Apaixonados pela hotelaria e 100% dedicados à sua profissão, alguns dos jovens diretores de hotel nomeados este ano para os Xénios 2019 – iniciativa promovida pela ADHP que visa distinguir diretores hoteleiros em diferentes categorias – estiveram à conversa com a Ambitur. Quisemos saber o que é preciso para “abraçar” esta missão, os desafios que enfrentam diariamente e o papel que cada um tem na unidade em que está integrado. Saiba o que pensam os profissionais que, este ano, se destacaram nas suas respetivas áreas, e que contribuíram para que a hotelaria nacional continue a marcar pontos no Turismo.
O que é ser um Jovem Diretor de Hotel?
Nuno Caçorino, do Água Hotels Vale da Lapa, considera que as principais funções de um diretor de hotel são a “gestão integral da unidade” no âmbito operacional, assim como da “área dos recursos humanos e compras”.
Por seu turno, Mirco Balicevic, do Jupiter Hotel Group, refere que, para além de “coordenar o funcionamento de um hotel”, as funções também se estendem a “juntar peças”, motivando equipas e a “proporcionar uma experiência de excelência ao hóspede”. Já para Patrícia Pushotam, ser diretor de hotel “é uma paixão”. Integrada no Hotel SANA Executive, as suas funções passam por “gerir as expectativas dos nossos hóspedes, das nossas equipas e da nossa administração. Trabalhamos numa área de pessoas para pessoas”, salienta.
Vera Sequeira, do Pestana CR7 Funchal, considera que um jovem diretor de hotel “não só pode fazer tudo num hotel” como deve “inspirar a sua equipa pela sua força e coragem típicos da idade”, sem nunca esquecer que é um “líder encorajador”, sem medo de “fazer vingar as suas ideias”.
Luís Santos do Internacional Design Hotel, considera a função uma “responsabilidade tremenda” mas que traz “enorme satisfação”, ao mesmo tempo que se promove “o espírito de equipa e satisfação dos colaboradores” para “atingir os mais elevados níveis de desempenho”. O fator de liderança não é esquecido por António José Rodrigues, do Hotel EXE Vila D’Óbidos que considera o equilíbrio entre a ajuda que “a nossa equipa nos pede” e a coordenação com a “gestão do capital humano” como “uma das maiores responsabilidades”.
Um trabalho de equipa…
Sendo este um trabalho “de pessoas para pessoas”, Nuno Caçorino acredita que o trabalho em equipa se assume como uma “plataforma” em que é possível seguir “um caminho de conhecimento constante através das experiências adquiridas em diversas realidades das quais se obtêm valor acrescentado”. Quem partilha da mesma filosofia é Mirco Balicevic, sublinhando que “acredita numa gestão de proximidade junto das pessoas”, para além da necessidade de se “ser assertivo, ter inteligência emocional e ser positivo”.
Para Patrícia Purshotam, “precisamos de uma componente humana muito forte”. Para uma gestão, é necessário “saber comunicar e saber ouvir, ser resiliente e, acima de tudo, ter a capacidade de tomar decisões”. A apoiar uma “política de proximidade com as equipas” está Luís Santos. O responsável considera, apesar de tudo, que não devem ser esquecidas as “competências técnicas do dia-a-dia” com foco na “maximização da receita, redução de custos e no cumprimento dos objectivos traçados”.
Para Vera Sequeira, é “importante o contacto com a Administração e Centro de Decisão” para o “controlo” e para o “reconhecimento”. Fundamental é também ter “autonomia de ideias, conceitos, processos e avaliações”.
António José Rodrigues faz o resumo dos “bons gestores de potencial humano”. É necessário “aliar a preocupação de prestar um serviço de qualidade, nunca esquecendo o cliente, mas tendo sempre a ideia bem presente de que o hotel também tem que ser sustentável”, para além de que “quem dá alma e personalidade a um hotel é o staff que ali trabalha.
Os desafios…
Todos os nomeados concordam que a profissão tem desafios constantes que passam por diversos aspetos. Vera Sequeira considera que a “idade” não é um desafio. Mas o “contacto constante com as pessoas” e a “exigência” no tempo e no serviço são desafios que requerem “exigentes ideias e motivação”.
Nuno Caçorino destaca a necessidade da “construção e formação qualificada do staff”, para além de “incrementar as receitas” e “controlar os custos”, para “prestar um serviço de qualidade ao cliente. Também Patrícia Purshotam considera um desafio a “captação de recursos humanos”, assim como “manter as equipas motivadas e empenhadas”
A constante adaptabilidade necessária” e que é “imposta” pelas “diferentes” situações” é um dos grandes desafios relevados por Mirco Balicevic. “Temos de estar atentos às inovações e evoluir constantemente de acordo com as exigências do cliente”.
A adaptabilidade é também um aspeto referido por António José Rodrigues que diz que o desafio maior é “fazer muito com pouco”, tornando as unidades “não apenas locais para pernoitar mas também um local onde, além de ter ficado alojado, tenha tido uma experiência que faça voltar”.
Por outro lado, Luís Santos diz que o desafio maior é a “capacidade de gerir o tempo” sem perder “o foco na satisfação e qualidade do serviço. “Temos de estar sempre disponíveis 24 sobre 24 horas, 365 dias por ano”, remata.
