O Alentejo é o destino do mês de junho na Ambitur.pt. Num roteiro de cinco dias pela região do baixo, norte e centro deste vasto território, pudemos conhecer melhor as histórias e “estórias” de projetos, imóveis, centros interpretativos, lugares de “culto” aos vinhos e à boa gastronomia alentejanos, sempre contadas pelos próprios, por quem ali vive e melhor do que ninguém sabe do que está a falar.

Agora que o calor aperta e o verão já chegou, se anda pelo Alentejo, não há maneira melhor de se refrescar do que estar perto da água. Fomos por isso conhecer de perto a Estação Náutica de Avis, uma das primeiras do Alentejo a ser certificada pela Fórum Oceano, em 2018, uma entidade que coordena as estações náuticas em Portugal.
Talvez seja melhor começarmos por explicar o que é uma estação náutica e como funciona. Trata-se de uma rede de oferta turística náutica que é organizada com base na valorização integrada dos recursos náuticos de um território e que inclui uma série de parceiros a nível do alojamento, restauração, atividades de lazer e outros serviços que acrescentem valor e criem experiências diversificadas. Podemos assim estar a falar de destinos costeiros mas também do interior do país, neste caso, assentes em rios, lagos e albufeiras de barragens.
Avis, que se situa no Alto Alentejo, é um destes casos de um território do interior que soube utilizar um recurso endógeno, a Albufeira do Maranhão, bem como todo o seu património histórico secular e contemporâneo para oferecer ao visitante uma experiência inovadora e refrescante.
Inês Fonseca, vereadora de Turismo da Câmara Municipal de Avis responsável pela coordenação da Estaço Náutica de Avis, espera-nos sob um calor digno do Alentejo e leva-nos a explorar um pouco deste espaço que nasce de um protocolo feito entre o município e o Estado mas que, desde então, é alvo de um investimento permanente no sentido de o dotar de ofertas renovadas e diferenciadas.
Começou por existir um parque de campismo que hoje está a ser gerido por um privado, depois renovou-se o restaurante que também foi concessionado a um privado, construiu-se o Solário e, mais tarde, a praia fluvial, com alguns equipamentos lúdicos. A piscina, construída na década de 80, foi já igualmente renovada. Sempre a pensar nas famílias pois é este um dos segmentos que mais procura a Estação Náutica de Avis.
No entanto, e como a Estação tem acolhido várias provas de remo, consciente de que o espaço era diminuto para tal, a autarquia ampliou a zona de remo e criou novos acessos à água. E, conta-nos Inês Fonseca, em conjunto com o responsável da Herdade da Cortesia – porque nas Estações Náuticas o objetivo é trabalhar em rede – procurou-se saber o que seria fundamental ter aqui para dar resposta a este segmento profissional. Nasceu assim uma zona onde os atletas podem deixar os barcos e, no futuro, o objetivo passa pela criação de um novo hangar, além do existente.
“Cada vez se tem sentido uma maior procura para esta área”, garante a vereadora, que explica que é percebendo o que a procura quer, que o município e os diversos agentes parceiros podem dar resposta.
Este ano, e pela primeira vez, a praia fluvial que integra o complexo do Clube Náutico de Avis já é acessível, mais um atributo que se vem juntar à renovação do galardão de Bandeira Azul.
Continuando no nosso passeio de descoberta deste complexo, Inês Fonseca aponta para uma zona conhecida pela “ilha” que permite que haja assim uma segunda zona de praia. E passamos pela nova ciclovia, que tem vindo a ser ampliada, aos poucos.
O espaço conta ainda com um Bar das Piscinas e uma nova zona de piquenique, algo sempre muito procurado por visitantes locais e não só.
Além dos eventos que vão tendo lugar num calendário diversificado, desde a Feira do Livro, espetáculos musicais ou mesmo o Açorda Motard, uma iniciativa do grupo Motards d’Aviz.
Tudo com vista a criar ali um polo de atração, o que implica estar sempre a inovar e a procurar surpreender. Por isso mesmo Inês Fonseca adianta que está já prevista a colocação de uma piscina flutuante que vai permitir que adultos e crianças mergulhem com outras condições de segurança.
Quem visita o Clube Náutico de Avis pode escolher entre uma série de equipamentos que o município disponibiliza para aluguer, desde pranchas de stand up paddle a canoas ou gaivotas, ou ainda passeios de barco. Também algumas empresas privadas contribuem para esta dinamização, havendo por exemplo a experiência de navegar num barco solar que, por não emitir ruído, permite aproximar muito mais das margens e avistar animais com maior segurança.
O espaço conta já com um centro de formação de remo, agora já alargado à canoagem e stand up paddle, numa parceria com as escolas pois, nesta região, confessa a vereadora, não havia tanto uma cultura de aprender desportos náuticos e de proximidade da água, isto é algo mais recente. Hoje essa tendência está a mudar e os mais jovens já procuram a água, além de atividades como a pesca ou de dias de lazer na piscina.
Mas Avis tem mais do que apenas o centro náutico. Esta vila pitoresca de ruas estreitas e casas caiadas também tem histórias para contar, como a presença da poderosa Ordem Militar de Avis, e é possível visitar, por exemplo, o Centro Interpretativo da Ordem de Avis. O Museu do Campo Alentejano é outra atração imperdível, instalado em algumas salas do antigo Convento de São Bento de Avis, um edifício que se impõe na paisagem, no cimo do monte, e que está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1949.
No verão, as festas da cidade, que decorrem no mês de julho, atraem muitos visitantes a Avis. No último fim-de-semana desse mês (25 a 27) realiza-se a chamada Feira Franca, uma mostra regional de artesanato, cultural, turismo e lazer. Dita a tradição que, nessa altura, a vila abria-se para que todos pudessem vender os produtos do campo, uma tradição que se procurou manter de alguma forma, honrando os objetivos originais.
Avis tem também, para quem por lá passa, várias lojas de artesanato, onde se destacam peças de cortiça e madeira, ou de costura de retalho, esta última uma arte que se tem mantido viva e conseguido captar os mais jovens.
Restaurantes também não faltam nesta região do Alentejo, como a Tasca do Montinho ou a Taberna do Paulo, que permitem degustar a deliciosa gastronomia alentejana.
Fica pois o convite para explorarem Avis e a sua Albufeira do Maranhão.






















































