Vila Galé: “Este é o momento de pôr os hotéis a funcionar”

Enquanto atores do setor do turismo, o atual momento exige que sejam dados “sinais” de abertura das unidades hoteleiras. O administrador do grupo Vila Galé, Gonçalo Rebelo de Almeida, considerou esta quarta-feira que “este é o momento de pôr os hotéis a funcionar” até porque, se “estivermos à espera de ter reservas de 70%, isso não vai acontecer num dia”.

O responsável, que falava no primeiro webinar da Ambitur sobre a temática “Lisboa no Horizonte”, que contou com o apoio da ERT Lisboa, não tem dúvidas de que a hotelaria tem de estar preparada para “sofrer no primeiro e segundo meses”. O gestor considera mesmo que deve ser feito um “esforço” na abertura até porque a unidade hoteleira vai “operar com taxas de ocupação baixas”, uma realidade que será aplicada nos hotéis do grupo. Este “sinal” assume ainda mais importância, no sentido de clarificar a “mensagem” transmitida aos consumidores: “não entenderam se os hotéis fecharam ou não”, refere o responsável, acrescentando que a perceção atual é de que “os hotéis ainda não podem abrir”. Esta situação, alerta o empresário, vai acarretar “um custo extra” para colocar as unidades a funcionar, passando a mensagem ao mercado de que o “setor está de volta”.

Um outro motivo que vai levar a Vila Galé a abrir algumas unidades prende-se com o facto de os “hotéis estarem fechados há dois meses” e das “equipas precisarem de voltar ao trabalho”. Além disso, esta abertura não será de todo imediata, sendo fundamental um “tempo de preparação”. Embora o grupo tenha levado a cabo “muitas formações” através de “webinars internos”, o responsável atenta na necessidade de “ver as pessoas in loco” a desempenhar funções, para que sejam “ajustados alguns dos procedimentos” com os quais “ainda ninguém conviveu. Há soluções que precisam de ser testadas na prática”. Esta abertura enquadra-se num “processo de soft-opening” que passa pela transmissão da “mensagem ao mercado”, pela “formação e refrescamento de novos procedimentos às equipas” para “ganharem ritmo” e que se sintam “confortáveis” a trabalhar.

Sempre num cenário em que a Covid-19 está controlada, o desafio que se impõe é a retoma da confiança. Mas, para tal, Gonçalo Rebelo de Almeida sublinha que o primeiro passo a ser dado é assumir que “está tudo aberto e a funcionar”, até porque “não faz sentido nenhum dizer que os destinos estão abertos” com várias limitações. “Ninguém vai de férias para um hotel para ficar confinado num quarto”, sublinha, reforçando a necessidade de serem criadas “condições para se abrir progressivamente” as unidades, tendo em conta as medidas de segurança e higienização que serão aplicadas.

[ot-video][/ot-video]