Goretti Coelho, diretora do SDivine Fátima Hotel, e Ana Honório, diretora de Vendas e Marketing do Steyler Fátima Hotel, deram conta a ambitur.pt, do trabalho que as duas unidades hoteleiras do mesmo grupo estão a fazer para a consolidação no mercado.
Ao nível da captação de hóspedes, uma das principais apostas é o mercado espanhol. Aproveitando a participação na FITUR – Feira de Turismo de Madrid, Goretti Coelho, diretora do SDivine Fátima Hotel, indica que esta presença visa principalmente estar com os muitos parceiros habituais, pois “trabalhamos muito o mercado espanhol e também parceiros (que aqui estão) e que não vendem exclusivamente Espanha”. Para a responsável, este contacto pessoal é sempre importante. Sendo que também pretendem desta forma fazer novos parceiros, oportunidades e negócios. “É uma partilha de informação, que também pretende saber as novas tendências e direções de mercado”, acrescenta a responsável.
Na mesma lógica, Ana Honório, diretora de Vendas e Marketing do Steyler Fátima Hotel, indica que o espanhol é um dos seus principais mercados já desde há muito tempo e felizmente continua com uma taxa de ocupação muito importante. Relativamente à FITUR em si, considera que esta é muito importante, pois para além de angariar e conhecer novos parceiros e de estreitar relações permite atingir os objetivos do hotel. O Steyler Fátima Hotel espera, para 2025, crescer o preço médio a par da melhoria do produto e de atingir outros mercados. “Estamos num processo de remodelação, porque faz sentido, o cliente é cada vez mais exigente”, adianta a responsável.
2024 foi um ano “extraordinário” para a unidade hoteleira SDivine Fátima Hotel, a perspetiva para 2025 é continuar a crescer, não de uma forma tão expressiva. “Isto tem a ver também com o ponto de maturidade de cada um dos produtos, ainda perspetivamos um crescimento bastante interessante, mas mais contido relativamente a 2024. Para esta unidade o mercado espanhol é o segundo mercado, o primeiro é o nacional, onde trabalhamos os eventos corporativos, porque somos um hotel de eventos. No mercado da operação turística o espanhol é o primeiro mercado”, acrescenta a responsável. O hotel tem uma perspetiva de continuar a crescer ao nível de preço médio. O mercado dos EUA já é muito interessante para a unidade, aquele em que mais cresceu em 2024. “Vamos transversalmente abordando outros mercados”, acrescenta a responsável hoteleira.
SDivine um produto recente sempre a inovar
O SDivine Fátima Hotel é um produto recente, estamos a falar de uma unidade que abriu em 2019 e ainda está numa fase muito ascendente da sua curva de desenvolvimento. “O que pretendemos neste momento é efetivamente sedimentar a nossa imagem e marca nos eventos. Estamos a falar de um cliente corporativo, estamos a falar de um cliente exigente, de um cliente viajado, que conhece muitas unidades hoteleiras”, realça Goretti Coelho. Complementando, “estamos aqui para proporcionar e ajudar os nossos clientes a terem eventos de excelência”. Em termos de inovação a unidade hoteleira vai sempre acrescentando elementos que tragam mais-valia, por exemplo, através dos postos de carregamento elétrico ou ao nível tecnológico onde também vai evoluindo nos materiais das salas de reunião. “O crescimento e a inovação é uma constante. O gestor hoteleiro tem sempre que trabalhar nesse sentido, de constantemente trazer novidades e evolução”, acrescenta a responsável.
Steyler Fátima Hotel investe em várias frentes
No Steyler Fátima Hotel novidades não faltam. Este é um hotel bastante antigo, que já foi alvo de uma remodelação parcial. “Somos o maior hotel de Fátima com 204 quartos”, indica Ana Honório. Numa remodelação recente houve uma intervenção em 85 quartos e neste momento está em curso a remodelação dos 109 quartos restantes. “Vamos oferecer 204 quartos num hotel totalmente remodelado, com um upgrade em todas as comodidades e condições que já tínhamos. Sempre a par de novos investimentos no sentido ambiental. Vamos ter uma maior eficiência energética. Estamos a trabalhar muito nesse sentido. Vamos também introduzir novos elementos inovadores na área do SPA, que é algo que nos distingue em Fátima”, acrescenta a responsável.
O desenvolvimento de Fátima como destino
Goretti Coelho fez a abertura do SDivine em 2019, “abrimos em junho, fechámos em março de 2020. Foi muito difícil para todos, depois de um investimento gigante”. Mas, refere, hoje o que se denota é que Fátima já se vai demarcando de ser apenas um destino turístico religioso “e isso é muito interessante”. Efetivamente, Fátima é uma cidade com um parque hoteleiro como poucos em Portugal. “Seremos 70 unidades hoteleiras classificadas, é um parque hoteleiro gigante e com um enorme potencial”, acresce que “os investidores em Fátima investiram muito nas suas unidades hoteleiras, muitíssimo bem equipadas, com um excelente serviço e grande aposta na inovação”.
No caso do SDivine o arranque da exploração tem sido um caminho complicado, pois quando a unidade abre, em 2019, não havia um turismo de eventos em Fátima, “havia duas a três unidades que trabalhavam alguns eventos, algo muito residual. A entrada de uma unidade desta dimensão com 14 salas de reunião acaba por posicionar Fátima de uma forma mais consistente no mercado dos eventos, mas com muita dificuldade”. Recorda a responsável que nos “primeiros contactos com as empresas, de alguma relutância em considerarem eventos com um DJ junto ao Santuário de Fátima, entre outros”. Mas tudo se alterou: “a verdade é que a palavra foi passando e quando o cliente passa a percecionar que tem um bom produto que está no centro do país e com uma autoestrada à porta, esta localização é imbatível”. Para a responsável, Fátima está no centro do país, com um parque hoteleiro gigante, muito interessante e que tem crescido. “Sentimos que há outros parceiros na cidade que também já estão a trabalhar muito bem este segmento de eventos. Esta é uma área com grande potencial e sentimos que Fátima já se vai posicionando para outros segmentos para além do turismo religioso”, conclui a entrevistada.
Ana Honório, diretora de Vendas e Marketing do Steyler Fátima Hotel, já é colaboradora da unidade hoteleira há perto de 11 anos e, para a responsável, “a mudança dos turistas em Fátima é total”. Exemplificando, “havia uma grande dependência do mercado espanhol. Sentíamos que se houvesse algum problema com Espanha ficaríamos aflitos. Felizmente o mercado espanhol continua mas já está a ser bastante complementado com outros mercados. Será o nosso principal mercado estrangeiro, e é normal que assim seja também, mas felizmente não temos essa dependência”. Realça a responsável que “temos uma presença muito forte do mercado asiático, que tem uma forte expressão na cidade, temos também muito mercado polaco, indiano, começamos a ter mercado mexicano, o dos EUA está a aumentar, vamos tendo uma grande diversidade de mercados”. Concluindo, indica a responsável que “sendo Fátima um destino religioso que o é, há outras vertentes e motivos de interesse, deixou-se cair a ideia de que se é para o peregrino qualquer coisa serve”.
Por Pedro Chenrim






















































