Vamos a Macau: “Portugal e Lisboa podem olhar para o gigante mundial que é a Ásia através de uma janela particularmente bem posicionada que é Macau”

No arranque do roadshow “Vamos a Macau”, que teve lugar ontem, dia 17, em Lisboa, Diogo Moura, vereador da Câmara Municipal de Lisboa foi um dos oradores e salientou que “as relações entre Lisboa, Portugal e Macau são seculares e profundas” e vão muito para além da geografia e das regiões administrativas”. E acrescentou que estas ligações têm, “e pretendemos que continuem a ter, de forma reforçada e projetada, dimensões de caráter histórico, cultural e humano e, com estas, e por meio destas, um alcance estratégico”.

Para o responsável, “Macau não é apenas parte da história portuguesa. Macau é um exemplo vivo e vibrante da convivência entre culturas”. Ou seja, é um símbolo dos contributos de Portugal para o mundo, da capacidade de integrar, valorizar a diversidade e construir pontes entre culturas, povos e civilizações. Não tem pois dúvidas de que Lisboa e Macau têm múltiplas pontes a uni-las. Não só o fator da língua portuguesa, que continua a ser a língua oficial e de ensino em Macau, mas ainda o facto de os povos se respeitarem, partilharem afeitos e nutrirem um sentimento mútuo de pertença.

Por isso mesmo, Diogo Moura acredita que “um percurso histórico partilhado, com um passado circular, com uma comunhão de tradições e saberes, é um enorme estímulo a uma visão em comum projetada no futuro”, sendo Macau uma “ponte enorme” entre o Oriente e o Ocidente, e Lisboa também.

Para o vereador, hoje esta ligação “deve ser relevada com um novo vigor, com base nas oportunidades que o século XXI oferece e que ainda há de criar”. E não hesita em afirmar que “Portugal e Lisboa podem olhar para o gigante mundial que é a Ásia, com a sua relevância geopolítica e o fulgor socioeconómico, através de uma janela particularmente bem posicionada que é Macau. Da mesma forma que Macau tem em Portugal, especialmente em Lisboa, uma porta de entrada estratégica para a Europa, para os países de língua portuguesa e para o mundo lusófono”.

Diogo Moura explica que são estas potencialidades e cooperação estratégica, a vários níveis, que “importa cultivar e reforçar”. E aqui explica que é impossível falar de uma visão de futuro sem sublinhar o papel da cultura, da juventude, da educação, da ciência e da inovação, recordando que as universidades portuguesas e macaenses têm desenvolvido parcerias, programas de intercâmbio e investigação em conjunto.

“Este é um dos maiores investimentos que podemos fazer”, aponta o vereador da Câmara de Lisboa, “formar gerações que compreendam o valor da diversidade cultural, do conhecimento partilhado e do pensamento aberto e global”: no setor económico e financeiro, na economia digital, no turismo sustentável e nas designadas indústrias criativas, áreas em que “Macau e Lisboa podem colaborar ainda mais e melhor”.

O responsável apela pois a que se consolidem os canais que já existem e que outros sejam criados para a aproximação e fluidez das empresas, governos, autarquias locais e instituições culturais. “A ligação entre Macau e Lisboa exige compromisso e exige ação”, remata.

Por Inês Gromicho

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