algarve. Este facto acabou por mudar completamente o seu crescimento e formação. O profissional admite que o contacto permanente com o Turismo despertou nele uma certeza de que queria estar ligado a esta indústria. E não nega que, quando o verão chegava e a cidade se enchia de turistas, “era sempre uma enorme alegria”. Em 1988 veio para Lisboa e ingressou no curso superior de Gestão Hoteleira da Universidade Internacional, que concluiu em 1991.

Como e quando iniciou a sua carreira no turismo/Hotelaria – quais os primeiros passos?
Os primeiros passos após o final do curso e concluir o serviço militar (na altura era obrigatório), foram dados em 1993 com a gestão de dois restaurantes na área de Lisboa. Em janeiro de 1995, ingressei no recente Hotel da Costa da Caparica como promotor corporate. Foi uma passagem curta, pois em maio de 1995, fui convidado para ser Account Manager da companhia área British Airways. Durante nove anos fui passando por vários cargos e responsabilidades dentro da companhia, saindo quando era Senior Account Manager responsável pelas grandes contas e todos os contratos corporate. Os anos na aviação comercial foram importantíssimos pois o revenue management e a distribuição da hotelaria são inspiradas na aviação. Em 2004 Ingressei nos hotéis Belver como diretor de vendas e marketing de um grupo que na altura tinha nove hotéis pelo país. O Hotel Regency Chiado surgiu em 2005, onde desempenhei as funções de diretor geral, um boutique hotel de 4 estrelas de 40 quartos na baixa, numa altura em não existiam quase hotéis na baixa.

O que o apaixona no setor hoteleiro e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?
É uma indústria onde fazemos as pessoas felizes, o prazer de ver um cliente satisfeito é fantástico. Torna-se um “bichinho” este prazer em servir, em satisfazer, em inovar. Por isso se diz muitas vezes que a
hotelaria é para quem gosta não para quem quer um emprego.

Por outro lado, como também tenho as funções de diretor comercial, o contacto com clientes de diferentes países, de diferentes culturas, é muito enriquecedor e faz com que as horas passadas a fazer promoção sejam uma aprendizagem constante.

A chegada ao atual hotel deu-se quando e como?
Em 2006 sou convidado para assumir as funções de diretor geral e diretor de vendas e marketing do Hotel Lutécia, um quatro estrelas com 175 quartos que tinha acabado de ser remodelado. Foi um grande desafio pois passava de um pequeno boutique hotel para um hotel com quase 200 quartos e que tinha muito trabalho a fazer na parte operacional e também na área comercial.

E qual tem sido o seu percurso até aos dias de hoje?
Já são quase 17 anos neste hotel, com muitas mudanças, especialmente com a total remodelação do hotel, com um novo nome – LUTECIA Smart Design Hotel – e um reposicionamento da marca. Durante este longo período, para alem das alterações no produto, foi também feito um grande trabalho de motivação e formação das equipas para poderem corresponder com o serviço adequado. Na área comercial alargamos a nossa promoção a novos mercados e diferentes segmentos, de forma a diversificamos o mais possível e não estarmos dependentes de um tipo de cliente apenas.

Como define as suas funções dentro do grupo atualmente? E que tipo de gestão procura fazer em termos de equipa?
As funções mantêm-se as mesmas, direção geral e direção de vendas e marketing. Tenho uma gestão muito próxima dos meus chefes de departamento e delego muito neles, pois com as funções comerciais
tenho de me ausentar bastante, mas tenho uma equipa em quem confio totalmente.

Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?
Os mais positivos são, sem dúvida, o reconhecimento do trade, do fantástico trabalho que fizemos e continuamos a fazer, num Hotel agora completamente novo e atual, que vai continuar a apresentar novidades e melhores condições para os seus clientes.

Os menos positivos foram, obviamente, a pandemia e o facto de termos estado fechados durante três meses, e um ano meio de procura quase inexistente.

Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?
Os nossos próximos desafios passam pela abertura de uma piscina infinity e de um bar com vista 360º no terraço do hotel, uma esplanada de apoio ao Restaurante que também sofrerá uma mudança visual de conceito. A nível de resultados teremos um 2023 muito desafiante, pois 2022 foi o melhor ano de sempre de um hotel já com 53 anos.