Três anos depois de inaugurar o mercado nacional, a Power Dot, uma startup 100% portuguesa que opera no setor da mobilidade elétrica, olha para o setor hoteleiro como uma aposta certeira no curto, médio e longo-prazo. Quem o diz é José Sacadura, CEO da Power Dot, destacando que a empresa é, atualmente, a maior operadora portuguesa de carregadores a operar na Europa. Desde a sua criação que a startup tem a missão de ser um “facilitador da mobilidade elétrica, ou seja, ser parte integrante da rotina das pessoas para que estas possam carregar o seu veículo sem terem que fazer deslocações propositadas ou desvios”.
É precisamente a pensar no consumidor e na sua rotina que são desenvolvidas parcerias com os principais pontos de paragem para oferecer soluções de carregamento integradas, como é o caso dos centros comerciais, supermercados, hotéis, hospitais, restaurantes ou municípios: “Estes são apenas exemplos de pontos de referência para a vida das pessoas, na qual a Power Dot investe, instala e opera carregadores de forma totalmente gratuita para o parceiro”. Além do papel de facilitadora, a startup sabe que, ao investir em soluções de carregamento para veículos elétricos, contribui para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis na mobilidade e a pegada de carbono: “Acreditamos que um futuro mais verde passa por uma mobilidade mais partilhada e elétrica e, por isso, há três anos iniciámos este projeto e estamos muito contentes com o caminho que a empresa está percorrer para desenvolver soluções de carregamento a todos os utilizadores de veículos elétricos”, declara.
Durante estes três anos, já existem marcos importantes dos quais a Power Dot se orgulha, como por exemplo, em 2021, ano da consolidação, não só em Portugal mas também a nível internacional, foi superada a marca dos “dois mil pontos de carregamento” em operação e instalação. Em 2021, houve projetos que foram essenciais para o desenvolvimento da mobilidade elétrica em Portugal: “Investiu-se em vários carregadores semirrápidos e rápidos em centros comerciais geridos pela CBRE, como o Loures Shopping, o 8ºAvenida e o Rio Sul Shopping e ainda cinco Retail Parks também geridos pela CBRE, nomeadamente em Alverca, Gaia, Aveiro, Viana do Castelo e Santarém”, exemplifica. No Oeiras Parque, foi criado o “maior Hub de carregamento em espaço comercial” em Portugal, com “oito lugares de carregamento”, entre postos semirrápidos e ultrarrápidos: “Este é um espaço inovador e apelativo para os utilizadores de veículos elétricos e está estrategicamente localizado entre os maiores polos empresariais dos arredores da cidade”. Algo que, no entender de José Sacadura, também inovou foi o produto, uma vez que “investiu e instalou carregadores ultrarrápidos com um ecrã interativo e bastante user-friendly”, que terá a possibilidade de, no futuro, “aumentar a potência para 200 KW através de incremento de novos módulos de potência no carregador”.
Para além de serem anos importantes para a consolidação da empresa, ficou ainda claro que o setor hoteleiro é dos que oferece maior potencial de crescimento: “São locais de passagem, frequentados não só por turistas, mas também muitos profissionais para reuniões, eventos, almoços de trabalho, ou até lazer, e neste período podem aproveitar para carregar o seu veículo”. Algo que também ajuda nesta equação é, segundo José Sacadura, o facto de Portugal continuar a assistir a um “crescimento no número de hotéis” e, em simultâneo, a “sustentabilidade assumir um papel preponderante no setor”, permitindo à Power Dot atuar: “ Além de oferecer o carregador, a instalação, a gestão e a manutenção do mesmo, ainda partilha parte dos lucros do carregamento com o parceiro, pelo que existe aqui uma nova forma de rentabilizar o parque de estacionamento do próprio hotel”.
Com a hotelaria a dar provas do seu potencial, o CEO da Power Dot parece estar confiante para 2022: “Acreditamos que serão feitos muitos e bons negócios”. Além de que, um hotel que ofereça um serviço de carregamento, vai ser uma mais-valia para o serviço do mesmo: “Os clientes de hoje criam mais empatia com marcas sustentáveis e muitas vezes mudam os seus hábitos de consumo consoante exista este serviço de carregamento no seu parque”.
Já com os olhos em 2o22, José Sacadura adianta que estão previstos “mais 200 pontos de carregamento em instalação” só em Portugal. Para este ano, a aposta passará também pelos “carregadores mais rápidos”, aliados a um “balanceamento eficiente” da potência disponível em cada local: “Isto porque os novos veículos elétricos começam a ter baterias maiores e com mais autonomia”. Outro objetivo estipulado pela Power Dot passa por continuar a “universalizar o acesso aos carregadores com pagamentos ad hoc através de QR Codes”, sem necessidade de estabelecer um contrato de energia com um CEME.
[blockquote style=”2″]Queremos continuar a trabalhar de forma muito próxima com os nossos parceiros e continuar a fazer crescer a nossa rede[/blockquote]
Do retrato que é possível fazer-se da mobilidade elétrica em Portugal, o CEO da Power Dot acredita que os portugueses estão a aderir em massa à mobilidade elétrica. Prova disso é que, em 2021, os veículos 100% elétricos representaram quase 10% das vendas e juntando os veículos híbridos plug-in estamos a falar de 20%. Também, em novembro, pela primeira vez, venderam-se mais veículos 100% elétricos (18,1%), na categoria de automóveis ligeiros de passageiros, do que veículos com motores a gasóleo (17,7%): “Estes são bons indicadores para o setor e para o ambiente”. Enquanto promotora da mobilidade elétrica, a Power Dot também centra todos os esforços para que os portugueses que apostam na mobilidade elétrica tenham o “melhor serviço” possível à disposição.
Presentes em cerca de 45% dos municípios, a Power Dot acredita que ainda existe um longo caminho a percorrer e, enquanto houver parques de estacionamento sem carregadores elétricos, o trabalho não acaba: “Queremos continuar a trabalhar de forma muito próxima com os nossos parceiros e continuar a fazer crescer a nossa rede”. Para tal, o foco é chegar a mais “retalhistas, empresários da restauração, da hotelaria, dos ginásios, saúde ou municípios”, provando que a Power Dot é o parceiro que procuram, afinca. Mesmo com a empresa a querer ser parte da solução no que à burocratização do investimento, da instalação e da operação dos carregadores por parte das várias entidades envolvidas diz respeito, José Sacadura reforça a importância de se descomplicar e, assim, ser possível fazer “crescer mais rápido a rede de carregadores”.






















































