Yasmin Bhudarally, CEO da NEYA Hotels, esteve à conversa com a Ambitur numa Grande Entrevista que pretende dar a conhecer melhor esta cadeia hoteleira 100% portuguesa e o seu contributo para uma sociedade mais sustentável, socialmente responsável e promotora de uma economia mais justa. Com uma lógica citadina, e unidades em Lisboa e no Porto, a NEYA Hotels está também atenta ao potencial que o interior do país apresenta. Leia aqui a 1ª parte desta entrevista.
Quando surgiu a ideia de um grupo de investidores criar o NEYA, com que missão?
A primeira unidade da NEYA Hotels foi inaugurada em 2011, no Ano Internacional das Florestas, consciente do

simbolismo dessa escolha e da responsabilidade que representa. A nossa grande inspiração foram os princípios da Carta da Terra que promovem uma visão ética e inclusiva, reconhecendo a proteção ambiental, os direitos humanos, o desenvolvimento humano equitativo e a paz como fundamentais para o futuro do planeta.
Ao escolher a NEYA Hotels, os hóspedes estão a apoiar a sua missão de mitigar o impacto ambiental da sua atividade e de contribuir para a prosperidade local, através de um conceito integrado de sustentabilidade orientado pelos indicadores ESG na missão de contribuir para uma sociedade global mais sustentável, socialmente responsável e que promove uma economia mais justa.
Na concretização da primeira unidade, em Lisboa, a escolha dos materiais e equipamentos nacionais teve em consideração o conforto e a comodidade dos hóspedes, mas essencialmente o nosso conceito de sustentabilidade, cumprindo mais especificamente a sua vertente económica. Escolhemos fornecedores locais para estimular o tecido empresarial da comunidade, apoiar a produção local e os pequenos negócios, mas igualmente para nos mantermos fiéis ao nosso conceito de sustentabilidade. Aproveito para contar-lhe uma história: o primeiro sofá que recebemos no NEYA Lisboa Hotel, vinha da China. Levei-o a um fornecedor no norte do país, e pedi-lhe que fabricasse um sofá semelhante a nível de design, mas materializado no que eles sabiam fazer de melhor. Portugal tem fornecedores de mobiliário fantásticos e que devemos apoiar em prol do desenvolvimento económico do nosso país.
Para além do nosso empenho para com a as vertentes ambiental e económica, estabelecemos parcerias com entidades locais; temos apoiado várias causas; doamos excedentes alimentares, artigos têxteis e equipamentos; promovemos o voluntariado entre os colaboradores; apoiamos a educação com parcerias com escolas locais; entre outras ações em prol da responsabilidade social do conceito que nos define, como o projeto Quarto Solidário que proporciona alojamento e pequeno-almoço gratuitos aos pais ou cuidadores de crianças internadas ou em tratamento numa das unidades do Centro Hospitalar de Lisboa Central, desde 2012. Mas é crucial que estas iniciativas sejam consistentes e responsáveis para alcançar algum impacto.
A NEYA Hotels é um grupo hoteleiro com um propósito definido e consciente e isso reflete-se na visão que temos dos nossos projetos, sempre alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
No futuro, a NEYA Hotels quer continuar a ser uma cadeia hoteleira de referência em Portugal, pretende consolidar o seu papel no turismo responsável e está comprometida com a missão de apoiar as comunidades em que está inserida e minimizar o impacto da sua atividade no meio ambiente.
Quem são os investidores do NEYA?
A NEYA Hotels faz parte do Grupo Largo Tempo SGPS. Trata-se de um grupo empresarial português familiar, com

mais de 15 anos, que agrega empresas de setores de negócio distintos como a hotelaria, a saúde, as tecnologias da informação e robótica, o marketing, a restauração e o comércio internacional.
O foco da Largo Tempo SGPS está num crescimento económico sustentável, através de investimentos responsáveis e inovadores. Em cada investimento, são considerados indicadores de desempenho ambientais, sociais e de governance, e as atuais e futuras unidades da NEYA Hotels são e serão um reflexo desse posicionamento.
Qual a sua ligação com o turismo e com Portugal? E como surge o nome NEYA?
Eu sou portuguesa. Embora tenha nascido em Lourenço Marques, em Moçambique, vivi toda a minha vida em Portugal, foi onde estudei, trabalho e constituí família. E foi este o país de eleição para a cadeia NEYA Hotels fundar-se e crescer, sempre com a missão de contribuir para o seu desenvolvimento económico e social.
Quanto ao nome NEYA, trata-se de uma sigla que resulta da combinação das iniciais dos elementos da família que gere o grupo, sendo uma delas o “Y” de Yasmin. Curiosamente, a nível visual a letra “Y” representa uma árvore e as suas ramificações, o elemento constante, seguro e agregador. Considero-a, também, uma forma de representar graficamente as três vertentes do conceito de sustentabilidade: ambiental, social e económica.

Investiram no Porto e em Lisboa, uma cadeia com um conceito citadino. Como vê o grupo daqui a 10 anos, que lógica de investimento estará preparada?
Tem toda a razão quando diz que a lógica tem sido citadina. Os NEYA Hotels são refúgios urbanos, como gostamos de apelidá-los. O investimento nas cidades de Lisboa e Porto, ambas destinos turísticos de eleição, deverá manter-se para as próximas unidades em fase de projeto. Contudo, começámos a constatar o potencial do interior do país, tanto como destino turístico, com toda a sua riqueza natural, patrimonial e cultural, como missão de apoiar o seu desenvolvimento e valorização, nacional e internacionalmente. Sem esquecer nunca o propósito da NEYA Hotels de promover um turismo responsável e colaborativo.
Qual o momento mais desafiante deste projeto NEYA até hoje?
Embora a abertura da unidade de Lisboa, num momento de recessão económica do país, se tenha revelado difícil, o momento mais desafiante, e que ficará na memória coletiva do grupo, foi a abertura da segunda unidade, o NEYA Porto Hotel, seguida imediatamente pelo seu encerramento devido às medidas de confinamento da pandemia de Covid-19. Foi um momento muito triste. Ficou tudo em suspenso e em expetativa. Mas não esmorecemos, encarámo-lo como um desafio e uma oportunidade de crescimento e aprendizagem, que nos possibilitou melhorar alguns procedimentos e otimizar estratégias.
Foi o momento mais difícil, mas fortaleceu a nossa resiliência.
Por Pedro Chenrim. Fotos Raquel Wise/Ambitur.
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