Vila Nova de Gaia: Na rota dos peregrinos

Seja pelas caves do Vinho do Porto, pela extensa orla marítima e ribeirinha, pela gastronomia de excelência, onde o peixe é rei, ou até pelas tradicionais marchas populares e a noite de S. João, o concelho de Gaia apresenta uma agenda completa que atrai milhares de visitantes por ano.
Não menos importante – e cada vez com maior destaque – é o turismo religioso. Pela localização estratégica que Vila Nova de Gaia tem, integrando o Caminho Português de Santiago e o Caminho de Fátima, passam pela região milhares de pessoas a quem é dada assistência de várias formas. Pelo mês de maio é montada uma estrutura na Avenida da República, em pleno centro da cidade, onde voluntários da Cruz Vermelha e do Exército Português prestam apoio a quem caminha em direção ao Santuário de Fátima.
2014.11.16 II conferência - Pelos Caminhos de Santiago (84)Para além da ajuda médica nesta altura específica do ano, Vila Nova de Gaia tem estruturas permanentes de suporte a este tipo de visitantes, nomeadamente um albergue criado em 2014 para fazer face às necessidades de pernoita dos peregrinos. Este edifício situa-se em Grijó e está ligado à paróquia da freguesia, tendo capacidade para receber 14 pessoas, com acesso a serviço de cozinha, lavandaria e casa de banho e um custo associado de 5 euros por pessoa por noite. Os peregrinos vêm de várias partes do mundo, tendo-se já registado no albergue a entrada de mais de quarenta nacionalidades diferentes.
Muito perto deste albergue situa-se um monumento de visita obrigatória: o Mosteiro de Grijó. Este edifício histórico, datado do século XVI, tem uma agenda cultural dinâmica, com exposições e concertos frequentes, que enriquecem a já por si fantástica visita a este testemunho da história nacional.
Para os visitantes que pretendam ter acesso a alguns ícones da tradição jacobeia em Vila Nova de Gaia, a rota passará pela visita às «capelas devotas», com particular destaque para a capela de S. Tiago, na igreja do Convento Corpus Christi. A tradição jacobeia remonta à Idade Média, fruto das relações que sempre existiram com a Galiza devido à proximidade geográfica e às trocas comerciais que existiam. A assumida adoração a Santiago por parte dos gaienses, e dos portugueses de um modo geral, está implícita na típica expressão «pelo São Tiago pinta o bago», uma evocação usada na produção de vinho, como promessa de bom ano agrícola.