Workshop CTP e Millennium BCP: Setor do turismo procura financiamento

Numa época em que o turismo consolida uma posição de destaque na economia nacional, continuam a ser muitos os empresários do setor que procuram formas mais acessíveis de financiamento para os seus projetos.

No âmbito do workshop ‘Soluções de Financiamento para o Turismo’, que decorreu ontem, dia 20, em Lisboa, organizado pela Confederação do Turismo Português (CTP) e o Millennium BCP, Francisco Calheiros, presidente da CTP, defendeu que devem existir “instrumentos direcionados, exclusivamente, para o turismo, sobretudo no que se refere ao financiamento e ao capital de risco”.

Nesta iniciativa que tinha como objetivo, segundo o responsável, “contribuir para um melhor esclarecimento das soluções disponíveis de financiamento”, foram apresentadas várias soluções de financiamento.

Coube a Gonçalo Regalado, diretor de Marketing de Empresas do Millenium BCP, apresentar alguns dos programas de financiamentos mais conhecidos, nomeadamente o Portugal 2020. A juntar a este, o responsável apresentou o Plano Juncker, fundo especial criado pela União Europeia e o Horizonte 2020, também desenvolvido no seio da Comunidade Europeia, especificamente orientado para o apoio à investigação e à inovação. Por outro lado, foram apresentados alguns programas disponíveis, mais orientados para as “soft skills”, nomeadamente o programa Creative Europe, desenvolvido pela União Europeia e de apoio aos setores cultural e criativo, o programa Erasmus +, de apoio à mobilidade e ainda, o programa Life, destinado ao apoio de projetos de conservação ambiental e da natureza.

“Há muito mais mundo para além do tradicional Portugal 2020. Esperemos que vejam nestes programas utilidade e estamos disponíveis no banco para poder enquadrar todas as vossas operações e esclarecer as vossas dúvidas”, salientou.

Na opinião deste responsável, “hoje falar de turismo é fácil, pois as notícias são boas”, prevendo um “crescimento de 53% de mobilidade turística nos próximos 15 anos”, com “maior incidência na Europa”, sublinhando que “o país tem uma das melhores posições nos rankings mundiais” – 14º, de acordo com o Fórum Económico Mundial.

Do turismo para a reabilitação de edifícios, seguiu-se Abel Mascarenhas, presidente da Comissão Diretiva da Estrutura de Gestão do IFRRU 2020, programa que classifica como “a verdadeira mudança na reconversão urbana”

O IFRRU 2020 é “um instrumento financeiro, destinado a apoiar investimentos em reabilitação urbana, que cobre todo o território nacional”, conforme explica o Portal da Habitação.

De acordo com Abel Mascarenhas, o Instrumento Financeiro de Reabilitação e Revitalização Urbana (IFRRU), quer trazer “melhores condições para as pessoas e para as empresas”, salientando que o programa se encontra disponível através de “bancos selecionados a operar em todo o território”.

Na sua apresentação, o responsável realçou a Estratégia do Turismo 2027 em que se pretende “afirmar o turismo como hub para o desenvolvimento económico, social e ambiental posicionado Portugal como um dos destinos mais competitivos e sustentáveis do mundo”, e onde se pretende “aumentar para 80 milhões de dormidas”, gerando “26 milhões de receitas”, até 2020.

Segundo Abel Mascarenhas, o “desenvolvimento sustentado de uma cidade passa por um equilíbrio entre turismo e habitação” e o IFRRU 2020 tem esse potencial, ao promover a “revitalização das cidades” e “gerar criação de emprego”. De acordo com dados do INE, referidos pelo dirigente, existem atualmente “um milhão de edifícios a necessitar de reabilitação em Portugal”.