“Na Airmet, eu, até 2024, quero chegar aos 400 balcões”

A reestruturação feita nos últimos anos, uma estratégia presente e futura baseada nos pilares tecnologia, inovação e modelo de contratação virada para os seus associados, permitirá aumentar o índice de retenção de empresas e uma política agressiva de captação de novos associados, defende Luís Henriques, diretor-geral, que complementa: “Na Airmet, eu, até 2024, quero chegar aos 400 balcões”. Se o grupo é líder em outros ramos como na Consolidador.com e ParcelaJá, na inovação, “nós também queremos ser líderes com a Airmet e AirVenture”. O responsável, à margem da Convenção da Airmet, na Madeira, esteve reunido com a imprensa especializada.

Tendo como meta os 400 balcões/agências, em 2024, hoje a Airmet conta com 277 empresas associadas, que correspondem a 315 agências. Até ao final deste ano, o objetivo será atingir as 350. Indica Luís Henriques que “acreditamos que chegaremos lá porque estamos com um nível muito alto de adesões e a melhorar a taxa de retenção dos nossos associados”. Em 2020, a Airmet contou com 33 saídas da rede, o que contrasta com as sete registadas em 2022, exemplifica o responsável. No entanto, entre saídas e entradas, a Airmet regista um crescimento de lojas em 7% face ao ano anterior, e de 22% acumulado em três anos. “Estamos com um projeto claro, mais inclusivo e na própria Airmet as agências de viagens têm voz na tomada de decisões”, complementa o interlocutor, acrescentando que “somos o único grupo de gestão independente sem ligações diretas à operação turística”.

“sente-se que cada vez há mais agências de viagens e até mais pessoas a olhar para este mercado. No entanto, o nosso objetivo será retirar agências a outros grupos de agências, até porque o mercado tem limites”

Considera Luís Henriques que o mercado do setor das viagens em Portugal se tem desenvolvido, “sente-se que cada vez há mais agências de viagens e até mais pessoas a olhar para este mercado. No entanto, o nosso objetivo será retirar agências a outros grupos de agências, até porque o mercado tem limites”, mas “não é fácil, porque há uma ligação emocional entre as empresas e os grupos de gestão”. Resumindo: “Preocupamo-nos com a angariação, mas muito mais com a taxa de retenção, que foi muito melhorada nestes últimos três anos. A retenção é fundamental para o nosso crescimento, pois é um barómetro e índice de satisfação.”

Uma das ferramentas para esse objetivo é o reforço da equipa que o grupo tem efetuado. Atualmente conta com três comerciais, sendo o objetivo aumentar o número de visitas às agências e atingir uma média de quatro/ano por balcão. Susana Fonseca, diretora de vendas, deixou neste contexto de ter funções mais operacionais para se focar na chefia da equipa comercial que conta com Célia Castro, Sérgio Ramires e Romeu Mendes.

“queremos estar mais presentes, mais próximos, numa crescente relação com as agências de viagens”

Indica Luís Henriques que “queremos estar mais presentes, mais próximos, numa crescente relação com as agências de viagens”, tendo a noção que “este é um grupo de gestão mais jovem, mais dinâmico e menos formal. Somos uma rede heterogénea.”

“não vejo, nos próximos anos, a possibilidade da Airmet integrar um grupo, ser comprada ou nós comprarmos o que quer que seja, não é o nosso caminho.

Quanto ao futuro, Luís Henriques indica que “não vejo, nos próximos anos, a possibilidade da Airmet integrar um grupo, ser comprada ou nós comprarmos o que quer que seja, não é o nosso caminho. O nosso caminho é a independência, de forma a termos a capacidade de decidir o que é melhor para a empresa”, mas “não somos imunes ao que o mercado faz, temos de estar atentos”.

1% de remuneração direta às agências Airmet

Sendo a tecnologia um dos pilares do desenvolvimento, neste capítulo a Airmet apresentou aos associados, na Convenção, uma Fair Optimization de GDS e uma nova plataforma de vistos, que concentra o acesso às obrigações dos vários países, sendo possível a emissão e partilha dos vistos pelos agentes de viagens e seus clientes. Estão mais dois projetos em desenvolvimento, que Luís Henriques não quis revelar.

“fizemos um acordo com a Smy Travel para sermos o único grupo de gestão em Portugal a ter a sua aplicação gratuita, isto é, as pessoas podem ter o B2C de forma gratuita, assumido o custo pela Airmet”

Na sua intervenção no encerramento da Convenção, Miguel Quintas, chairman da Airmet, abordou uma terceira ferramenta tecnológica que foi colocada ao dispor dos associados. Luís Henriques, ao Ambitur.pt, especificou que “fizemos um acordo com a Smy Travel para sermos o único grupo de gestão em Portugal a ter a sua aplicação gratuita, isto é, as pessoas podem ter o B2C de forma gratuita, assumido o custo pela Airmet”.

Relativamente ao modelo de negociação com os parceiros, a Airmet destaca que este será o ano de cruzeiro do que foi implantado o ano passado. Com uma divisão de fornecedores por categorias – Premium, Preferenciais, Restantes – o modelo considera que, a partir de determinado volume de vendas, haja uma isenção de avença a pagar à AIRMET, o que aconteceu a 50 agências em 2022. Novidade para 2023 é que o modelo passa a considerar que as vendas para os parceiros Premium resultam em 1% de remuneração direta (rappel) às agências. O que se verifica no arranque deste modelo de negócio “é que acreditamos que a rede compreendeu a mensagem e está a fazer um redireccionamento de vendas”. Sendo assim, o caminho é “cimentar o modelo de negócio que temos, a remuneração direta, a incidência no trabalho com os operadores Premium e Preferenciais por pontos de venda”. A justificação para Luís Henriques é que, deste modo, “da ótica do empresário, permite planear, orçamentar, organizar e controlar, ao agente de viagens, o seu negócio e os seus momentos”.

Q’Viagem com futuro em aberto

Um dos sinais de que a Airmet está focada no seu core business é o impasse relativamente ao futuro da Q’Viagem, com 12 agências. “Temos alguns balcões que são muito interessantes mas atualmente o nosso foco está no crescimento da Airmet, não temos massa crítica para uma estrutura que seria necessária ao seu desenvolvimento”, indica Luís Henriques. Para o responsável, “garantimos os serviços às agências ao nível do departamento de marketing e continuaremos a prestar serviços como sempre fizemos. Mas estamos a pensar em soluções para a marca, os colegas sabem disso”.

Por Pedro Chenrim, na Convenção da Airmet, na Madeira