Conhecido por ser um hotel irreverente, que pretende desafiar a hotelaria tradicional, o YOTEL Porto tem na criatividade e na tecnologia dois pilares. Considerando a digitalização como parte integrante do futuro da hotelaria, Manuel Carneiro, hotel manager desta unidade hoteleira, explica à Ambitur.pt que “somos pioneiros em alguns projetos de digitalização direcionados ao ramo hoteleiro, o que faz com que sejamos inovadores no nosso setor”.
Alguns exemplos são a utilização de técnicas de design e construção de última geração, para um melhor reaproveitamento de espaços com quartos funcionais, alguns dos quais com SmartBeds (uma cama ajustável). O controlo da cor da iluminação também oferece aos hóspedes a possibilidade de personalizar o ambiente do quarto.
A inovação está também presente na receção do hotel, através de quiosques de atendimento automático e no serviço de quartos, realizado por um casal de robôs que se movimentam agilmente pelo hotel.
Por outro lado, numa lógica de gestão interna, o YOTEL está equipado com painéis solares para aquecimento de água. Os sistemas de climatização dos diferentes espaços são regulados por horários, bem como a iluminação exterior com sensores automáticos de luminosidade. Os quartos do hotel estão equipados com sensores de movimento para controlar o ar condicionado e iluminação, evitando o desperdício e promovendo uma melhor eficiência energética, sem perder o conforto. E todos os menus estão disponíveis através de QR Code, além de que todos os relatórios de gestão e controlo são parametrizados digitalmente para garantir altos níveis de sustentabilidade. No YOTEL Porto existem ainda vários jardins verticais localizados nos espaços exteriores do hotel, de forma a promover a crescente pegada ecológica do planeta.
Mas a oferta tecnológica está em constante atualização e aperfeiçoamento, explica o responsável, implicando a interligação de vários softwares que, por sua vez, também sofrem atualizações permanentes.
E o YOTEL Porto não fica parado, estando já a desenvolver uma Web Based App que permite, de uma forma rápida e sem necessidade de download, que o cliente tenha acesso a vários serviços, nomeadamente, a realização de check in e check out, pedidos de room service e controlo do AC do quarto. Numa perspetiva sustentável, no futuro esta aplicação permitirá também ao cliente abrir a porta do quarto sem necessidade de um cartão físico.
Manuel Carneiro adianta ainda que existem outros projetos em pipeline, como o desenvolvimento de uma resposta digital automática a dúvidas de clientes, e a criação de um sistema automático de cobrança de reservas que permitirá que os processos operacionais sejam mais automatizados, garantindo uma maior canalização de tempo para o serviço ao cliente.
“o facto de estarmos um passo à frente em alguns processos, fará com que o nosso modelo de negócio seja mais sustentável, permitindo-nos ser mais eficientes nos custos de áreas como as energias e a manutenção”
O diretor do YOTEL Porto admite que o investimento na componente tecnológica “é muito significativo na nossa estrutura”, mas acredita que este será o futuro da indústria e que, “o facto de estarmos um passo à frente em alguns processos, fará com que o nosso modelo de negócio seja mais sustentável, permitindo-nos ser mais eficientes nos custos de áreas como as energias e a manutenção”.
“o nosso foco passa por criar processos mais automatizados para direcionar maior volume de tempo ao serviço ao cliente”
Mas Manuel Carneiro chama a atenção para um ponto que considera fulcral, o “falso paradigma” de que os projetos tecnológicos representam um menor investimento em recursos humanos. O responsável sublinha mesmo que o desenvolvimento tecnológico requer intervenção humana e que “somos um hotel com um departamento especializado em TI”. O que significa que “o nosso foco passa por criar processos mais automatizados para direcionar maior volume de tempo ao serviço ao cliente”.
O retorno esperado passa sobretudo por poder proporcionar “uma experiência diferenciada e inovadora através da criação de espaços únicos, dinâmicos, com personalidade e sentido de comunidade”, pois “queremos criar memórias através de experiências diferenciadoras”, resume Manuel Carneiro.
Por Inês Gromicho