AHP faz cinco pedidos ao secretário de Estado no seu almoço de associados

Realizou-se ontem, dia 24 de janeiro, mais um almoço de associados da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, no Lumen Hotel & the Lisbon Light Show. Bernardo Trindade, presidente da AHP, fez questão de recordar a Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, o convidado deste almoço, que a pandemia teve um forte impacto na estrutura patrimonial das empresas de hotelaria em Portugal, e que os anos de Covid-19 trouxeram um recuo de 20 anos a nível das dormidas e de 10 anos a nível de proveitos. “As empresas viram a sua situação líquida profundamente impactada, com um agravamento de 13%, ou seja, quatro mil milhões de euros de valor patrimonial perdido”, frisou. Pelo que, sublinhou, “temos que ser profundamente resilientes”.

E foi deste modo que o dirigente associativo aproveitou a ocasião para deixar cinco pedidos ao Governo, através de Nuno Fazenda.

O primeiro deles prende-se com a necessidade de inaugurar um novo olhar sobre as estruturas de financiamento, defendendo que é tempo de lançar mais medidas de apoio à dívida, mas mais dívida convertida, a possibilidade de converter dívida em dívida não reembolsável, salientando o “belo exemplo da parte do Turismo de Portugal”.

Uma segunda questão prende-se com os custos energéticos que, lembra Bernardo Trindade, “superam todos os custos, impactando na nossa estrutura e resultados líquidos”. Por isso considera fundamental que o setor do turismo, e a hotelaria, possam também merecer uma atenção, já que o Primeiro Ministro anunciou recentemente um apoio aos setores mais afetados por esta questão.

Em terceiro lugar, o presidente da AHP destacou os recursos humanos, recordando que o setor turístico perdeu 45 mil ativos durante a pandemia. “Temos que tornar interessante trazer pessoas para trabalhar no turismo, temos que trazer gente de fora”, disse. Falou ainda da importância da formação e da qualificação, destacando aqui não só as escolas de Hotelaria e Turismo do Turismo de Portugal no sentido de enriquecer a formação, bem como o IEFP: “com estes dois elementos podemos construir um ciclo virtuoso em torno da qualidade dos recursos humanos”, frisou.

Bernardo Trindade fez ainda questão de abordar a problemática da dedução fiscal a atribuir às empresas e ainda a implementação no terreno do PRR. “É importante que as questões sejam integradas, a alteração energética e a clarificação em torno da questão do Fundo Ambiental, que é importante que saia do papel e chegue às empresas”. O orador falou também da questão da mobilidade e da importância de uma rede de transportes inter-concelhos, acreditando que “o PRR pode ter uma resposta importante para um tema que tarda em ter resposta”.

Por Inês Gromicho