O agrupamento Newtour/MS Aviation, interessado na privatização da SATA, afirma, em nota de imprensa, ter sido surpreendido pelo recente comunicado do SPAC – Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, que considera “inaceitável e cujo conteúdo só podemos repudiar”. Para o consórcio, “o texto difunde entre os pilotos e os centros de decisão um conjunto de falsidades que o Agrupamento não aceita, sob pena de se transformarem em verdades que comprometam o futuro da SATA e a reputação empresarial dos envolvidos”.
Recorde-se que passaram quase três anos desde que o Agrupamento Newtour/MS Aviation manifestou interesse no processo de privatização da SATA. E assumiu, desde a primeira hora, que um dos fatores que mais pesaria na decisão de avançar ou não com uma proposta de valor seria a discussão com os trabalhadores. O consórcio refere que era claro na altura, do mesmo modo que é hoje, que sem o envolvimento e o apoio do maior ativo da companhia aérea nenhum projeto seria bem sucedido. Por essa razão, após o início formal das negociações com a SATA Holding, o agrupamento abriu uma frente de diálogo com os sindicatos.
A 13 de maio deste ano, o consórcio enviou ao sindicato um pedido de reunião que permitiu que as partes se sentassem à mesma mesa, pela primeira vez, 10 dias depois. Nos meses que se seguiram realizaram-se seis reuniões entre os delegados sindicais da companhia e o agrupamento, ora representado por quem tem competência legal, ora pelos próprios empresários. Foi disso exemplo a reunião de 23 de julho, que teve lugar no SPAC, na qual marcaram presença Carlos Tavares, Tiago Raiano, Paulo Pereira e Pedro Mendes.
O Agrupamento garante ter tudo devidamente documentado, daí estranhar a posição agora assumida publicamente pela direção do SPAC, em “claro contraste com o espírito das conversações em curso. Esse espírito construtivo vinha alimentando em todos um otimismo responsável, que culminaria com a apresentação, nas próximas semanas, de uma proposta de valor para a aquisição da companhia”, pode ler-se, na mesma nota.
A 3 de julho entrou na caixa de correio eletrónico do SPAC um email que mostra bem a maturidade do diálogo entre as partesm, adianta o consórcio, que aí assumiu a necessidade de otimizar “os custos de operação por forma a poder garantir o sucesso da operação da SATA Internacional no dia seguinte à privatização”. E acrescentou que “admitindo-se a possibilidade de alterar regras constantes do acordo de empresa, foi referido pela comissão de empresa que a discussão deveria continuar com a direção do SPAC, motivo pelo qual voltamos ao vosso contacto”.
O agrupamento sublinha: “Ao dia de hoje, o SPAC não pode – porque é manifestamente falso – alegar que não recebeu qualquer proposta formal. Coisa diferente é dizer que não tinha mandato da Assembleia de Empresa para se comprometer em nome dos pilotos, mas esse é um tema da vida interna da organização no qual o Agrupamento não se vai imiscuir”.
O consórcio reitera a disponibilidade para discutir a proposta que entregou ao sindicato, na certeza de que a mesma só pode ser analisada com honestidade. E espera que seja convocada, muito em breve, uma Assembleia-geral onde os pilotos tomem uma decisão sobre o seu futuro e o da própria SATA.






















































