“Vamos ter que nos adaptar a essa nova realidade”

“É óbvio que, se uma parte dos nossos fornecedores, como são as companhias aéreas, mudam a sua filosofia de distribuição, nós vamos ter que nos adaptar a essa nova realidade”, considera Fernando Brandés, diretor-geral da Soltrópico. O responsável participou na mesa-redonda promovida no âmbito da Convenção da Airmet (da qual a Ambitur fez parte), este fim-de-semana, na Figueira da Foz. O mote foi “Os novos desafios da distribuição turística” e o orador abordou algumas das questões que têm agitado o setor da distribuição das agências de viagens pela Europa e especificamente em Portugal.

Para Fernando Bandrés, “comos operadores turísticos somos no fundo como uma agência de viagens. É óbvio que se uma parte dos nossos fornecedores, como são as companhias aéreas, mudam a sua filosofia de distribuição, nós vamos ter que nos adaptar a essa nova realidade”. Sendo assim, o responsável destaca que “falamos muito de tecnologia e vamos ter de acompanhar também essa evolução. Concordo que quem marca as tendências do consumo não somos nós, mas o consumidor. E, de facto, a forma do consumidor comprar é completamente diferente do que era há dois anos”. Para Fernando Brandés isso abre efetivamente novos desafios, “mas concordo também que a nossa indústria já passou por desafios muito assustadores e, anos depois, cá estamos todos a discutir novos desafios. Acredito que a nova situação em que estamos, com mudanças a nível de legislação, de distribuição, o deixarão de ser daqui a uns anos e voltaremos a ter de enfrentar outros”.

Sendo assim, “no nosso caso, e por enquanto, o único canal de distribuição são as agências de viagens. Estamos no entanto a encarar uma forma diferente de comunicar com o consumidor, todos já estamos nas redes sociais. Antes não tínhamos praticamente diálogo com o consumidor final e hoje em dia já o temos, com as vantagens e inconvenientes que isso tem”, frisa.

Olhando para o futuro, o responsável destaca que “o nosso principal desafio vai ser a nível tecnológico, conseguir adequar os nossos sistemas de distribuição para que os produtos cheguem ao retalho da melhor forma no sentido de conseguirem cativar o consumidor”.

Para Fernando Bandrés, em relação ao valor acrescentado, “a nossa sobrevivência, e aqui falo no global, passa por conseguirmos apresentar ao consumidor um valor que não encontre numa loja virtual, no e-commerce. A força da nossa atividade é a confiança que o consumidor tenha em nós”. Por outro lado, “o aconselhamento cada vez vai ser mais importante, de forma a que o consumidor reconheça em nós uma tarefa de aconselhamento que nunca irá encontrar na internet. Este é o principal desafio que o retalho e distribuição têm”. O diretor-geral da Soltrópico também não esquece que “o caminho passa por especialização. Sentimos cada vez mais a necessidade de que o nosso pessoal seja especializado no destino que está a vender. Os operadores cada vez terão que ser mais especialistas nos destinos que apresentam ao mercado. Há que acrescentar valor na cadeia da distribuição”.

Este artigo faz parte de um conjunto que Ambitur irá publicar ao longo desta semana sobre a Mesa Redonda “Os novos desafios da distribuição turística” que juntou Francisco Teixeira –Country Manager at Royal Caribbean; Fernando Bandrés – Soltrópico TO General Manager; Miguel Quintas – CEO at Consolidador.com; Gavin Eccles – CCO at SATA; e Patrick Hedley – Country Manager at Lufthansa Group. A Ambitur juntou-se a este painel como moderador e a este lote de convidados.

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