A importância de ser finalista dos Xénios 2019
Orgulho, reconhecimento, honra, alegria são as palavras que melhor definem cada um dos nomeados.
Para Nuno Caçorino significa o “culminar e o reconhecimento” de um trajeto profissional a somar a um investimento pessoal e que se reflete num “sentimento de orgulho”. Também Mirco Balicevic olha para esta nomeação com um sentimento de “alegria e orgulho”. É um “reconhecimento pessoal” e, acima de tudo, das “equipas que me têm acompanhado”.
Na mesma linha de pensamento, está Patrícia Purshotam para quem é uma “honra receber esta nomeação” que é transversal a todas as equipas. Mas também é um “papel importante na dignificação desta profissão”.
“É o ponto mais alto da minha carreira”, sublinha Luís Santos, que segue um lema simples: “Sucesso é acreditar… em mim, no que faço e como o faço” e, neste momento, para o responsável, “tudo faz sentido”.
Para António José Rodrigues, o facto de o nome já estar na lista já é um “reconhecimento”. Mas destaca igualmente o reconhecimento para a “zona geográfica onde se insere o hotel”, assim como o “tipo de gestão” (mais familiar) que coloca a unidade e a zona no mapa hoteleiro.
Vera Sequeira olha para esta nomeação como “divertida” mas deseja que possibilite o “acesso a mais experiências e conhecimentos”. Também sente “orgulho” por ter sido uma das nomeadas e pela “sorte de ter podido ter experiências tão diferenciadas e de isso ser verdadeiramente valorizado”.
Percursos Profissionais
Vera Sequeira, Pestana CR7 Funchal
Licenciada em Economia pela Universidade Católica de Lisboa e com uma uma Pós-gradução em Gestão Hoteleira, iniciou o percurso profissional como Controller Financeiro e Assistente de Direção na abertura do The Oitavos Hotel, do Grupo Quinta da Marinha. A aposta em formações continuou e frequentou a primeira edição do Programa de Gestão de Executivos para o Turismo – PAGETur. Abraçou um desafio internacional e foi Controller no Grupo Vila Galé Brasil. Desde então, passou por várias unidades e desde 2018 que assume a tarefa de dirigir o hotel Pestana CR7 no Funchal.
Nuno Caçorino, Água Hotels Vale da Lapa
No capítulo académico, após a licenciatura em Marketing Turístico na Universidade do Algarve (UAlg) em 1998, reforçou o seu percurso académico e concluiu, em 2001, um Mestrado em Marketing Empresarial na Faculdade de Economia da UAlg. Profissionalmente já foi diretor no Aldeamento Turístico de Palmela, no grupo Luna Hotéis, no Hotel Laguna Mar Suites e ainda como DGO do grupo Algarvesol Hotels & Resorts.
Mirco Balicevic, Jupiter Hotel Group
Formado em Gestão Hoteleira na Universidade Lusófona e com uma Graduação em Direção Hoteleira na INFTUR e na UAlg, iniciou o percurso profissional na área comercial no Hotel Cristal e depois no Vilalara Thalassa Resort. A primeira experiência em Direção Hoteleira foi como Diretor Geral dos Hotéis Algarve Sol, seguindo-se outras unidades hoteleiras.
António José Rodrigues , Hotel EXE Vila d`Óbidos
Após a licenciatura em Turismo pela Escola Superior de Educação de Portalegre, fez alguns transferes de atletas de alta competição do aeroporto de Lisboa para um hotel no Alentejo. Esteve quatro anos num hotel de 4 * em Alter do Chão e abraçou o desafio no SANA Sesimbra mas é em Óbidos que atualmente está a exercer a função de diretor da unidade.
Patrícia Purshotam, Hotel SANA Executive
Filha de um hoteleiro, desde muito cedo que a ligação com a hotelaria se manifestou. Após a licenciatura em Turismo, na vertente Gestão de Empresas, fez uma pós-graduação em Gestão Hoteleira no ISLA e a Graduação como Diretora de Hotel da ADHP. Iniciou o percurso profissional na Penha Longa Resort The-Ritz Carlton, vários anos no Praia Verde Resort primeiro como assistente de direção e mais tarde como Hotel Manager. No Praia Verde para DHM, fez parte da equipa de abertura. Passou ainda pelo Holiday Property Bond, como administradora e diretora e pela AHRESP como coordenadora do Departamento de Hotelaria.
Luís Santos, Internacional Design Hotel
Após concluir o curso de rececionista de Hotel, fez uma Graduação em Direção Hoteleira. No percurso profissional de 22 anos, trabalhou em onze unidades hoteleiras tendo começado como estagiário de Recepção até chegar a Diretor de Hotel, tendo trabalhado no Ritz Four Seasons, Le Meridien, Lapa Palace, Corinthia, Marriot, Tivoli e Grande Real Italia.
Os Nomeados a Melhor Jovem Diretor de Hotel:
- António José Rodrigues – Hotel EXE Vila d`Óbidos
- Luís Santos- Internacional Design Hotel
- Mirco Balicevic- Jupiter Hotel Group
- Nuno Caçorino- Água Hotels Vale da Lapa
- Patrícia Purshotam – Hotel SANA Executive
- Vera Sequeira – Pestana CR7 Funchal
- João Neves – Pousada de Lisboa
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