O segmento das viagens de cidade é o que regista maior crescimento a nível mundial, apesar dos ataques terroristas em Paris, revela um relatório da IPK World Travel Monitor para o ITB World Travel Trends. As viagens urbanas são o mercado turístico internacional de lazer que mais está a crescer à medida que Europeus, Asiáticos e Norte e Sul Americanos procuram destinos atrativos em países próximos e longínquos. A perspetiva para este segmento permanece positiva apesar do impacto de curto prazo dos recentes ataques terroristas em Paris, dizem os especialistas. Porém, tem vindo a aumentar a preocupação relativamente ao impacto das grandes massas em destinos muito populares.
O estudo indica que as viagens urbanas dispararam em 82% entre 2007 e 2014, atingindo uma quota de 22% de todas as viagens de lazer internacionais a nível mundial. Este forte aumento tem sido impulsionado pelos voos mais baratos e por alojamento low-cost, bem como por novas atrações e atividades.
O crescimento foi liderado pela região da Ásia Pacífico onde as viagens urbanas aumentaram de 15% em 2007 para cerca de 25% de todas as viagens de lazer para o exterior o ano passado. Este crescimento reflete o aumento dramático do número de Chineses que viajam para fora, muitos deles em curtas viagens para cidades asiáticas. Os sul-americanos também estão a fazer mais viagens de cidade internacionais, sobretudo dentro do seu continente. As viagens urbanas aumentaram a sua percentagem de viagens de lazer para o exterior em nove pontos percentuais para mais de um quinto no ano passado, incentivadas pelas viagens para cidades brasileiras para o campeonato mundial de futebol.
Na Europa, as viagens citadinas cresceram cerca de 20% de todas as viagens de lazer para o exterior em 2014, de cerca de 15% em 2007. Na América do Norte, as viagens urbanas representavam menos de um quinto do mercado de férias internacional em 2014. Este número ligeiramente inferior quando comparado com outras regiões deve-se em grande parte a questões geográficas já que muitos grandes destinos urbanos internacionais são viagens de longo curso para este mercado. As cidades europeias, por exemplo, são especialmente populares junto dos turistas norte-americanos e canadianos.
Hong Kong, Paris e Nova Iorque são os três principais destinos metropolitanos a nível mundial o ano passado. Hong Kong continuou a ser o número 1, quando se inlcuem viagens de residentes chineses para o território. O outros 10 destinos no topo são Londres, Macau, Banguecoque, Barcelona, Singapura, Istambul e Munique.
Limites ao crescimento?
Os especialistas em turismo estão, por outro lado, cada vez mais preocupados com o impacto das grandes massas em destinos muito populares. Veneza, por exemplo, está preocupada com o impacto de elevados números de passageiros de cruzeiros que chegam em simultâneo e invadem as estreitas ruas da cidade para ver as principais atrações ao mesmo tempo. Em Barcelona, os residentes têm sido críticos relativamente ao número de turistas que invadem o centro histórico da cidade e outros bairros.
“Isto está a tornar-se um problema em algumas cidades. Em particular, os navios de cruzeiros estão a provocar problemas com os seus grandes números de passageiros”, explica Rolf Freitag, presidente da IPK. O responsável prevê que algumas cidades possam vir a considerar impor limites ao número de visitantes nos próximos anos.