XXI Congresso ADHP: “Turismo é a indústria que está a trazer a Portugal um sentimento de serenidade em relação ao futuro mais próximo”

Pedro Machado, atual secretário de Estado do Turismo, esteve na sessão de abertura do XXI Congresso da ADHP, que se realizou ontem e hoje no INATEL Caparica. Sem esconder que o país enfrenta de novo um clima de instabilidade política, o governante afirmou que “o turismo vive um momento de fiabilidade e confiança que permite a Portugal apresentar os atuais indicadores”. O que significa “podemos augurar que se trata de um interregno” e que em breve “estaremos em velocidade de cruzeiro”. Até porque, lembrou o responsável, Portugal tem tido “uma linha consistente e previsível sobre aquilo que é a sua aposta do ponto de vista do crescimento do mercado interno e o trabalho desenvolvido no posicionamento dos mercados externos”. E a verdade, frisa ainda, é que “o turismo é a indústria que está a trazer a Portugal um sentimento de serenidade em relação ao futuro mais próximo”.

Pedro Machado, foto de Paula Fontão

Por outro lado, Portugal continua a ser o referencial em termos de segurança, além de estar a “fazer escola” no que à mitigação das alterações climáticas diz respeito, nomeadamente na evolução das energias limpas.

Além disso, outro dado preocupante referido por Pedro Machado prende-se com o problema dos recursos humanos e, aqui, o fenómeno das migrações é fundamental. O governante explicou que Portugal tem um projeto pioneiro para a integração e formação de migrantes, respondendo ao desafio de ter mão-de-obra qualificada. Este programa contou com mais de 5800 candidaturas para 1000 lugares, e com mais de 300 empresas para fazer esta integração, envolvendo mais de 80 nacionalidades. Com a rede das escolas do Turismo de Portugal foi criada uma bolsa para formação técnica destes migrantes, juntando aqui a língua portuguesa e a cultura. “Isto é determinante quando queremos ter cidadãos plenos no nosso ecossistema nacional, para terem perceção de que queremos acrescentar valor”, indicou o responsável.

Outro foco deve ser a importância de crescer em valor, apontou Pedro Machado, que adiantou que “é importante crescer em valor mas também é importante a criação, retenção e dinamização do talento, uma retenção que passa por aquilo que que é o músculo da atividade turística, as nossas empresas”. Por isso, o governante defende que o Governo tem a obrigação de criar condições para que as empresas possam aumentar a sua competitividade, ou baixando impostos, ou agregando instrumentos que lhes permitam investir na internacionalização, ou dinamização e criação de novos modelos de negócio. “Não devemos ter medo da disrupção”, alertou o orador, pois o empreendedorismo e os empreendedores “devem fazer parte deste novo mundo”.

Referindo-se à ADHP, o secretário de Estado do Turismo enfatizou o “trabalho rico de cooperação” com a associação, “meses de trabalho agora interrompidos, sim, mas o trabalho feito em sede do RJET, temos obrigação de que possa acontecer”.

Por Inês Gromicho, no XXI Congresso da ADHP.