A sexta edição do Fórum do Turismo Interno terminou ontem, dia 22. O evento, organizado pelo Turismo Centro de Portugal, decorreu em Castelo Branco e teve um balanço positivo, tendo sido o “mais forte” e aquele que “reuniu mais participantes”, afirmou Pedro Machado, em conferência de imprensa. O presidente do Turismo Centro de Portugal (TCP) revelou que foram recebidas “620 inscrições reais” com a participação de 426 pessoas nos vários painéis. Em comparação com a edição anterior, houve a participação de “mais de 40 oradores” e, no jantar de gala, estiveram 300 pessoas. O dirigente não deixou de elogiar “todo o trabalho crescente e consistente na descentralização” do “Vê Portugal”.
Pedro Machado destaca que, neste encontro, ficou bem presente um “reforço do olhar” sobre o que representa o mercado interno (mercado português) e, ainda, o “potencial de crescimento associado ao mercado nacional” que é determinante para regiões como o “Centro, o Alentejo, o Norte ou os Açores. Hoje sai um compromisso nacional sobre a importância do mercado interno” para “continuar a reforçar a aposta da estratégia de aproximação do mercado interno”. Nesta linha, o responsável afirma que a estruturação de produtos é uma garantia, como os casos do “turismo cinematográfico, o turismo náutico, o turismo médico ou o turismo religioso”.
No entanto, o presidente do TCP destaca que são evidentes as preocupações para o futuro. O processo de descentralização é um dos exemplos até porque “deixa-nos muitas reservas sobre como será o dia seguinte”, seja no “modelo de governação” seja na “gestão de expectativas” que “estão criadas para as próprias organizações de municípios”. O responsável diz que o Fórum serviu para perceber que “há contradições sobre modelo de descentralização” enquanto se anda “à procura de qual será o (seu) impacto”. O responsável do TCP questiona “porque não construímos uma nova resposta aos desafios da promoção”, revendo o modelo confiado às entidades regionais de Turismo (ERT). Pedro Machado defende um “processo de convergência” entre o modelo atual que envolve as ERT e as agências de promoção externa para uma “solução comum”, aproveitando o processo de descentralização.
A revisão da Lei 33 foi igualmente uma preocupação neste Fórum. Em 2013, o documento teve “alguns aspetos que não mereceram relevância” mas “hoje percebemos que têm alguns entraves” como a “autonomia administrativa e financeira” que, defende, deveria estar centrada no Ministério da Economia, que tutela a atividade turística, e, atualmente está centrada, e muito “limitada”, no Ministério das Finanças.
Outro ponto que mereceu a atenção do presidente do TCP foi o facto de “muitas das competências” que estão nas esfera do Turismo de Portugal “poderem e deverem passar para a esferas das ERT’s. Existe uma panóplia de serviços que poderiam proceder das entidades”, considera. Finalmente, o “trabalho de concertação” entre as comunidades intermunicipais “e o que vai ter de ser feito” implica “um novo relacionamento entre aquilo que é a esfera do trabalho regional e aquilo que vai ser o trabalho subregional, distribuído nas comunidades intermunicipais”, sustenta Pedro Machado
O presidente do TCP destacou a necessidade de “abrir a porta” do Turismo para “dentro da esfera do Estado português. Deveríamos ter um Ministério do Turismo” no próximo Quadro Legislativo, em outubro de 2019, considera. Pedro Machado diz que a criação deste organismo é um “passo qualificado e quantitativo naquilo que representa o Turismo em Portugal”, além do facto do turismo ser a “principal indústria que exporta serviços” e ter uma “transversalidade que nenhum outro setor tem”, remata.