Num encontro com os media do trade, nesta segunda-feira, 10 de março, o Grupo Newtour, que assinala 15 anos, confirmou que nos próximos tempos a prioridade será a internacionalização: “o grupo assumiu outras latitudes, investiu em outras dimensões e, portanto, aquilo que temos hoje é completamente diferente. O mercado que temos pela frente é diferente quer seja nos desafios, quer seja na forma como o próprio se posiciona”, começou por dizer Tiago Raiano, CEO da Newtour.
Depois de faturar 180 milhões de euros em 2024, o grupo admite que os mercados internacionais serão a maior vantagem neste momento, especialmente agora que o “mercado português sofre de um problema de dimensão” e que está em causa a privatização da TAP, que trará o novo desafio da “alteração da centralidade de decisão para uma zona europeia, de uma companhia que tem sido extremamente relevante para o setor da distribuição em Portugal”.
Mas apesar de os olhos estarem postos lá fora, Tiago Raiano garante que continuará a ser feita uma consolidação nacional: “estaremos, enquanto grupo, atentos a oportunidades de negócios, como tivemos no passado recente. Mas achamos que, com o sentido de responsabilidade, que o mercado não está preparado para desiquilíbrios, nem para estratégias agressivas, por força daquilo que é a sua própria fragilidade”.
Ainda em relação à privatização da TAP, o CEO considera que o atraso da decisão face à atual crise política, quando amanhã, 11 de março, será votada uma Moção de Confiança ao Governo de Luís Montenegro, é uma preocupação para o país, mas não tanto para o grupo, que vê nisto “tempo ganho” para se ir readaptando à futura nova realidade. Raiano garante que a Newtour antecipou-se para esse momento.
O Grupo espera ainda em 2025 um crescimento a dois dígitos, entre os 15% e 20%, depois de um crescimento de 21% no ano passado.
Reestruturação do grupo
Para apoiar o plano de internacionalização, o Grupo Newtour reorganizou a sua estrutura, integrando Gonçalo Palma na Comissão Executiva, ao lado de Tiago Raiano, Mário Almeida e Carlos Baptista. Gonçalo Palma irá liderar a operação turística e as DMC’s (Destination Management Companies) em Portugal Continental, Açores, Cabo Verde, Tunísia e São Tomé e Príncipe, esta última que está ainda em fase de licenciamento.
Estas DMC’s serão operadas sob a marca Menzel, que significa “casa” em árabe e que é uma palavra muito usada pelos turcos. Este projeto de turismo recetivo terá como mercados estratégicos o Brasil, o Norte da Europa, EUA e Canadá: “estes mercados estratégicos não são aleatórios, são mercados muito fortes ao nível do consumo de turismo e são mercados que têm uma boa conectividade com Portugal, em termos de voos”, explica o novo responsável, acrescentando que “o projeto Menzel é a construção de uma marca única, uma marca internacional, uma marca que, sobre o chapéu do grupo Newtour, nos consiga dar maior variedade e maior credibilidade nesses mercados”.
A área de distribuição ficará a cargo de Carlos Baptista, sendo a que tem mais peso no volume de negócios do grupo, e a aviação será liderada por Mário Almeida. Nesta última, a empresa vai passar a representar companhias aéreas e cruzeiros em Portugal, estando perto de fechar um “grande contrato” nesse sentido.

Ainda questionado sobre a privatização da SATA, o grupo Newtour garantiu manter o interesse, esperando novidades nas próximas semanas sobre esse dossiê, não avançando mais qualquer informação.
Por Diana Fonseca





















































