WTTC lança novo relatório sobre o futuro das viagens e turismo num mundo pós-Covid

A WTTC (World Travel & Tourism Council) revela hoje um novo relatório que explora as implicações das tendências para cada um dos quatro principais intervenientes do setor das viagens e turismo: turistas, empresas, mão-de-obra e comunidades.

O relatório sublinha a importância de uma abordagem global coordenada para a recuperação: melhorar a atual experiência de viajar, adotar a integração de novas tecnologias e implementar protocolos globais de saúde e higiene para retomar a confiança dos turistas.

Em especial, o estudo aponta para a necessidade dos setores público e privado trabalharem em conjunto para recuperar os milhões de postos de trabalho impactados, reconstruir a confiança dos turistas e construir a resiliência do setor.

Enfatiza ainda que, enquanto reinventamos o futuro do setor e exploramos recomendações de políticas, esperam-se quatro macro tendências na recuperação: evolução da procura, saúde & higiene, inovação & digitalização, e sustentabilidade.

De acordo com o relatório, 70% dos turistas de lazer norte-americanos dizem que fariam reservas durante a pandemia da Covid-19 se as alterações fossem gratuitas.

Além disso, mais de nove em cada 10 (92%) dos consumidores confiam em recomendações pessoais relativamente à saúde e higiene, e 69% dos turistas cita a limpeza como uma componente crítica de uma resposta à crise das viagens, e espera-se que os viajantes continuam a dar uma atenção elevada à saúde e higiene mesmo depois de uma vacina Covid-19.

Isto significa que existe uma necessidade de preparação dos destinos à medida que as prioridades dos consumidores evoluem, juntamente com a necessidade de adotar novos protocolos de medidas de saúde e segurança para acompanhar a evolução da procura a que se assiste.

A digitalização tem sido primordial durante a pandemia da Covid-19. Dada a mudança para o trabalho à distância, bem como os confinamentos em todo o mundo, houve uma alteração rápida no sentido da digitalização, com a spessoas a sentirem-se cada vez mais confortáveis com uma experiência de viagens sem contacto. O relatório revela que chegou para ficar com quase metade (45%) dos turistas a dizerem que estão preparados para mudar de passaportes em papel para uma identidade digital.

Do desemprego generalizado e movimentos anti-racismo, à restauração dos habitats naturais, o mundo foi renovado para lidar com sustentabilidade ambiental, social e institucional. Além disso, quase três terços (73%) dos consumidores declaram que estão atentos às marcas que estão a fazer a diferença durante a Covid-19, revelando que se está a prestar cada vez mais atenção à sustentabilidade.

Gloria Guevara, presidente e CEO da WTTC, afirma que “esta pesquisa abrangente abre caminho à recuperação do setor das viagens e turismo. Embora ainda haja trabalho por fazer, isto dá-nos uma visão de como podemos abordar a recuperação e oferece uma visão e esperança para o setor. É crucial que continuemos a aprender com as crises anteriores e que nos juntemos de uma maneira coordenada para fazer uma diferença real na redução do impacto económico e humano”.

O relatório oferece recomendações sobre como o setor pode assegurar uma recuperação mais integrada, entre as quais:
– Abertura de fronteiras e repatriamento: uma abordagem harmonizada para remover as restrições de viagens, com uma avaliação de risco anterior, bem como testes estandardizados e requisitos de rastreio nas partidas;
– Definição de padrões comuns de saúde e segurança: os setores público e privado devem chegar a um acordo comum sobre a implementação de padrões em todas as indústrias dentro do turismo;
– Reforço de projetos de apoio aos trabalhadores: proporcionar proteção salarial e subsídios de vencimentos bem como cheques de incentivo geral ao consumidor e suspensões de pagamentos fiscais:
– Incentivar as viagens: introduzir incentivos ao consumidor para gastar em viagens, começando pelos turistas internos e expandindo para regionais e internacionais o mais depressa possível e quando for adequado;
– Promover o turismo começando pelas viagens domésticas e regionais: para capitalizar a recuperação inicial, os governos, organismos de turismo e organizações devem dirigir os seus esforços iniciais de marketing e promoção para incentivar as viagens internas e regionais. Devem também preparar e fornecer incentivos promocionais e de marketing para estimular a retoma do turismo interno o mais depressa possível;
– Alargar as infraestruturas digitais a destinos rurais: investir em infraestruturas digitais de destinos emergentes e áreas remotas será essencial, bem como melhorar as competências digitais dentro das comunidades locais;
– Integrar identidades digitais: acelerar a adoção de identidades e soluções digitais será fundamental para maximizar a precisão das proteções de saúde e segurança, reduzindo as parcialidades no controlo de fonrteiras e agilizando o movimento de passageiros;
– Repensar o local de trabalho: a mudança rápida para o teletrabalho vai exigir que os setores público e privado se unam para determinam como otimizar os novos planos de trabalho;
– Estimular práticas de sustentabilidade: desenvolver e proporcionar incentivos para estimular a implementação de medidas de sustentabilidade dentro do setor privado.