#Osmelhoreshotéisparasetrabalhar: No São Lourenço do Barrocal “há sempre tempo e oportunidade para aprender e ensinar”

O tema dos Recursos Humanos nunca foi tão “quente” como nos dias de hoje. E a hotelaria é um dos segmentos do turismo que mais sente na pele a escassez de pessoal, sobretudo depois de dois anos em que uma pandemia veio alterar as ambições e possibilidades profissionais de muitos que poderiam depositar neste setor o seu talento. Ambitur falou com oito das principais cadeias hoteleiras em Portugal e com quatro prestigiadas unidades independentes, e quis saber de que forma estão a lidar com as dificuldades de captar e reter talento. Hoje vamos até ao Alentejo, falar com Jorge Cosme, diretor geral do São Lourenço do Barrocal.

No São Lourenço do Barrocal, que funciona há seis anos como hotel, os colaboradores são essenciais para que a experiência do hóspede seja ainda mais especial. Aqui acredita-se que o sentido de pertença à “terra” e às suas tradições são fatores determinantes para criar nos hóspedes a sensação de que estão realmente num lugar diferente. É o que nos diz o diretor geral, Jorge Cosme, que explica que é por isso mesmo que um dos princípios fundamentais da gestão de Recursos Humanos desta unidade hoteleira é privilegiar os talentos locais no momento do recrutamento.

Assim, mais de 80% dos colaboradores do São Lourenço do Barrocal são da região, uma decisão que, acrescenta o responsável, também se prende com a ideia de sustentabilidade do estabelecimento, embora, claro, esteja sempre disponível para receber potenciais trabalhadores de outros locais. Jorge Cosme explica que se privilegiam pessoas com “simpatia natural, calor e paixão por receber «o outro» e fazê-lo sentir-se bem”. Meio caminho andado para que o ambiente de trabalho seja saudável e os hóspedes se sintam ainda mais especiais. Tudo isto gerido pela equipa de Recursos Humanos, num trabalho conjunto e muito próximo com o diretor geral e os responsáveis de cada departamento.

[blockquote style=”1″]”Queremos que as pessoas saibam bem ao que vão e que se sintam seguras de que a aposta no nosso pessoal e no seu desenvolvimento é uma prioridade”[/blockquote]

O responsável defende que a gestão de carreiras e a criação de um plano de crescimento pessoal e profissional, feito à medida de cada um e das suas expectativas, tem que ser o caminho. A par de uma comunicação transparente e direta. “Queremos que as pessoas saibam bem ao que vão e que se sintam seguras de que a aposta no nosso pessoal e no seu desenvolvimento é uma prioridade”, frisa. Por outro lado, sempre que surge uma vaga em determinada posição procuram-se elementos internos e, quando as respostas não se encontram dentro da estrutura, recruta-se fora. “Temos muitos casos de pessoas que já fizeram o seu percurso na empresa e que continuam a evoluir, o que nos deixa muito orgulhosos”, reconhece Jorge Cosme.

Por outro lado, no São Lourenço do Barrocal também não há problemas em aceitar pessoas com menos experiência ou conhecimento em determinadas áreas pois “acreditamos que todos merecem uma oportunidade para se revelar e crescer”, assegura o responsável. Além disso, sublinha, “estamos no Alentejo, tudo é mais tranquilo e por isso há sempre tempo e oportunidade para aprender e ensinar”. Jorge Cosme não deixa, no entanto de se sentir “afortunado” por “conseguir ter uma equipa sólida e em crescimento”. Atualmente com cerca de 140 trabalhadores, todos os anos o hotel tem aumentado este número, “fator que se tem refletido no nível de serviço”, conclui o responsável.

E para que o ambiente de trabalho seja o mais positivo possível, indo de encontro à expectativa das pessoas que, com a pandemia, passaram não só a procurar bons salários mas também melhor qualidade de vida, o São Lourenço do Barrocal tem “na manga” algumas soluções. É o caso de todos os colaboradores terem direito a tirar férias em época alta, um fator que nem sempre é viável na hotelaria mas que, garante o diretor geral da unidade, “se tornou determinante para a felicidade das pessoas que trabalham connosco”. Por outro lado, o hotel tem uma política salarial que assenta na meritocracia e que prevê reavaliações regulares. Além disso, aposta noutros elementos que considera serem uma mais-valia: disponibiliza alternativas de habitação para quem pretende trabalhar no hotel, desde casas mais tradicionais no centro da vila histórica de Monsaraz, que criam uma experiência mais imersiva na cultura da região, a outras mais contemporâneas que incluem espaço exterior e, inclusivamente, piscina. Em breve a unidade vai oferecer transporte laboral comunitário, dando resposta a uma dificuldade identificada entre os colaboradores. E, por fim, não tem horários repartidos, sendo que na maioria das vezes consegue que se ajustem às condicionantes pessoais dos seus trabalhadores e, por isso, organicamente, acaba por empregar muitos casais.

Abordando a questão da formação, Jorge Cosme queixa-se da “fraca componente prática” de escolas superiores, escolas profissionais e empresas de formação. O diretor geral do São Lourenço do Barrocal é da opinião que é necessário haver um trabalho mais concertado entre empresas e estabelecimentos de ensino, e que os cursos tenham uma forte componente prática, bem como se formem futuros profissionais nas funções mais operacionais. Além disso, defende o reforço na área de formação de línguas, sentindo “na pele” a falta de conhecimento de uma segunda língua por parte dos potenciais colaboradores.

O que oferece São Lourenço do Barrocal

  • Seguro de saúde para trabalhadores efetivos
  • Sessões de formação
  • Sorteios para trabalhadores usufruírem dos serviços do hotel

⇒ Leia também…

#Osmelhoreshotéisparasetrabalhar: AP Hotels & Resorts considera urgente “dignificar as profissões na hotelaria”

#Osmelhoreshotéisparasetrabalhar: Belmond promove “local de trabalho inclusivo, diversificado e colaborativo”