Vila Galé defende “estabilização de preços” até que se perceba a procura

Quando há fenómenos de queda de procura, aquela que parece ser a reação mais simples e fácil é “aplicar descontos”. Esta é, sem dúvida, uma das preocupações do grupo Vila Galé: “Eu não defendo (a ideia) só a pensar na rentabilidade”, diz o administrador Gonçalo Rebelo de Almeida,  considerando ser fundamental perceber o “histórico” da questão.

O responsável, que falava no webinar “Lisboa no Horizonte” promovido pela Ambitur e que teve o apoio da Entidade Regional de Turismo de Lisboa (ERT Lisboa), não tem dúvidas de que “Lisboa e Porto continuam a ser extremamente competitivas (a nível de preços hoteleiros), quando comparadas com outras cidades europeias”.  

Gonçalo Rebelo de Almeida atenta que o “preço é sempre avaliado numa perspetiva competitiva: não é o valor absoluto”, sendo fundamental perceber que o cliente que visita Lisboa ou Porto é o que “faz city-breaks” pelo mundo. “O ponto de comparação dele não é com a Lisboa de há 10 anos”, diz, referindo que, mesmo com o aumento que se verificou nos últimos anos, “continuamos a ser muito competitivos”. E este aumento “não significou uma grande melhoria na rentabilidade dos hotéis”, até porque os “custos subiram”, como é o exemplo do “imobiliário, construção, manutenção ou eletricidade”. É com este argumento que Gonçalo Rebelo de Almeida é perentório: “Um trabalho que demorou quatro a cinco anos a fazer de reposicionamento razoável das cidades não pode ser desfeito com um e-mail a dizer que os preços vão baixar 20%”.

Neste momento, “baixar preços” não está em causa, mas antes a confiança, isto é, “se eu me sinto seguro, do ponto de vista da minha saúde, em sair da minha casa para outro sítio”, sintetiza, referindo que o “raciocínio” dos consumidores é de que os “custos” ao nível da higiene que estão aplicados nas unidades podem ser motivo para “subir” os preços. Aquilo que é defendido pelo administrador da Vila Galé passa por uma “estabilização de preços” temporária, até que se perceba como “será a procura”.

A somar aos ativos que Portugal tem e que não foram destruídos, está a “capacidade de gestão” que o país assegurou no sentido de dar “segurança às pessoas nos serviços de saúde. Portugal geriu bem este tema”, remata.

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