Conhecer a Argentina, ou pelo menos uma parte deste que é o segundo maior país da América do Sul, foi a proposta irrecusável da Lusanova, em parceria com a Air Europa, entre 12 e 20 de maio. A Ambitur rumou a este destino com um grupo de agentes de viagens partilhando do mesmo objetivo comum: explorar o país pela primeira vez e aproveitar ao máximo a imensidão de possibilidades que ele nos traz.
A Argentina é um país imenso, na verdade, com os seus 2,7 milhões de km2, é o segundo maior da América do Sul, estendendo-se desde a fronteira com o Paraguai e a Bolívia, a norte, até à Terra do Fogo, no extremo sul. Viajar de lés-a-lés por este vasto território significa alternar climas, paisagens e culturas. O sul é já mais conhecido a nível turístico, e é onde se situa a emblemática Patagónia e algumas cidades mais procuradas como Bariloche, Ushuaia ou El Calafate. Aqui, o clima é normalmente frio e seco, e a paisagem é dominada por planícies, montanhas, geleiras e lagos glaciais.
A nossa aventura leva-nos para norte, uma área onde o clima varia de subtropical a tropical, onde as temperaturas são mais altas e há mais humidade, onde se destacam montanhas como a Cordilheira dos Andes, florestas tropicais e de altitude, estradas sinuosas que nos levam até aos quatro mil metros altitude, desertos de areia onde não faltam os catos gigantes e vinhos de alta qualidade.
O ponto de partida, e de chegada, é Salta, que fica a cerca de duas horas e meia de voo de Buenos Aires. À nossa espera está o guia que nos acompanhará durante três dias, Diego, que começa logo por nos dizer que estamos na cidade mais segura da Argentina, com cerca de 600 mil habitantes. Aqui cultiva-se a “sagrada siesta”, e a população trabalha normalmente das 8 da manhã à uma da tarde, e depois retorna à labuta por volta das 17H00.
Salta, La Linda, tem razões para merecer este epíteto carinhoso, e Diego assegura-nos que é hoje um dos destinos turísticos mais importantes da Argentina. A cidade é plana, sem edificações elevadas, a contrastar com as montanhas que a envolvem. Esta encantadora cidade colonial, cercada por montanhas avermelhadas e situada a cerca de 1187 metros de altitude, é bem conhecida pela sua arquitetura bem preservada. E por isso o nosso guia leva-nos até à Plaza 9 de Julio, o local onde a cidade foi fundada, em 1582, e cujo nome presta homenagem ao dia da independência da Argentina. No centro desta praça ergue-se um monumento ao General Juan António de Arenales que, em 1824, foi governador da cidade e combateu na luta pela independência das Províncias Unidas do Río de la Plata.
Este lugar histórico, bem ao estilo de uma praça tipicamente sevilhana com as suas laranjeiras, é rodeado de edifícios importantes e com vários estilos arquitetónicos, mas também, por restaurantes e lojas. A construção mais antiga data precisamente do ano da fundação de Salta, e é o antigo Cabildo, ou seja, foi sede do governo da cidade desde 1626 até 1888, sendo marcado por um estilo colonial italiano, com cores de terracota. Depois de ter também funcionado como prisão e, no século XX, como centro comercial, o Governo nomeou-o Monumento Histórico Nacional na década de 40 e hoje funciona aí o Museu Histórico do Norte, com exposições sobre a história colonial da região, obras de arte sacra e mobiliário litúrgico.
Também na praça podemos ver um edifício de estilo francês, que funcionou como clube social para a alta sociedade entre os anos 20 e 60 do século XX, e hoje é um centro cultural e artístico.
Aguarda-nos a poucos passos o Museu de Arqueologia de Alta Montanha, que podemos visitar e que, graças á tecnologia, preserva um tesouro arqueológico de mais de 500 anos. É aqui que estão os Niños do Llullaillaco, três crianças que participaram num ritual da civilização Inca e que permaneceram congelados na montanha, a 6739 metros de altitude, tendo sido descobertos em 1999. Se é impressionável, saiba que poderá ficar desconfortável com a visão dos corpos mumificados e em perfeito estado de conservação. A nós apenas nos foi permitido ver La Niña del Rayo, uma menina de seis anos que terá sido atingida por um raio que lhe queimou uma parte do rosto, braços e vestes. Mas há mais duas múmias, que vão sendo exibidas alternadamente: uma jovem de 15 anos com o cabelo entrançado e as pernas cruzadas e um menino de sete anos com um enfeite de plumas brancas na cabeça e um manto vermelho. Estas três múmias, encontradas em excelente estado de conservação graças à altitude, são atualmente preservadas em cápsulas com oxigénio controlado e uma temperatura estável de -20ºC, bem como iluminação filtrada em UV e IR.
Ainda na Plaza 9 de Julio, impõe-se a Catedral, que data de 1882, de estilo neocolonial e onde se destacam as imagems do Senhor e da Virgem do Milagre, santos patronos da cidade cujas festividades decorrem entre 6 e 15 de setembro.
A fome aperta e o Restaurante Adobe Cocina regional preparou-nos as famosas empanadas “salteñas”, que tradicionalmente são de carne, num recheio que tem batata cozida, ovos, paprika e cebolinho, mas que também podem ter outras variações como queijo.
Resta-nos agora subir ao Cerro San Bernardo, uma viagem que pode ser de teleférico a partir do Parque San Martín, a pé por trilhos e escadas identificados, ou de carro, como foi o nosso caso, para podermos desfrutar de uma vista panorâmica desta cidade. Trata-se de uma reserva natural municipal que se ergue a 1454 metros acima do nível do mar, e que se destaca pela sua rica biodiversidade, com espécies de árvores autóctones, e uma enorme variedade de aves. Pode encantar-se com os diferentes miradouros que nos mostram a cidade e o Valle de Lerma, bem como com a cascata artificial que refresca os dias mais quentes, um pequeno oratório e a imagem do Santo Bernardo, patrono da cidade, alguns bancos para descansar e pequenas lojas de artesanato. Aqui aconselha-se a levar dinheiro local, o peso argentino, pois não se aceitam euros, dólares ou cartões.
Salta é isto e muito mais, e merece uma visita, sendo também a base perfeita para explorar o resto do Norte da Argentina, que é o que faremos nas próximas reportagens.
Por Inês Gromicho, na Argentina, a convite da Lusanova e da Air Europa
Onde ficar?
- Hotel Brizo Salta
Onde comer?
- Adobe Cocina Regional
Como ir para a Argentina?
A Air Europa tem voos diários para a capital da Argentina, a partir de Lisboa e do Porto, via Madrid, com os seguintes horários. (De Buenos Aires, pode viajar para Salta na Aerolineas Argentina.)
- Lisboa-Madrid: 20H05
- Porto-Madrid: 20H10
- Madrid-Buenos Aires (Aeroporto Internacional Ezeiza): 23H55
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Argentina com Lusanova & Air Europa (I): As muitas paixões de Buenos Aires























































