Universidade Europeia promove Research Networking, numa tentativa de reinventar o turismo

A Universidade Europeia (UE) irá organizar a Research Networking, uma conferência internacional sobre a investigação em turismo, a decorrer entre 3 e 6 de julho, no Hotel Monte Belo, em Viseu. A Ambitur aproveitou a ocasião da apresentação do evento para debater o papel da investigação científica no setor com Antónia Correia, diretora da Escola de Turismo, Hotelaria e Desporto da UE.

Os participantes vão ter a oportunidade de desenvolver “abstracts” inovadores e disruptivos, juntamente com pessoas de outros países e com alguns dos melhores investigadores do mundo, de modo a reinventar a investigação em turismo.

Antónia Correia refere que esta conferência surge da crença de que “juntos podemos fazer muito” e que “abre as portas do mundo da investigação a todos os que querem entrar mas esbarram nos processos de revisão exigentes que as revistas impõem”.

Além disso, o evento visa combater a excessiva contextualização geográfica dos estudos em turismo: “Ao promovermos investigação em grupos de várias nacionalidades, estamos exatamente a resolver esta situação e a permitir que os modelos sejam aplicados em várias culturas e em contextos completamente diferentes”.

A investigação em turismo é fascinante e complexa
Antónia Correia defende que apesar do turismo ser um negócio é também uma relação entre pessoas, o que torna a sua investigação fascinante e complexa. “É uma área do saber multidisciplinar, com particularidades que fascinam mas que complicam a dinamização de estudos. Estamos a falar de pessoas e quando falamos de pessoas todos os resultados são possíveis”, explica. Além disso, na opinião da investigadora, o “turismo é tudo. Começa muito antes da viagem se iniciar e acaba muito depois ou nunca acaba”.

A diretora garante que sem investigação não há inovação e que esta é uma forma de fazer prosperar o turismo. No entanto, o estudo em turismo revela-se, ainda, “incipiente”, existindo um longo caminho a percorrer. “É preciso reinventar as temáticas e ter novas abordagens porque as dinâmicas societais, os estilos de vida e as acessibilidades aos destinos estão a mudar”. Contudo, a investigadora diz que Portugal tem conseguido reinventar a investigação em turismo.

Antónia Correia garante que a investigação em turismo pretende diminuir o gap entre a indústria e a academia mas que “é preciso que a indústria se aproxime de nós e que nos traga novas questões e novos desafios, para que aquilo que estamos a estudar esteja em estrita consonância com aquilo que eles realmente precisam de saber. Estamos todos convocados a contribuir para mantermos a posição do melhor destino do mundo”, explica.

A diretora da Escola de Turismo, Hotelaria e Desporto da Universidade Europeia deixa um apelo aos hoteleiros: “Esta nova geração, também porque tem um acesso à informação privilegiado, tem um conhecimento, uma cultura e uma visão muito mais crítica e, portanto, vale a pena ouvi-los. Oiçam-nos”.