O Algarve é o destino do mês de novembro da Ambitur. Num roteiro de cinco dias elaborado pelo Turismo do Algarve, percorremos a região de lés a lés, passando pelos 16 concelhos deste vasto território. De Alcoutim ou Vila Real de Santo António até Vila do Bispo ou Aljezur, atravessámos o litoral e o interior, e conhecemos iniciativas e projetos turísticos que contribuem para que o Algarve continue a ser hoje um destino que merece ser visitado ao longo de todo o ano.

Com utilização de água de ETARs, rega noturna, reduções de consumo de 30%, monitorização da qualidade, os campos de golfe do Algarve são hoje dos mais evoluídos do mundo, indica José Matias, presidente da Associação Regional de Golfe do Sul – Algarve Golfe. Destaca o responsável que há um segredo para esta conquista: “A indústria do Golfe está unida porque contamos todos com um sentido comum, que é a poupança de água, e isso junta-nos a todos.”
Acrescenta o responsável que o que um campo faz e o sucesso que ele tem transmite para outros na região. “E os outros copiam. E então temos hoje em dia no Algarve uma troca de experiências constante entre os players. Os greenkeepers, que são quem faz a manutenção, têm muita comunicação entre eles para tentar manter sempre o melhor standard dos campos de golfe e as melhores práticas mundiais são praticadas no Algarve”.
José Matias destaca ainda a aplicação de nova tecnologia na manutenção dos campos. Hoje em dia já começa a haver maquinaria elétrica, robôs elétricos, para cortar campos de golfe, para tentar baixar os custos e utilização de combustíveis. “O golfe no Algarve está muito avançado. E porquê? Porque é essa coesão que existe entre as pessoas do golfe no Algarve”, enfatiza mais uma vez.
Relativamente ao consumo de água, o entrevistado acredita que os campos de golfe sejam o número um na indústria em Portugal. Justificando que há uma necessidade de poupança de água, “os campos de golfe hoje em dia têm relvas sofisticadas, híbridas, para poupança de água. Já há campos de golfe que pouparam mais de 30% de água com o tipo de relva que é plantada. Por outro lado, os campos de golfe têm sistemas de rega do mais sofisticado que existe, sistemas computorizados. Os campos de golfe não podem ser regados durante o dia. Regam só durante a noite. Isso gera uma poupança enorme de água. Os campos de golfe no Agarve são todos monitorizados, na água que é gasta”. Para José Matias não há muita indústria que atue como a dos campos de golfe, que se saiba quanta água se gasta, logo são poucos os setores do mercado que conseguem ter esses números tão precisos. Recorda ainda o entrevistado que os campos de golfe não querem muita água, senão começam a vir os fungos. Ao mesmo tempo, os jogadores não conseguem jogar com o campo cheio de água, têm que jogar com campos secos. “Nós temos tentado usar o mínimo do mínimo. E não se esqueça, a água tem que ser paga. Temos que tentar poupar. Por isso nós somos os primeiros a tentar poupar o máximo de água. Mas hoje em dia o nível de poupança da água no Algarve é fabuloso”, indica, acrescentando que “já temos muitos campos no Algarve a usar a água das ETARs. Água que aa para o mar, hoje em dia vem para o campo de golfe. Nós, campos de golfe, é que controlamos a sua qualidade”.
“O grande sucesso do golfe é o grande sucesso do Algarve”
Os campos de golfe do Algarve, 40, são reconhecidos internacionalmente como dos melhores do mundo pelas suas características, mas também atributos da região. Mas mais do que isso, são hoje indispensáveis à manutenção da atividade económica turística todo o ano. Destaca José Matias que o negócio do golfe é “muito, muito importante para o Algarve, por causa da sazonalidade, e o grande sucesso do golfe é o grande sucesso do Algarve”. Na época baixa não existe outra indústria que seja tão importante para o Algarve como o golfe. “Neste momento, no inverno, as pessoas não vão para a praia, não é? Mas os campos de golfe ficam cheios nesta altura do ano”, destaca o responsável.
Também destaca o presidente da Associação que a entrada de novos players, internacionais, na gestão dos campos de golfe algarvios, trouxe um upgrade à sua gestão, sendo especialmente profissional. “Hoje em dia eu digo que o Algarve e a sua manutenção, a sua gerência de golfe, está a nível do topo. Em todos os sistemas, todos os níveis, na restauração, na manutenção dos campos de golfe, nos sistemas de rega, para poupanças de água, estamos a nível mundial hoje em dia”, salienta.
Acrescenta José Matias que estes conseguem atrair também grandes eventos e grandes jogadores de golfe para o Algarve. Se tivéssemos os 40 campos de golfe cheios, o que é que isso representaria? Um milhão e 300 mil voltas por ano de golfe no Algarve (uma volta corresponde a um circuito de 18 buracos, num trajeto de quatro horas). “É o que os campos de golfe causam no Algarve. E, obviamente, tem que pensar que os restaurantes, rent-a-cars, hotéis, beneficiam no inverno. Para além disso, isso provoca que muitos dos praticantes hoje em dia tenham a sua segunda habitação em Portugal.
Relativamente ao grande desafio para o golfe do Algarve, considera o responsável que vê o futuro risonho: “O Algarve tem, para mim, um dos melhores climas do mundo para a prática do golfe, porque é um dos poucos destinos que se consegue jogar todo o ano. O Algarve tem esta beleza que se consegue jogar todo o ano, até hoje que está a chover”.
No entanto, considera que “o grande desafio é continuarmos a manter a qualidade dos campos de golfe. E o que está a acontecer é que os novos players no mercado estão a fazer ainda um upgrade, a fazer ainda mais do que temos nos campos de golfe, com várias melhorias, e a trazer grandes nomes para o Algarve”.
Acentua José Matias: “eu só vejo este setor com um sorriso nos lábios. Porque vejo a evolução de há 30 anos, quando começámos, e o que o Algarve é hoje, uma realidade completamente diferente. Os campos são maravilhosos. As pessoas ficam muito mais tempo no Algarve pela razão dos campos de golfe. Se não houvesse os campos, em vez de ficarem 15 dias, ficavam uma semana. E então eu vejo como muito, muito positivo o golfe no Algarve”.
Terminando, destaca o responsáve que “hoje em dia já não se pode separar o Algarve e o golfe. É como separar uma praia do Algarve. O Algarve é praia, mas também o Algarve, hoje em dia, é golfe”.
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