“Vê Portugal”: País “está a desenvolver-se como um hub global do ponto de vista do turismo”

“Vê Portugal” é o tema da sexta edição do Fórum do Turismo Interno, promovida pelo Turismo Centro de Portugal. O Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, é o palco deste encontro que começou esta terça-feira e termina hoje.

Orador no painel dedicado ao “Turismo 4.0 – Portugal, Hub de Inovação Digital”, Sérgio Guerreiro disse em exclusivo à Ambitur.pt que o nosso país é o “14.º destino mais competitivo do mundo”. Por esta razão, o coordenador da Direção de Gestão do Conhecimento do Turismo de Portugal sublinhou que “estar na vanguarda da inovação” no setor de “geração de novas ideias e de ser mesmo um destino trendy” passa pela capacidade de “aglutinar valor” em torno do setor, trazendo a “incorporação de tecnologia”, bem como “uma geração constante de novas ideias e produtos”. Nesta vertente, Portugal vai tornar-se “mais atrativo”, valorizando o que é a “nossa indústria”, acrescenta. Não há dúvidas de que Portugal tem todas as condições para captar turistas mas, segundo o responsável, tem também que “exportar o seu know how de tudo o que são os seus produtores de bens e serviços da indústria”, ou seja, “tudo o que está ligado à cadeia de valor do setor” e na “incorporação da tecnologia”. Sérgio Guerreiro é perentório ao afirmar que “não há razão nenhuma para que novas soluções tecnologias não possam nascer nas nossas escolas”, dando como mote “o talento dos nossos alunos” e com as “startups que estamos a desenvolver”.

Portugal é “líder nas políticas de apoio à inovação no turismo”

Nesta vertente, o Turismo de Portugal desenvolveu a estratégia “Turismo 4.0”, assente em “quatro pilares fundamentais”. O projeto passa por fomentar a cultura empreendedora, significando que, no futuro, “os trabalhadores na indústria sejam eles os próprios empreendedores”, gerando “valor” para as empresas onde vão trabalhar e criando “novas ideias de negócio”. Num segundo nível, a estratégia quer “tornar a inovação fácil” num processo em que o Turismo de Portugal tem feito um trabalho de “pain points” do processo de inovação “eliminando as suas barreiras”. Num terceiro aspeto, a estratégia remete para o ecossistema onde a inovação acontece. “Há muita gente a fazer muito trabalho na área de geração de novas ideias”, garante Sérgio Guerreiro. Aquilo que o Turismo de Portugal tem feito é “conceber um programa” com protocolos com 37 incubadoras”. Todos os anos, a entidade lança uma call “para programas de aceleração e de geração dessas ideias” com resultados muito positivos: “Este ano, vamos ter 18 programas no terreno”, resultando num investimento de mais de um milhão de euros. E vamos ter 350 startups a trabalhar nos desafios do setor”, acrescenta. O último pilar da estratégia tem que ver com o financiamento e modo como “conseguimos ajustar os instrumentos de apoio financeiro que temos ao nosso dispor” para viabilizar “estas” ideias de negócio.  

No que toca aos desafios, Sérgio Guerreiro aponta que, na área do digital, a digitalização e a “capacitação do setor para os desafios que o digital traz” são os elementos fundamentais. Além disso, alerta para o facto de a tecnologia poder ser “um vetor de transformação de desafios” como a “sustentabilidade, a mobilidade e a melhoria da experiência dos turistas nos destinos”.

Para potenciar o desenvolvimento destas ideias, o Turismo de Portugal juntou-se a empresas do setor privado (ANA Aeroportos; Via Verde; BPI; NOS, Millennium, Microsoft e Google) que, apesar de não serem do setor,  “têm em si o know how, a experiência e a rede internacional” que podem ajudar a solucionar alguns dos problemas. O Tourism Innovation Center foi criado em fevereiro deste ano e é assim um “veículo” e um “acelerador” dos desafios que “temos pela frente”. Neste momento, “estamos num processo de definição da nossa visão” e do “plano de ação para os próximos anos”.

Quando comparado com os outros países, o responsável indica que a generalidade de organizações económicas internacionais, como a OMT ou a OCDE, reconhecem Portugal como “líder nas políticas de turismo e nas políticas de apoio à inovação” do setor. Sérgio Guerreiro não tem dúvidas que Portugal está a desenvolver-se como um hub global do ponto de vista do turismo: “Creio que há muito poucos países com este movimento que estamos a desenvolver”.