Por Luís Brites, CEO Clever Hospitality Analytics
A sigla ESG – Environment, Social & Governance, (ou a sua futura tradução no idioma de cada nação) veio para ficar! Os temas ligados ao ESG serão cada vez mais dominantes nas decisões das empresas, sejam elas de investimento, M&A ou mesmo desinvestimento.
Segundo, Sara Bernow, líder da McKinsey para os temas de investimento sustentável na Europa, em coautoria do artigo sobre o tema “More than values: The values-based sustainability reporting that investors want”, o tema é vasto, abrangendo desde a pegada de carbono até às práticas de corrupção no trabalho.
A razão que torna estes temas relevantes nas decisões financeiras é que existe um crescente número de estudos e investigação que mostra a direta correlação entre as boas práticas “ESG” e o desempenho financeiro das empresas e sua criação de valor.
Cada vez mais despertos para as alterações climáticas globais (as evidências comprovadas não permitem mais a alienação) os consumidores começam a exigir altos standards de práticas de sustentabilidade por parte das empresas que fornecem os bens e serviços que pretendem adquirir, desde “commodities” à indústria hoteleira.
À exigência crescente dos consumidores, junta-se também a orientação política e regulatória que cada vez mais quer contar com as empresas para ajudar a resolver problemas sociais como a crescente poluição ambiental, alterações climáticas, necessidade de maior diversidade e inclusão no trabalho e por arrastamento na sociedade.
As boas práticas de sustentabilidade, devem ser vistas como um investimento das organizações e não mais como um custo, tomando o exemplo de economias mais desenvolvidas e predominantes, como a dos EUA em que ¼ dos ativos em gestão são já investimentos ESG-rated!
Neste contexto evolutivo, as métricas “ESG” estão em profundo desenvolvimento, tanto ao nível dos KPIs como plataformas de medição, acompanhamento e produção de “Relatórios de Sustentabilidade” que podem vir a ter “força-de-lei” semelhante às já correntes obrigações de reporting público das empresas.
Esta necessidade gerou os já designados “Sustainalytics” que procuram ajudar as empresas a monitorizar e medir a sua performance nas métricas “ESG”, estas métricas e KPIs serão obviamente diferentes conforme o tipo de indústria, o que é importante para a indústria automóvel e a indústria do turismo e hotelaria é decerto diferente.
A evolução da importância e necessidade dos Sustainalytics também na indústria hoteleira será tão rápida, quanto o facto de já ser prática hoje em dia pela Google o acrescentar de uma “tag” Eco-Certified “This hotel was certified as environmentally sustainable by an independent organization recognized by Google…”
Desta forma os turistas e potenciais hóspedes, com cada vez maior sensibilidade e exigência nesta matéria, podem facilmente (visivelmente através de uma folha verde…) diferenciar os hotéis e resorts que são “eco-friendly” e que já tem em prática e monitorizam digitalmente boas práticas de sustentabilidade, certificadas e com impacto ambiental demonstrável em pelo menos 4 categorias; eficiência energética, conservação do recurso água, redução de desperdício e origem sustentável das suas compras.
Na crescente competição mundial pela procura em número e qualidade do turista que visita um destino e os seus agentes como os hotéis que os querem captar para as suas propriedades, acreditamos que a Sustentabilidade e sua visibilidade digital será um fator que os líderes da indústria hoteleira não podem, a curto prazo, deixar de promover no seu negócio.
“Sustainalytics are here to stay”
