Na sequência de uma notícia divulgada esta segunda-feira pelo site “The Intercept”, no qual se pode ler que a Vila Galé está a tentar construir um hotel de luxo numa reserva indígena no sul da Bahia, o grupo português emitiu ontem um esclarecimento, no qual afirma que “não existem indígenas nesta área nem quaisquer vestígios dos mesmos no local”. A cadeia hoteleira refere ainda que a obra não está iniciada e que se trata de uma área que é propriedade privada, pertencente a uma empresa brasileira com a qual a Vila Galé tem um acordo de parceria, desde maio de 2018, para o desenvolvimento de um resort hoteleiro numa área total aproximada de 20 hectares, no município de Una, Estado da Bahia.
Na nota de imprensa, o grupo liderado por Jorge Rebelo de Almeida afirma que existe, de facto “um processo de demarcação de terra indígena em curso na FUNAI, “processo este que não está concluído”, frisa. E adianta: “E não está aprovado pelo Ministério da Justiça que tutela a FUNAI e muito menos pelo Presidente da República, o que é essencial”. A Vila Galé admite que existe uma contestação desta pretensão por parte dos proprietários, que fundamental “a total inconsistência do processo” e recorda que “só após aprovação formal do Presidente da República é que se poderá falar em terreno indígena”.
O projeto em causa é “estruturante para UNA, para a Bahia e para o Brasil”, pode ler-se no comunicado, e é formado por um resort com 500 quartos, seis restaurantes, centro de convenções e eventos, piscinas, clube de crianças com parque aquático, receção, bares e Spa com piscina interior aquecida. O projeto geraria mais de 500 empregos diretos e cerca de 1500 indiretos, e conta com o apoio do município de UNA, do Governo do Estado da Bahia e do Ministério do Turismo do Brasil/Embratur, garante a Vila Galé.
Os estudos e projetos foram realizados na totalidade e estão aprovados pelas autoridades competentes, frisa a cadeia nacional, adiantando que a licença prévia ambiental está emitida e em vigor. A licença de instalação e o alvará de construção estão prontos para emissão, apenas a aguardar o esclarecimento desta questão por parte da FUNAI e do Ministério da Justiça que tutela esta instituição.
Na nota de imprensa, o grupo assegura que o terreno em que se situa o projeto tem uma área de 20 ha na frente de praia e preservará rigorosamente todos os valores ambientais e a vegetação relevante existente. E que “não existe no local qualquer tipo de ocupação de pessoas e bens ou sequer vestígio da mesma num horizonte temporal muito alargado”.
Da parte da Vila Galé, o grupo confirma que está tudo preparado para o imediato arranque da obra de construção logo que se verifique o esclarecimento desta questão e munida das necessárias licenças.