Vinhos de Lisboa aumentam exportações mesmo com queda de Angola

Os Vinhos de Lisboa anunciaram que, apesar de Angola ter deixado de ser o principal mercado devido à crise e ter baixado de 20% para 2,5% o peso que tinha nas suas vendas ao estrangeiro, se registou um aumento nas exportações em 2015. Em declarações à Lusa, Vasco Avillez, presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) de Lisboa, disse que de 2014 para 2015 as exportações “aumentaram 35% em volume e 50% em valor”, com o preço médio por garrafa a subir de 2,70 para 3 euros.
Em 2014, esta região vitivinícola exportou 18 milhões de garrafas e faturou 48 milhões de euros no estrangeiro, enquanto em 2015 os números apontam para 24 milhões de garrafas vendidas e um volume de negócios de 72 milhões de euros.Os resultados são, para Vasco Avillez, o reflexo da “vitalidade do setor. Ao aperceberem-se da crise em alguns países, devido à descida dos preços do petróleo, muitos operadores começaram a explorar outros mercados”, nomeadamente Estados Unidos da América e China, países para onde as vendas subiram em 2015.
“As diversas medalhas de prata, ouro e bronze que temos recebido têm imenso efeito nas vendas”, acrescentou o presidente da CVR, que tem sede em Torres Vedras, o concelho que mais vinho produz nesta região.
Devido à crise que atravessa, Angola deixou de ser o principal mercado, que era até 2014, e os 20% do peso que tinha nas suas exportações baixaram para apenas 2,5%.Em 2014, foram exportadas para Angola 1,2 milhões de garrafas, enquanto em 2015 apenas se venderam 600 mil garrafas para aquele país. “Como os angolanos não conseguem enviar divisas, alguns produtores, mal começaram a acumular dívidas, cancelaram encomendas, enquanto outros continuam a enviar vinho, mas não recebem dinheiro e estão com dívidas enormes”, justificou.