WTW cria Comité Técnico Consultivo para apoiar o setor turístico ibérico

O setor turístico ibérico tem sofrido grandes perdas nos últimos dois anos devido à pandemia. Não obstante, o sentimento dos analistas sugere que, a partir do próximo mês de março, poderemos começar a assistir a uma clara recuperação, graças, especialmente, a um turismo nacional mais forte – que poderá regressar aos níveis de 2019 – e ao regresso em força do turista internacional.

A consultora WTW relembra porém que não devemos esquecer fatores que serão decisivos na reativação do setor, como a crescente importância de um turismo mais sustentável, a recuperação do turismo urbano e de negócios e a contínua evolução do cliente final, cada vez mais exigente e assertivo.

Neste contexto de recuperação gradual da atividade, o setor está concentrado na manutenção de um processo de inovação contínuo e na adoção de estratégias flexíveis que permitam adaptar-se às mudanças e a gerir melhor os riscos derivados da crise sanitária – que ainda não terminou, e também, outros riscos associados às alterações climáticas e aos fenómenos naturais consequentes, à cibercriminalidade (a ter em consideração devido à utilização e processamento de dados massivos), o futuro do trabalho, a atração e retenção de talento ou o risco reputacional, que ganham peso à escala nacional e internacional.

Consciente das dificuldades que isto implica, a WTW criou o Comité WTW Travel&Tourism, que, como explica, Juan Carlos Tárraga, responsável máximo do setor de Viagens e Turismo na WTW Espanha e Portugal e líder desta iniciativa, “tem como objetivo servir de nexo de consultoria para as empresas da indústria turística e ajudá-las no caminho da recuperação, definindo uma estratégia específica, prestando aconselhamento técnico, estabelecendo um roteiro e, depois de fazer os ajustamentos necessários, avançando para uma implementação bem-sucedida”.

Rita André, Corporate Risk & Broking e responsável pelo Comité WTW Ibérico de Travel &Tourism na WTW Portugal, refere que “aproximamo-nos do momento chave em que se espera uma forte recuperação na atividade turística e queremos ajudar os nossos clientes a estarem preparados para o regresso do turista e do aumento da procura através da modernização da sua oferta, antevendo tendências e criando valor”.

O Comité WTW Travel&Tourism reúne uma equipa de 16 especialistas com vasta experiência no setor turístico, conhecedores das suas particularidades e necessidades. Além do mais, o Comité interage e procura sinergias com entidades-chave que analisam esta indústria, como as associações e confederações locais e nacionais, entre outros organismos.

A ampla experiência da WTW no setor turístico, em companhia aéreas, operadores turísticos e cadeias hoteleiras de grande e média dimensão, proporciona ao Comité WTW Travel&Tourism conhecimentos e competências de alto valor acrescentado para ajudar as empresas, independentemente do seu tamanho ou especialização.

Principais alavancas de recuperação em 2022

Para o Comité WTW Travel&Tourism, a recuperação do setor turístico ibérico continuará a ser reforçada em torno de cinco alavancas de ativação, já presentes em 2021, quando o Comité começou a tomar forma, no qual a indústria seguradora e a consultoria de pessoas também desempenham um papel fundamental:

• Gestão financeira para otimizar custos e minimizar riscos. Graças aos conhecimentos fornecidos pela análise de dados, é possível tomar melhores decisões, estudar os riscos da atividade com maior pormenor e otimizar a sua transferência para o mercado de seguros.
• Estratégia flexível e ágil para enfrentar contingências como catástrofes naturais e adaptar-se às exigências emergentes dos consumidores. A flexibilidade tem sido chave para modificar a estratégia comercial, ofertas e forma de trabalhar durante os últimos 24 meses. Sem capacidade de adaptação, é complicado competir no contexto atual.
• Inovação para criar valor. Nos últimos dois anos, tem sido necessário reinventar a figura de gestor de riscos e criar novos protocolos de segurança para proporcionar tranquilidade ao cliente e gerar confiança, assim como reduzir os riscos de cibersegurança num ambiente de teletrabalho e uso massivo de dados. O Turismo é um dos setores com maior potencial para uso de Inteligência Artificial, a inovação continua a ser chave para o setor estar hoje numa tendência muito diferente da que estava há um ano, mas é necessário continuar a fazer progressos.
• Sustentabilidade. É importante cuidar tanto das pessoas – colaboradores, clientes e fornecedores –, como do ambiente, avançando para uma economia circular e compensando os impactos da indústria hoteleira, porque isto é exigido pela regulamentação europeia, pela sociedade e por um turista cada vez mais exigente e informado. Deve-se trabalhar na incorporação destas preocupações ambientais e sociais na estratégia global das empresas, tendo igualmente em conta todos os mecanismos de governação na própria gestão empresarial.
• Atração e retenção de talento. Esta é uma questão que marca realmente a diferença e é um grande desafio para o setor. A inovação, flexibilidade, os novos modelos de trabalho híbrido e a sustentabilidade são chave para atrair e reter o talento mais jovem e têm, também, vantagens, do ponto de vista operacional e de produtividade. Redefinir a proposta de valor e melhorar a experiência e o sentimento de pertença dos empregados são pontos-chave onde o sector deve trabalhar e comprometer-se a tornar-se mais atrativo, a fim de incorporar os perfis certos – e saber mantê-los – para responder aos desafios da digitalização e da irrupção das novas tecnologias. Em suma, fazer as coisas de forma diferente para ser mais competitivo na luta pelo talento.

Rita André considera que “vão ser novos tempos, com exigências e desafios revelados pela pandemia nos quais a indústria hoteleira terá, sem dúvida, um papel determinante, ao acompanhar as tendências e preocupações sanitárias e sociais, mantendo-se na vanguarda tecnológica através de modelos de negócio dinâmicos, atuais, sustentáveis e aliciantes, que mostrem a uma visão de uma marca forte, atual e preparada para o futuro. Estamos todos desejosos de conhecer os novos tempos pós-pandemia.”

Por sua vez, Juan Carlos Tárraga explica que “chegou o momento de dar um contributo decisivo para impulsionar a recuperação do sector turístico, fornecendo soluções imaginativas que ajudem a alcançar os objetivos estratégicos que transformarão esta indústria e o seu modelo de negócio, tornando-a mais atrativa, flexível, sustentável, eficiente e inovadora. A partir de agora, a forma como gerimos novos riscos, pessoas e talentos será fundamental para poder avançar e adaptar-se melhor às mudanças que estão a moldar o novo mundo pós-pandémico”.