(II) Picos de Aventura a navegar entre o passado e o futuro

João Rodrigues e Carlos Baptista

Os administradores da Picos de Aventura dão conta de que o futuro da empresa contará com um novo plano de desenvolvimento estratégico e investimento correspondente, que está a ser trabalhado, e que por essa via não permite revelar a sua essência. O administrador João Rodrigues revela que “temos atualmente em carteira dois ou três projetos muito interessantes que ainda não queremos divulgar, mas que virão trazer uma novidade muito grande no que diz respeito à animação turística nos Açores, e em São Miguel em particular”. Acrescenta ainda que “o nosso objetivo passará por diversificar de uma maneira diferente, não pretendemos copiar o que já existe, mas sim criar condições para novas atividades, para novos programas, de forma a que as pessoas que nos visitem fiquem cá mais tempo, porque na verdade a estadia média dos nossos visitantes não é mais do que três dias, comparando com outros destinos similares é muito pouco. Queremos ajudar a criar condições para que a estadia média seja maior, os nossos novos projetos vêm contribuir para isso”.

Por seu lado, Carlos Batista, também administrador, considera alguns tópicos que impedem um desenvolvimento mais rápido da empresa mas que, ao mesmo tempo, fazem parte da projeção de investimentos futuros: “A sazonalidade da região não nos permite muitas vezes fazer um desenvolvimento tão sustentado da empresa como gostaríamos, nomeadamente naquilo que é a retenção de recursos, desenvolvimento desses próprios recursos e uma melhor remuneração destes mesmos recursos; da mesma forma numa aposta mais ambiciosa naquilo que são projetos de renovação de equipamentos, como de projetos estratégicos, que nos permitam passar o turismo para outro vetor”. Sendo assim, o responsável destaca que acreditam que os projetos futuros da empresa possam ajudar ao combate da sazonalidade turística da região “e portanto é algo que temos em mente”. De acordo com Carlos Batista, “estamos a encarar esta questão com o desenvolvimento de produtos, por exemplo, ao nível da descentralização do whale watching em São Miguel, assim como desenvolver e apostar na comunicação de produtos que mesmo em dias com condições atmosféricas adversas permitam os visitantes usufruir do destino Açores sem qualquer problema”. Considera ainda o responsável que “em cima do combate à sazonalidade, a nossa outra grande preocupação é serviço, apesar do primeiro fator influir no segundo. Permitindo ter uma equipa fixa maior ao longo de todo o ano e reduzir o gap entre os permanentes e os contratados para o verão, sabendo que o processo de aprendizagem é curto. Apesar de não estarmos imunes ao problema com que se depara o turismo nacional, os Açores e a Picos de Aventura, ao nível de recursos humanos, à data de hoje”.

Após insistência relativamente aos planos futuros da empresa, o administrador revela que “há componentes muito práticas, por exemplo, trabalhamos com equipamentos de desgaste rápido, portanto para entregarmos serviço temos de ter equipamento adequado para, em todos os momentos, efetivarmos uma entrega de serviços”. Sendo assim, o investimento na empresa passará “muito por uma dinâmica de consolidação da nossa frota de barcos, carrinhas… naquilo que é a nossa capacidade produtiva atual, ou seja, modernizando-as e melhorando o que existe”. Outro dos focos salientados incide no início de “um processo de transição energético dentro da empresa, aqui poderá ser mais fácil iniciar esse processo pelas atividades de terra, pela tecnologia já disponível no mercado e algum aumento de capacidade produtiva orientada”. Recorda Carlos Batista que “um dos elementos do projeto anterior que tínhamos foi a aquisição de um catamaran que nos permitiu um salto enorme, duplicar a capacidade produtiva. Agora não temos essa necessidade, mas sim de fazer ajustes nesta capacidade”.

Por outro lado, o administrador acrescenta que “para além disto, há uma outra atividade, que vamos querer ministrar em terra e que leva a pequenos investimentos necessários para que haja os equipamentos necessários. Para já não vou adiantar as atividades. Gostaríamos que, para o ano, houvesse uma modernização de determinados equipamentos, inclusivamente de equipamentos que temos em terra, e estudar eventualmente o iniciar de uma outra atividade nova, por exemplo, do paddle, nas Lagoas, como complemento à canoagem que tem bastante procura”. Concluindo, refere o responsável que “em cima disto, teremos os projetos estratégicos, já falados, que são complementares aquilo que são as atividades principais da Picos, que estamos atentos e a estudar o que fazemos”.

Este artigo está enquadrado numa série de textos sobre a atividade da empresa Picos Aventura, efetuado no âmbito das comemorações do 20º aniversário da empresa.

Por Pedro Chenrim, nos Açores, a convite da Picos de Aventura.

 

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