A hotelaria, tal como outros setores, tem vindo a sofrer com a falta de mão de obra, uma situação que se tem agravado devido a um conjunto de fatores. Isso mesmo explica à Ambitur.pt Esmeralda Correia, Head of Hospitality Business na CEGOC, empresa que atual no setor da formação, consultoria, recrutamento & seleção e coaching. Para a formadora com mais de 20 anos de experiência e desenvolvimento de competências dos profissionais da hotelaria, o facto de ter havido um boom de novas unidades hoteleiras que se juntaram às muitas já existentes mas que não encontraram no mercado proporção idêntica de talentos especializados é um desses fatores. E recorda que, historicamente, a falta de atratividade do setor hoteleiro pode ser explicada pela “elevada dedicação que é exigida em termos de horários” já que estes profissionais exercem funções durante os 365 dias do ano, sendo os seus esforços “mais necessários e essenciais em momentos que, para a maioria das famílias, são de descanso e/ou comemoração”. Além disso, Esmeralda Correia aponta o handicap das condições salariais versus exigências dos profissionais, entre outros motivos.
[blockquote style=”1″]”é urgente trabalhar todas as áreas relacionadas com a sua atratividade, reputação e promoção do Employer Branding”[/blockquote]
Ora tendo este cenário como ponto de partida, a responsável defende que, nesta fase de retoma do setor hoteleiro, “é urgente trabalhar todas as áreas relacionadas com a sua atratividade, reputação e promoção do Employer Branding”, ou seja, “encontrar novas formas de recrutar, acolher, desenvolver e reter talento, tendo sempre em mente que, numa indústria de pessoas para pessoas, quanto maiores forem os índices de felicidade e bem-estar dos colaboradores, melhores serão os serviços que estes prestam aos clientes”. E aqui refere-se não só a estímulos ao nível salarial mas também outro tipo de benefícios que hoje são cada vez mais valorizados: mais tempo, maior equilíbrio entre as esferas pessoal e profissional, flexibilidade horária, novos modelos de trabalho a full time para carreiras dedicadas 100% à hotelaria e regimes de part-time que permitam combinar a hoteleira com outras atividades de satisfação pessoal. “Estes são exemplos de soluções a equacionar para podermos ser capazes de manter (e motivar) os profissionais no ativo, bem como cativar novos profissionais e novas gerações de talento na hotelaria… profissionais que «exigem» novos conceitos de flexibilidade, realização pessoal/ profissional, filosofias de vida e experiências. Cabe-nos a nós, em conjunto, repensar e comunicar estes novos moldes de trabalho junto do mercado”, sublinha.
E foi precisamente tendo em conta a crise pandémica e a crescente necessidade de integrar novos colaboradores sem as competências de base técnica e humana necessárias para exercerem com eficácia diferentes funções, o que dificultou ainda mais o acesso ao talento por parte do setor da hotelaria, que a CEGOC decidiu lançar recentemente uma nova oferta na área da Hospitality. Esmeralda Correia esclarece que, por outro lado, embora o ensino inicial dos futuros profissionais do setor hoteleira esteja assegurado pelas diversas escolas profissionais, “verificámos que exisita um enorme défice de programas de formação contínua que fossem acompanhando as necessidades de desenvolvimento de competências e de evolução de carreira desses profissionais”.
[blockquote style=”1″]Esta nova oferta Hospitality by CEGOC nasce com um conjunto de novos programas formativos 100% alinhados com as melhores práticas do setor em quatro grandes áreas: Operação e Gestão Hoteleira, Liderança e Gestão de Equipas de Hotel, Atendimento e Vendas em Hotelaria e, por fim, Marketing Digital Aplicado ao Setor Hoteleiro[/blockquote]
Esta nova oferta Hospitality by CEGOC nasce com um conjunto de novos programas formativos 100% alinhados com as melhores práticas do setor em quatro grandes áreas: Operação e Gestão Hoteleira, Liderança e Gestão de Equipas de Hotel, Atendimento e Vendas em Hotelaria e, por fim, Marketing Digital Aplicado ao Setor Hoteleiro. Programas assegurados por especialistas com vasta experiência na área da hotelaria, garante a formadora, e que “dão respostas objetivas, úteis e comprovadamente eficazes para enfrentar, no momento atual, um conjunto de desafios reais do setor”. Para Esmeralda Correia, “este é o principal diferenciador desta nova oferta formativa: contar com uma equipa que conhece efetivamente os desafios diários e as dificuldades destes profissionais no ativo: conhecemos as suas condicionantes de disponibilidade horária para a realização e participação em percursos de formação, e compreendemos que a sua formação não pode ser desenvolvida 100% online, uma vez que, grande parte das suas funções e práticas diárias se aprendem e aperfeiçoam no terreno e em modelos pedagógicos on-the-job”. Resumindo, adianta, “sabemos falar a linguagem da operação hoteleira e percebemos as necessidades operacionais para colocar em prática as competências”, não se limitando a “ministrar teorias de liderança ou gestão de equipas que depois em nada se adequam à realidade e muito menos fazem sentido face aos desafios diários de gerir uma brigada hoteleira. Os nossos formadores conhecem a realidade e «as dores» e falam de conteúdos uteis e práticos que fazem sentido para facilitar o dia a dia operacional”.
[blockquote style=”1″]”este é o principal diferenciador desta nova oferta formativa: contar com uma equipa que conhece efetivamente os desafios diários e as dificuldades destes profissionais no ativo: conhecemos as suas condicionantes de disponibilidade horária para a realização e participação em percursos de formação, e compreendemos que a sua formação não pode ser desenvolvida 100% online, uma vez que, grande parte das suas funções e práticas diárias se aprendem e aperfeiçoam no terreno e em modelos pedagógicos on-the-job”[/blockquote]
Esmeralda Correia não tem dúvidas de que os maiores desafios ao nível dos recursos humanos na indústria hoteleira passam pela promoção e investimento “em mais e melhor formação e requalificação profissional”, isto não só com o objetivo de ajudar os profissionais que estão hoje no ativo a crescerem e otimizarem o seu desempenho e as suas competências, como também para “atrair e reter mais e novos recursos que encontram na hotelaria e no turismo o desafio e a vocação que procuram”. E acrescenta ainda a flexibilização dos regimes laborais como elemento que poderia contribuir com eficácia para que as novas gerações possam interessar-se cada vez mais pelas oportunidades de carreia na hotelaria.
A responsável da CEGOC acredita que, depois destes dois anos de pandemia que travaram o crescimento do setor turístico como um todo, já é notório que “2022 está a dar mostras de boa recuperação”. E lembra que, os últimos anos, demonstraram como este setor é permeável à maioria dos fenómenos externos e imprevisíveis. “Resta-nos agora colocar em prática as lições aprendidas, reinventando processos, atualizando competências e ajustando-nos a uma nova realidade para a qual todos podemos contribuir (entidades dedicadas à formação e requalificação profissional, promotores, exploradores e todos restantes players), de forma a que a retoma do setor aconteça com a brevidade que se impõe”, frisa.