
O mercado português mostrou ser um dos mais pujantes para a Air France-KLM a nível europeu. Isso mesmo afirmou hoje Laurent Perrier, o novo diretor geral do grupo para Portugal e Espanha, numa conferência de imprensa onde se deu a conhecer bem como às novidades que podemos esperar destas companhias aéreas. Para já, um facto é notório: o ano de 2021 já trouxe boas notícias para a Air France-KLM e nem a pandemia conseguiu parar este grupo de aviação.
Aliás, a operação face a níveis pré-pandémicos foi mesmo aumentada apesar da crise, como se pode verificar com o Porto, que ganhou +33% de capacidade no segundo semestre face a 2019. Além disso, o grupo abriu ainda Paris-Faro em 2020, uma ligação que se prolongou por 2021 e foi estendida até ao inverno.
Os bons resultados sentiram-se sobretudo no último trimestre de 2021, com +21% de passageiros em Portugal face a 2019. Laurent Perrier sublinha que Portugal sempre foi importante para o grupo e, no final do ano, já foi possível recuperar os níveis anteriores à pandemia no segmento do lazer; já no mercado business, os números ainda estão abaixo de 2019 mas com tendência a recuperar.
Uma novidade em 2021 foi ainda o facto de Lisboa ter sido uma das primeiras cidades da Europa a operar o novo A220 da Air France para Paris.

Miguel Mota, diretor de Vendas para Portugal do grupo Air France-KLM, adiantou que nos destinos com melhor performance, surgem desde logo Amesterdão e Paris, mas também Índia, Brasil, Luanda ou Joanesburgo. O Dubai mostrou-se em crescimento, sobretudo no Porto mas também em Lisboa. E Zanzibar também evidenciou ser um destino de lazer que está “na moda”. Não esquecer a Europa, sobretudo os países nórdicos, com bons resultados quer de Lisboa como do Porto.
[blockquote style=”1″]”os agentes de viagens são o nosso principal parceiro em Portugal”, sendo responsáveis por dois terços das receitas do grupo[/blockquote]
O responsável sublinhou que “os agentes de viagens são o nosso principal parceiro em Portugal”, sendo responsáveis por dois terços das receitas do grupo. “Sempre tivemos ao longo dos anos, mesmo antes da pandemia, uma estratégia de proximidade com os agentes de viagens”, admitiu Miguel Mota, reforçando no entanto que, durante a pandemia, “ficámos ainda mais próximos deles, dando-lhes apoio com atualizações, informando-os de todas as novidades, tendo realizado vários webinares. “Estamos no caminho certo para trabalhar com os nossos parceiros”, frisa.
2022: Mais capacidade face a 2019
Quanto a 2022, Laurent Perrer não tem dúvidas de que “queremos continuar a crescer no mercado português” devido ao dinamismo do mercado nacional. O que levou a Air France-KLM a decidir aumentar em +15% a sua capacidade em Portugal no próximo verão, face a 2019. Isto é sobretudo evidente no Porto, onde a capacidade crescerá 37%. Por outro lado, a rota a partir de Faro é para continuar e “atingiremos os mesmos níveis pré-Covid em Lisboa”. Por outro lado, tendo em conta a parceria de joint venture com a Delta Airlines, os voos de Lisboa para Nova Iorque-JFK e Boston serão retomados no final de maio para o período de verão.
Assim, no Porto, a Air France terá 14 frequências semanais para Paris e a KLM 21 para Amesterdão. Já a partir de Lisboa, serão 35 as frequências semanais para Paris, sete para Nova Iorque e outras sete para Boston. Por fim, em Faro, Paris contará com sete frequências semanais.
Grupo já tem sete A220 na frota
A Air France já encomendou 60 aviões A220, tendo já sete na sua frota. E o diretor geral do grupo frisa que se trata de um avião de nova geração, um dos mais eficientes na sua categoria, com -20% de consumo de combustível comparado com aeronaves mais antigas, e -20 de emissões de CO2 e -34% de ruído. “Uma eficiência muito importante para a nossa estratégia de zero emissões líquidas de CO2 até 2050”, lembra.
Do ponto de vista dos passageiros, Miguel Mota não tem dúvidas de que a experiência será melhorada com o novo avião, já que 80% dos clientes terão direito a um lugar com janela ou no corredor. A aeronave conta com wi-fi a bordo para todos os passageiros, pontos USB e janelas mais largas.
Estratégia da Air France-KLM para a sustentabilidade
A sustentabilidade foi outro tema abordado por Laurent Perrier, considerado um pilar essencial na estratégia do grupo. O responsável afirmou aos jornalistas que o grande compromisso da Air France-KLM é atingir as zero emissões de CO2 até 2050, sendo que, até 2030, a meta é diminuir em 15% essas emissões. Até agora, adiantou, já se reduziram em 6% as emissões de CO2. “Estamos no caminho certo para atingir a nossa meta intermediária em 2030”, frisou.
Como é que o grupo irá atingir estes objetivos? Em primeiro lugar, através da renovação da frota, seguindo-se, em segundo lugar, uma navegação ecológica que, por vezes, pode implicar rotas mais longas mas menos consumo. Por fim, através do SAF (Sustainable Aviation Fuel), que apresenta a grande vantagem de diminuir em 80% as emissões de CO2 no ciclo total mas, lembra Laurent Perrier, tem desvantagens, nomeadamente, é mais dispendioso (mais quatro a oito vezes
do que o combustível tradicional) e, por outro lado, o facto de não haver suficiente no mercado para abastecer as companhias aéreas. A estratégia da Air France-KLM passa aqui por se comprometer em usar o SAF e ir aumentando, a cada ano, a sua utilização. O objetivo é pressionar o fabricante a produzir mais e fazer com isso que os preços diminuam.






















































