Uma carreira na Hotelaria… Manuel Duarte

São muitos os profissionais que escolheram a Hotelaria para dedicar a sua vida profissional. E é estes que procuramos trazer nesta rubrica da Ambitur.pt, mostrando o percurso que os trouxe até aqui. É a vez de Manuel Duarte, administrador de Operações do Grupo Hoti Hoteis.

Define-se como uma pessoa “apaixonada pela vida com foco na proximidade de família e amigos”. Casado e com uma filha, Manuel Duarte nasceu a 11 de agosto de 1961, em Lisboa. E recorda os tempos de infância entre Alter do Chão, Abrantes, Tramagal e Tercena (Oeiras). As férias, essas, eram passadas ora no Pombalinho, no Ribatejo, na casa dos avós paternos, ora em Benfica, na casa dos avós maternos. Mas não hesita em afirmar que foi uma infância “muito feliz” com dois irmãos e uma irmão mais velhos. Manuel adianta que o local mais marcante foi mesmo Tercena, e aí passou grande parte da sua infância e adolescência, num bairro pequeno onde se criaram amizades indestrutíveis que ainda hoje perduram e se prolongam em convívios regulares.

Manuel Duarte optou pelo curso de Gestão e Técnica Hoteleira, depois de ter trabalhado dois anos no Algarve, no início da década de 1980, tendo sido “contagiado” pelo “bichinho do fenómeno turístico com a quase necessidade de me relacionar com quem nos visita”, explica. E sublinha que este foi, sem dúvida, um “match” feliz entre as exigências da profissão e “a minha maneira de ser”.

O profissional aponta ainda a Madeira e o Porto Santo, que conheceu já em adulto, como destinos importantes na sua carreira. Foi aí que estagiou e 12, anos depois, aí regressou para trabalhar durante 17 anos, proporcionando-lhe “momentos inesquecíveis e fortíssimas amizades”.

Fanático pelo Benfica, Manuel Duarte não nega que o seu hobby serão sempre as pessoas, assumindo o respeito pelo espaço dos outros e adotando o lema de vida “Tentar perceber, antes de julgar”.

Como e quando iniciou a sua carreira na Hotelaria?

Fiz o curso de Gestão e Técnica Hoteleira na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, entre 1984 e 1987.

O que o apaixona no setor hoteleiro e ainda hoje o faz continuar a querer estar nesta indústria?

Muito sucintamente: paixão pelas pessoas (colaboradores; clientes; parceiros de negócio) e proporcionar o melhor a quem nos visita.

A chegada ao atual grupo deu-se quando e como?

Regresso do Brasil, do Dom Pedro Laguna, em Fortaleza, em março de 2019. Já tinha trabalhado no grupo, no Meliá Madeira. O grande objetivo pessoal era voltar a ter base em Lisboa. O convite satisfez essa minha ambição e profissionalmente era um projeto irrecusável no âmbito da realização profissional, de alguém com quase 40 anos de carreira!

E qual tem sido o seu percurso dentro deste grupo hoteleiro até aos dias de hoje?

Em 2010 fui diretor do Melia Madeira durante dois anos e meio. No regresso, em 2019, assumi a administração de operações até hoje.

Como define as suas funções dentro do grupo atualmente? E que tipo de gestão procura fazer em termos de equipa?

Diariamente desafiante pela dimensão do universo Hoti, com 18 unidades (2857 quartos) num ramo tão encantador como desgastante. Agrada-me o facto de a minha rotina ser… a falta dela, ou seja, não tenho dias iguais, o que os torna muito absorventes.

O tipo de gestão é sobretudo de proximidade e disponibilidade junto dos dois DROs e diretores de hotéis.

Ajudou muito ter tido uma carreira com forte investimento no crescimento dentro das operações até chegar a cargos de chefia e direção hoteleira.

Quais os momentos que o marcaram mais ao longo do seu percurso profissional – os mais positivos, que mais contribuíram para o seu progresso profissional; e os menos positivos, que mais dificultaram a sua tarefa?

Positivos: o reconhecimento do trabalho desenvolvido nas duas dimensões. A primeira a dos acionistas, e a segunda a dos colaboradores. Dá-me igualmente particular gozo encontrar alunos que mencionam terem gostado das minhas aulas (sempre na área da Hotelaria).

Negativos: projetos que não tiveram pernas para andar, muito angustiantes. Noutro âmbito, o facto de ter de reportar a pessoas cujas competências na área eram nulas (apesar de competentes noutras áreas que não hoteleiras).

O grande desafio que abracei foi ter ido para o Porto Santo em 1997 onde, durante sete anos fiz parte da colocação da ilha no mapa turístico, na altura nada conhecido! Direção de três hotéis na ilha e promoção dos mesmos nos diferentes mercados emissores.

Quais os principais desafios que profissionalmente tem pela frente este ano?

Retenção de talento, elaboração e sobretudo execução de planos de formação. Face às conhecidas ameaças a nível de custos operacionais, conseguir mudar alguns paradigmas na gestão operacional das unidades. E constante melhoria na planificação e metodologias no controlo de gestão.