“Vou continuar na GEA até que considere ser altura de ter uma vida melhor”

A aquisição de 60% da GEA (agrupamento de agentes de viagens) por parte de uma empresa que tem como acionistas o grupo Newtour (Tiago Raiano) e a PCF Consultores (Pedro Costa Ferreira), assinada na quinta-feira passada, foi explicada aos associados do agrupamento de viagens, assim como à imprensa, num encontro à margem da Convenção Anual da GEA, que decorreu em Coimbra.

O diretor-geral da GEA, Pedro Gordon, indica que a partir de hoje (segunda-feira) começarão a trabalhar e a partilhar informações assim como a dar a conhecer a equipa da GEA. Para o responsável não se esperam alterações, pois uma das premissas que presidiu às negociações é que nada se altere. “O que poderá acontecer é, que fruto das sinergias que se vão gerar e das economias de escala e a partilha de conhecimento, tudo o que permita melhorar o modus operandis e as ações que o grupo GEA possa implementar será aproveitado. Vão gerar-se sinergias a muitos níveis. Hoje temos 390 empresas, dos quais 105 agências IATA, temos mais 64 agências do que antes da pandemia, o que equivale a 487 balcões. Temos mais 64 empresas face a 2019”, indica Pedro Gordon.

O responsável também deu conta que o negócio dá-se pela disponibilidade do sócio da GEA Espanha de vender a sua parte na empresa em Portugal. Refere ainda que os novos acionistas têm projetos de investimento em diferentes áreas, mas enfatiza que “uma premissa em todo o processo de aquisição tanto ao nível dos investidores, como do sócio espanhol, era que o Grupo GEA não mudaria a sua filosofia, a sua forma de estar no mercado e a independência das suas agências de viagens. Eu continuo como sócio, como diretor-geral, vamos manter a equipa e trabalhar exatamente da mesma forma”. Quanto à reação das agências de viagens associadas, o responsável indica que foi bastante positiva, mas há alguma inquietação relativamente a saber se irá continuar tudo como até agora. “Irá manter-se, mas acreditamos que iremos melhorar”, garante Pedro Gordon.

Relativamente à sua posição na empresa, o responsável indica: “Eu vou continuar na GEA até que considere a altura de ter uma vida melhor. Uma condição colocada pelos investidores é que eu continuasse com a minha quota dentro da GEA e continuasse como diretor-geral da GEA. Outros grupos em Portugal manifestaram interesse na compra da parte da quota do sócio espanhol na GEA Portugal, mas não houve negociações com ninguém. Eu mantive a mesma quota, 40%. Os outros sócios ficaram com 60%, foi uma sociedade participada pelo Grupo Newtour e pelo PCF Consultores que fez a aquisição. Manterei a minha participação, a não ser que haja uma proposta irrecusável, acima do valor de mercado”.

Por Pedro Chenrim, na Convenção da GEA, em Coimbra.