A CLIA (Associação Internacional de Cruzeiros) publicou recentemente o seu relatório de 2024 sobre a indústria que, globalmente, conta com 31,7 milhões de cruzeiristas, números de 2023 que representam um crescimento de 6,8% face a 2019. O maior mercado é a América do Norte, que conta com 18,1 milhões de cruzeiristas (+17,5%), sendo que na Europa são 8,2 milhões os passageiros de cruzeiros, mais 6,5% do que em 2019, representando o segundo maior mercado de cruzeiristas.
Os dados do relatório indicam que 12% dos passageiros fazem dois cruzeiros por ano, enquanto 10% faz entre três a cinco cruzeiros por ano. 82% dos que fizeram um cruzeiro afirmam que vão voltar a escolher esta opção de férias e, segundo a CLIA, 71% dos viajantes internacionais estão a considerar fazer o seu primeiro cruzeiro.
De acordo com a CLIA, a capacidade global da indústria deverá crescer pelo menos 10% entre 2024 e 2028. Em 2023, as viagens de cruzeiro atingiram 107% dos níveis de 2019, com 31,7 milhões de passageiros, o que pode ser comparado com as chegadas de turistas internacionais globais, que foram 12% inferiores a 2019. Até 2027, a associação espera que haja mais 40 milhões de passageiros de cruzeiros.
O relatório aponta para que a geração dos Millennials seja a mais entusiasmada em planear umas férias de cruzeiros, e a idade média do cruzeirista é de 46 anos, sendo que 36% dos passageiros têm menos de 40 anos.
Principais mercados emissores
O principal mercado emissor de passageiros de cruzeiro são os EUA, com 16, 9 milhões de passageiros em 2023. Segue-se a Alemanha (2,5 milhões), Reino Unido (2,2 milhões), China (que em 2023 teve uma quebra de 92% para 156,8 mil cruzeiristas), e Austrália (1,2 milhões). No TOP 10 estão ainda o Canadá, Itália, Brasil, Espanha e França.
Em 2023, houve ganhos expressivos no número de passageiros do Brasil, Itália e Reino Unido. Todos os outros mercados em geral regressaram a níveis similares a 2019. Os EUA registaram o maior crescimento de mais 2,7 milhões de passageiros, o que corresponde a um aumento de 19% face a 2019. A China só reabriu em setembro de 2024 mas embora tivesse havido uma grande dinâmica a nível do volume de passageiros, não foi o suficiente para devolver ao mercado o seu estatuto.
Além do declínio da China, os ganhos distribuíram-se entre os principais destinos. As Caraíbas, que continua a ser a região mais visitada do mundo a nível de cruzeiros, ganhou quase um milhão de novos cruzeiristas em 2023 quando comparado com 2019. Os destinos de cruzeiros com maiores crescimentos percentuais no número de passageiros incluem ainda o Mediterrâneo, a Costa Ocidental da América do Norte, a América do Sul e o Alasca.
A CLIA indica que a indústria tem bastante espaço para crescer, representando atualmente apenas 2% do setor do turismo.
Tendências da indústria de cruzeiros
Numa análise às tendências desta indústria, a associação indica que 27% dos cruzeiristas nos últimos dois anos fizeram o seu primeiro cruzeiro, um aumento de 12% face ao período de dois anos anterior. Os Millennials e a Gen Z têm mais probabilidades de viajar sozinhos do que as outras gerações. E 10% a 13% dos passageiros que embarcam nos portos da América do Norte viajam sozinhos (13% nos portos do Canadá e 10% nos portos dos EUA).
A CLIA refere que os cruzeiros são uma escolha de topo para os viajantes multigeracionais, com um terço das famílias a viajar num cruzeiro com, pelo menos, duas gerações. 28% dos cruzeiristas viajam com três a cinco gerações.
A capacidade de visitar vários destinos e a relação ~qualidade-preço são os principais motivos pelos quais os cruzeiristas adoram fazer cruzeiros. 11% dos passageiros apenas considerou fazer um cruzeiro para as suas férias deste ano.
Por outro lado, as companhias de cruzeiro estão a investir em ilhas privadas e beach clubs, incluindo na melhoria dos já existentes. Nos próximos dois anos prevê-se a abertura de mais cinco novas ilhas privadas ou beach clubs.
O valor da indústria
Em 2022, a indústria de cruzeiros gerou 90% do impacto económico face a 2019, apesar do volume de passageiros estar a 70% dos níveis de 2019. O contributo económico do setor é enorme, diz a CLIA, apesar dos cruzeiros representarem apenas 2% das viagens internacionais. Os cruzeiros têm um impacto económico global de 138 biliões de dólares, apoiando 1,2 milhões de postos de trabalho a nível mundial e 43 biliões de dólares em salários. Em 2023, de acordo com os resultados que serão publicados em setembro deste ano, o impacto será ainda maior dado o aumento de 50% no número de passageiros em 2023 face a 2022.
Mais de 75% dos empregos sustentados pela atividade de cruzeiros são gerados pelas atividades em terra, especialmente nos portos. Cerca de 910 mil postos de trabalho poderão ser atribuídos a atividades em terra da indústria, incluindo emprego direto, indireto e induzido. Quase 462 mil postos de trabalho foram gerados através de efeitos diretos, 257 mil via efeitos indiretos e 191 mil através de efeitos induzidos. Além disso, 301 mil postos de trabalho foram sustentados pelas companhias de cruzeiro. A soma equivale a 1,2 milhões de postos de trabalho.






















































