SANA Hotels: “Vai haver crescimento claramente este ano, mas é um ano desafiante”

O grupo hoteleiro SANA prepara-se para reabrir uma «nova» unidade em Lisboa, dois anos depois de ter encerrado o Sana Executive, em Lisboa, e consolidar a operação da mais recente aquisição em Paris, o Auberge du Jeu de Paume, no distrito de Chantilly, com a plena integração do hotel nos seus procedimentos. Em declarações a ambitur.pt, Paulo Monge, diretor-geral de vendas, antevê um crescimento do volume das receitas este ano, ressalvando ser necessário um acompanhamento da questão da oferta de lugares e das tarifas aéreas na Europa.

O ano de 2023 começou muito bem para os hotéis SANA, resultando num ano de continuidade da onda de crescimento verificada pós-pandemia, mas com o registo de algum abrandamento em outubro/novembro no cliente de lazer. No entanto, em termos do MICE, foi um ano muito bom para o grupo, em resultado da recuperação verificada neste segmento para a cidade de Lisboa. No Algarve, a realidade foi semelhante, onde sentiram a seguir ao verão alguma queda, principalmente do mercado nacional.

Com este ponto de partida, Paulo Monge avança que “estamos convencidos que 2024 vai ser outra vez um ano muito bom. Vai haver crescimento claramente este ano, mas é um ano desafiante. Principalmente nos mercados europeus e pelas informações que temos pelo custo da aviação, que está muito alto”. Para o responsável, este fator poderá refletir-se no facto de os clientes de lazer encurtarem a estadia média, algo que já se verifica nas primeiras semanas do ano. No entanto, o otimismo impera, para o diretor-geral de vendas: “Temos tido crescimento no mercado americano, que tem sido uma coisa muito boa para a cidade de Lisboa e estamos muito expectantes com os voos da United para o Algarve, dos EUA, a partir de maio. Falamos de quatro voos semanais, de mil pessoas por semana para o Algarve. Se nada de mal acontecer vai ser mais um ano muito positivo para nós”. Continuando, refere o responsável que ao nível do MICE as expetativas para 2024 são muito boas, pois “Lisboa continua a ser uma cidade fantástica, com muito boas condições para oferecer”. No entanto, o responsável volta ao grande desafio para este ano: “o nosso «question mark» para este ano tem a ver com a parte da aviação: se esta continua a trazer mais aviões para o mercado e se consegue estabilizar os preços”. Para o mercado do Algarve o grupo também considera crescer bastante. Relativamente aos hotéis fora de Portugal: “a nossa unidade em Berlim está com as operações a correrem muito bem. A nova unidade em Paris, Auberge du Jeu de Paume, no distrito de Chantilly , tem um plano de desenvolvimento, sendo uma unidade mais pequena com 92 quartos, no segmento de luxury leisure, que nos colocou a bandeira SANA em França, num mercado importantíssimo para nós. Em Angola as operações correm bem”.

A grande novidade da SANA Hotels para este ano é o Evolution Valbom. “Abrimos em outubro o Evolution Cascais e vamos abrir este ano, no primeiro semestre, o Evolution Valbom, que é o antigo SANA Executive que foi fechado há dois anos, que foi totalmente remodelado e ao qual foram acrescentados mais alguns quartos num prédio ao lado”. Apesar do grupo ter hotéis em «pipeline», ainda não pode avançar com informações sobre os mesmos. Relativamente ao Evolution Valbom, explica Paulo Monge, “esta unidade vem na onda do segmento Evolution, começámos com este marca no Saldanha, em Lisboa, seguiu-se em outubro Cascais, agora na Avenida Conde Valbom, em Lisboa. Este é um conceito lifestyle, trazendo sempre coisas novas e aproveitando o roof top cujo acesso é pelo exterior da unidade, que vive muito da comunidade local também, não é um hotel apenas para o turista que vai e dorme, queremos que seja também um hotel para a comunidade envolvente da unidade, seja para beber um copo, ter uma reunião, vamos ter um coworking muito forte dentro desta unidades, por exemplo”.

Em declarações a ambitur.pt durante a FITUR, o responsável conclui abordando o mercado espanhol: “é importantíssimo para todas as regiões fora de Lisboa, por exemplo para Sesimbra é fortíssimo, assim como para as Caldas da Rainha. Para Lisboa também. Este é um mercado que continua a crescer para Portugal, sendo que nem todo o mercado precisa do avião para as suas deslocações até nós, e que seguramente vai crescer bastante”.

Por Pedro Chenrim, na Fitur, em Madrid