A Tour10 reuniu hoje hoteleiros e agentes de viagens num webinar sobre a crise do Covid-19 no qual Gonçalo Rebelo de Almeida avançou o desejo e esperança de reabrir unidades do Grupo entre os meses de junho e julho, aproveitando os feriados de junho para “experimentar” a reabertura das unidades com as novas medidas de segurança.
No caso da Vila Galé “corre-se atrás do prejuízo” fruto do cancelamento massivo das reservas e Gonçalo Rebelo de Almeida recorda que “os hotéis não foram obrigados a fechar” por legislação mas por força da “paragem de novas reservas” e cancelamento das existentes.
O primeiro passo do Grupo foi o “distanciamento social” e a adoção de “medidas de higienização e equipamentos de segurança” e, posteriormente, apostou-se em serviços adicionais de take-away e entregas. “Vamos lançar uma mercearia online”, adianta o administrador da cadeia portuguesa.
Atualmente a Vila Galé mantém cinco hotéis abertos, um por cada região, para receber profissionais de saúde e encontra-se, agora, na fase de “preparar a reabertura dos hotéis” entre junho e julho, meses durante os quais Gonçalo Rebelo de Almeida admite poder “haver condições para retomar a atividade”. Nomeadamente, o Grupo espera “experimentar alguns hotéis no Algarve nos feriados de junho”, conforme avançado pelo responsável.
Medidas tomadas pela Vila Galé pós Covid-19
O certo é que os hotéis vão ter de passar “uma imagem de segurança e higiene”, que aliás sempre tiveram”, e que fará parte da sua “proposta de valor”, afirma Gonçalo Rebelo de Almeida. Neste sentido, a Vila Galé baseia a sua atividade nas orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Direção Geral de Saúde (DGS) e através do novo selo ‘Clean & Safe’ do Turismo de Portugal. “Não vamos inventar recomendações”, adianta o responsável.
Algumas das medidas pensadas pela Vila Galé para transmitir essa imagem passam por um “novo portal para o hóspede” que permitirá o check-in e check-out online e a “digitalização de todos estes processos” — para reduzir a deslocação à receção — e equipas prontamente “equipadas” com “viseiras para que se veja o seu rosto” e continuem a primar pela simpatia e o bem-receber, defende o responsável. Prevê-se também uma ação de formação ao longo do mês de maio para todos os colaboradores.
A ocupação dos hotéis não será “esgotada” e seguir-se-á um “intervalo de 24 horas entre a saída de um hóspede e a entrada do seguinte” para a limpeza dos quartos. As refeições e utilização de piscinas interiores e ginásio serão alvo de “pré-agendamento”. Apesar disso, Gonçalo Rebelo de Almeida alerta que “os hotéis não podem ser vistos como hospitais ou as pessoas não vão de férias”.
“Um verão para sobreviver”
Outra preocupação do gestor é a “baixa de preços” que, na sua opinião, “só vai servir para degradar a imagem do destino e do produto”. Gonçalo Rebelo de Almeida reflete que “Portugal não tem nenhum problema de competitividade” que force os hotéis a seguir essa via. Tanto que mantém a esperança de que o mercado espanhol e o inglês comecem a reagir já este verão. Verão esse que arranca “de forma lenta e com taxas de ocupação inferiores” ao esperado. No fundo será um “verão para sobreviver”.